quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Eterna submissão

Segundo reportagem divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, a presidente da República ouvirá a opinião do seu antecessor antes da definição quanto às mudanças que fará no primeiro escalão do governo. Com essa finalidade, ela irá a São Paulo, onde poderá ocorrer o seu encontro com aquele político. Por enquanto, somente o Ministério da Educação já tem o seu ministro escolhido, porém com o assentimento prévio do ex-presidente, que impôs a candidatura do atual ministro à Prefeitura de São Paulo. Essa atitude da mandatária do país demonstra, de forma clara, a sua submissão a quem, no momento, não tem nem deveria ter qualquer ingerência nos negócios do Estado brasileiro, não sendo lícito que ele possa se manifestar sobre quem deve ser indicado ministro do governo, máxime porque os exemplos recentes mostram a péssima qualificação das pessoas que vieram da sua gestão e continuaram exercendo cargos no atual governo, mas, além da comprovada incompetência profissional, alguns foram flagrados praticando atos de corrupção com dinheiros dos contribuintes, causando prejuízos ao patrimônio público, sendo, por isso, exonerados dos cargos. O certo é que, ao invés de ser ouvido o ex-presidente da República, seria muito mais sensato e proveitoso se a presidente auscultasse os anseios da sociedade, porque, com a sua infinita sabedoria, ela sabe perfeitamente quem são as pessoas preparadas e qualificadas para solucionar os graves problemas de gestão que vêm entravando e dificultando o bom desempenho da administração pública, que não consegue o necessário entrosamento entre as pessoas despreparadas e desarticuladas, por serem indicadas pelos partidos políticos que compõem a base de sustentação do governo no Congresso Nacional, cuja atuação desses afilhados políticos tem sido desastrosa e símbolo de desperdício, ineficiência e atraso quanto à obtenção do progresso do país. A sociedade brasileira clama por que os cargos públicos, inclusive dos principais assessores presidenciais, sejam ocupados exclusivamente por pessoas escolhidas segundo os critérios de competência e de qualificação profissional, independentemente de filiação partidária. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12 de janeiro de 2012

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