sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Ôchente", bichinho!

Depois do depoimento no Congresso Nacional, com duração de cinco horas, o ministro pernambucano afirmou que acredita contar com a confiança da presidente da República para permanecer no cargo, principalmente por considerar que suas explicações foram mais do que suficientes para mostrar a sua “lisura” diante das acusações de favorecimento e de nepotismo, as quais mereceram os costumeiros e explícitos apoio e blindagem por parte dos governistas, que aproveitaram o encontro para se confraternizar. O que adiante explicações inócuas, inépcias, quando o povo espera por ações efetivas? Não obstante, no entendimento do governo, o povo é que não quer entender ou se convencer de que não existe nada de errado com o desempenho do Ministério de Integração Nacional, principalmente com a liberação de recursos para a construção das questionadas barragens no seu Estado, para as quais foi destinado maior volume de dinheiro do Orçamento da União, no exercício de 2011, a despeito da premente necessidade em outras regiões. Para o governo, não houve, em absoluto, qualquer manobra ou favorecimento político, mas sim o emprego do inarredável critério do merecimento, diante dos “rigorosos” levantamentos técnicos que indicaram o correto rumo dos recursos para Estado que precisava urgentemente de ajuda. A maior coincidência em tudo isso é se tratar da terra natal do ministro e maior surpresa ainda se verificar que o deputado federal filho do ministro foi quem obteve a maior liberação dos recursos destinados às barragens. Entretanto, isso não é relevante, porque o que se discutiu à época foi o critério técnico de avaliação dos projetos e somente aqueles aquinhoados preencheram os requisitos exigidos para obras do gênero, porquanto os demais projetos apresentados ao ministério não passaram pelo crivo para aprovação, segundo os critérios de avaliação técnica adotados pelo governo com relação aos projetos oriundos de Pernambuco, quando nestes constam os mínimos detalhes e as especificações estabelecidos pelas normas de regência. Sem o atendimento dos quais, a viabilidade da sua aprovação é nula ou dificultada, mesmo que as regiões para onde se pretendia destinar recursos públicos, com a finalidade da prevenção de catástrofes e desastres naturais, sejam seguidamente vítimas de horríveis desastres e calamidades públicas. Não importa o país inteiro sentir a dor e o sofrimento causados pelos clamores não atendidos, talvez porque a ferocidade das enchentes e a sua força feroz e dizimadora, inclusive de vidas de pessoas e de animais, impeçam que o governo perceba a gravidade por que passam os desvalidos. Esse governo é bastante competente apenas para prometer a solução dos graves problemas depois dos desastres, porém não executa o que é necessário, à vista da persistência dos rastros de destruição de casos recentes, servindo tão somente para evidenciar a marca da incompetência de seus principais auxiliares, contribuindo para agravar ainda mais a situação das condições da vida do sofrido povo brasileiro. A sociedade repudia esse estado de inépcia e de penúria gerencial e administrativa por que passa a nação e implora por que os governantes tenham a mínima competência para enxergar as mazelas que proliferam no país afora, menos por dentro dos palácios, que são muito bem servidos com as mordomias pagas pelo povo sofrido, desassistido e humilhado, em razão da demonstração do despreparado, da desestruturação e da desarticulação existentes entre os órgãos governamentais, que deixaram de adotar as medidas preventivas contra os desastres naturais nas localidades mais necessitadas. Acorda, Brasil!


ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 13 de janeiro de 2012
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