terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Esplanada às moscas

Segundo informação oficial, vários ministros, aproveitando as “mordômicas” férias da presidente da República, tiraram duas semanas de descanso do trabalho e, para variar, seu staff seguiu o exemplo dos chefes, também fugindo da agitada capital política do país, deixando o Palácio do Planalto e a Esplanada dos Ministérios esvaziados neste início de ano. Na sede do Executivo, reina absoluta tranquilidade, porquanto os ministros palacianos foram os primeiros a aprontarem as malas e também pegaram carona com a folga da presidente, que, de forma nababesca, descansa com familiares no litoral da boa terra, símbolo da despreocupação nacional. O certo mesmo é que todos os principais escudeiros deverão retornar a Brasília junto com a mandatária da nação, para nova empreitada nacional. Sem a presença dos titulares, os serviços palacianos e ministeriais estão sendo tocados pelos assessores diretos dos titulares, que ficaram com a incumbência de organizar as reuniões de trabalho, para a volta ao seu ritmo normal. Contudo, as más línguas, com a reserva da oficialidade, ousam dizer que a forma dura com que a presidente trata seus assessores diretos ensejou a enorme debandada deles, seguindo o seu bom exemplo, algo, aliás, que não era visto há muito tempo. Outros entendidos de administração pública opinam no sentido de que o descanso dos principais assessores governamentais constitui fato bastante auspicioso, porque pode ajudá-los a melhor enxergar os fatos, obrigando-os a raciocinar quanto à realidade dos importantes e gravíssimos problemas do país, relacionados com as pastas pelas quais são responsáveis, de forma a viabilizar, nesse período de desligamento do trabalho “duro”, o encontro da adequada solução definitiva deles ou, pelo menos, amenizá-los de alguma forma. Agora, depois disso, se nada mudar, em termos de melhoria da qualidade das medidas já implementadas no primeiro ano de governo, não há dúvida de que o descanso não teria passado de mera continuidade do que esses assessores vêm fazenda em benefício dos brasileiros. Nesse caso, o ideal e mais recomendado seria que a presidente da República providenciasse as férias coletivas para seus principais assessores e procurasse remar e tocar sozinha o difícil barco da nação, porque, só assim, teria menos dificuldade para, novamente, aportar soberanamente, no final deste ano, no mar da tranquilidade baiana, com a certeza do dever cumprido. E viva o país dos homens trabalhadores... Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 03 de janeiro de 2012

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