quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Incompetência governamental

Diante da situação catastrófica por que passam municípios dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, a ministra da Casa Civil da Presidência da República vem a público esclarecer, por meio de nota, que não houve determinação alguma da presidente da República para “intervenção branca” no Ministério da Integração Nacional, que continua com plena autonomia para fazer a liberação de recursos a municípios atingidos pelas chuvas. A nota contraria reportagem do jornal “O Globo”, segundo a qual a Casa Civil passaria a comandar as gestões destinadas ao amparo às vítimas e dos estragos provocados pelas torrenciais chuvas que inundaram significativa região dos citados estados. A ministra afirmou que o titular da Integração Nacional “é e continua sendo responsável pela execução dos programas e projetos daquela Pasta. Qualquer informação fora deste contexto tem por objetivo disseminar intriga”. Na verdade, seria uma tremenda injustiça se fosse retirada a plena autonomia do ministro que vem “executando excelente política preventiva contra as enchentes”, que acaba de ser notabilizado por sua atuação voltada em especial para o seu Estado natal, Pernambuco, onde não existe incidência alguma de enchentes nem tão pouco de possibilidade de calamidade pública, decorrentes de desastres naturais, como os que vêm ocorrendo, de forma alarmante, com os moradores da região Sudeste. Todavia, a destacada preocupação do ministro em socorrer seus conterrâneos ficou comprovada com a liberação de aproximadamente 90% dos recursos gastos no ano de 2011, para essa finalidade. Esse episódio apenas confirma a verdadeira “competência política”, aquela forjada nas hostes desse governo, em que cada partido político de sua base de apoio tem direito a um ou mais ministérios, para fazer uso dos seus recursos, com exclusividade, para satisfazer os interesses pessoais do seu titular e de toda corriola da sua agremiação e dos seus apaniguados, como vem sendo demonstrado caso a caso com os corruptos que deixaram o governo e mais especificamente agora, com a lastimável descoberta da liberação de verbas substanciais para onde não ocorre situação crítica de risco. Seria verdadeira "injustiça" se houvesse, agora, “intervenção branca” na pasta comandada pelo Estado de Pernambuco, porquanto o seu titular e o partido a que ele pertence poderiam sofrer desastrosa interrupção nos seus planos de elegê-lo a prefeito de Recife, motivo que, para o governo, justifica a destinação de montanhas de recursos para prevenir absolutamente coisa alguma. Como esse governo tem “excelente” assessoramento, talvez, agora, seja aventada a possibilidade da criação de ministérios, com vistas à sua entrega aos políticos de cada Estado afetado pelas enchentes, para que eles possam destinar para as suas regiões os recursos necessários à prevenção de enchentes e, dessa maneira, as suas eleições futuras estariam garantidas por bastante tempo e não se fala mais nessa brincadeira de “intervenção branca”. O povo brasileiro tem o dever cívico de acabar com a picaretagem na administração pública, elegendo governantes que tenham compromisso com a pátria e não com agremiações políticas ou partidários inescrupulosos, que apenas “trabalham” em defesa de seus próprios interesses. Acorda, Brasil!       
ANTONIO ADALMIR FERNANDES 
Brasília, em 04 de janeiro de 2012

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