segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pesquisa pouco convincente

Conforme pesquisa Datafolha, realizada com 2.575 pessoas, a presidente da República atingiu, no fim do primeiro ano de seu mandato, índice de aprovação recorde, evidentemente bem maior do que o obtido em idêntica fase pelos seus antecessores, a partir da volta das eleições diretas. Essa pesquisa indica que 59% das pessoas auscultadas classificaram sua gestão ótima ou boa, enquanto 33% entendem-na como regular e 6% como ruim ou péssima. Curiosamente é que a divulgação do resultado da pesquisa se refere de forma genérica como sendo a opinião dos brasileiros, como se todo Brasil tivesse participado dela, quando, na verdade, a quantidade de pessoas não consegue encher uma Kombi, de tão reduzida a sua representatividade. Na realidade, o grande mérito da presidente é a sua deliberação de fazer um bom governo, mas isso tem sido possível ante a existência de vários fatores que impedem que o seu desempenho seja otimizado, pincipalmente aqueles vinculados à famosa herança maldita deixada pelo seu antecessor. Não obstante, é inacreditável como apenas 2.575 pessoas, conforme a pesquisa, tenham a capacidade de aferir o desempenho da presidente, atribuindo-lhe nota recorde entre as avaliações já realizadas no 1º ano de um mandato presidencial, quando ela, até agora: pouco fez em benefício da sociedade; não teve sequer a iniciativa da criação e oferecimento de reformas de qualquer espécie, para a melhoria das condições de vida dos brasileiros; fez questão de turbinar o programa Bolsa Família, autêntico incentivador da malandragem, por permitir que as pessoas se acomodem, deixando de procurar emprego enquanto estiver recebendo esse benefício meia-boca; não priorizou os programas governamentais de saúde, educação, transportes, segurança, saneamento básico etc.; não teve coragem de combater o âmago da corrupção no seu governo; não houve a indispensável redução da pesada carga tributária, dos juros escorchantes e da inflação; não teve a sensibilidade para enxugar a ineficiente e inoperante máquina pública; fez alianças com partidos fisiológicos, para sustentação dos seus projetos no Congresso Nacional; entregou ministérios para políticos despreparados ou desqualificados, quando o ideal teria sido a formação de assessoramento composto por tecnocratas e especialistas nos respectivos ramos de atividade do seu governo; continua consultando o seu antecessor para adotar providências no seu governo, entre tantas medidas que jamais recomendariam a atribuição de nota tão expressiva, a despeito da reduzidíssima representatividade dos brasileiros que participaram dessa pseudopesquisa. A sociedade continua ávida por medidas objetivas e impactantes desse governo, de modo a mostrar de forma efetiva e eficiente o seu desempenho compatível com os altos interesses nacionais, bem assim a justificar a pesquisa em apreço. Acorda, Brasil! 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 22 de janeiro de 2012

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