quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A prioridade vai para...

O Ministério da Integração Nacional se contradisse ao explicar ao jornal o Estado de S. Paulo a tentativa de retirar recursos da transposição do Rio São Francisco para destiná-los a uma barragem em Pernambuco, berço político do titular dessa pasta, tendo negado, na nota, que a intenção era trocar diretamente verbas de uma para outra obra, mas outro comunicado enviado ao jornal afirmava ter ocorrido o pedido de remanejamento de recursos da transposição do Rio São Francisco para atender à barragem Serro Azul, na Zona da Mata daquele Estado. A primeira nota dizia que "Foi necessário envio de solicitação ao Congresso Nacional para alteração da proposta orçamentária visando incluir recursos suficientes para a execução da barragem de Serro Azul para o exercício de 2012. Os recursos propostos para a suplementação adviriam de ações alocadas no âmbito do Projeto de Transposição do Rio São Francisco", enquanto a outra afirmava que "Não é correto afirmar que houve solicitação do Ministério da Integração Nacional para remanejamento direto de recursos do Projeto de Integração do Rio São Francisco - PISF para a Barragem de Serro Azul. O que ocorreu, de fato, foi uma solicitação de ajustes em diversas programações do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, com redução de valores em várias ações do PAC (incluindo PISF) e acréscimos de valores em outras ações (incluindo Serro Azul)”. Esse fato contribui para tornar ainda mais delicada, para a opinião pública, a situação do ministro, devido à inaceitável paralisação das obras de transposição, cujos canteiros foram abandonados pelas empresas contratadas, facilitando o saque dos materiais remanescentes e o favorecimento ao seu Estado, com a liberação de recursos. O certo mesmo é que não houve retirada de recursos da transposição porque esse absurdo foi barrado a tempo pelo Congresso Nacional, por força da pressão da bancada do Nordeste. Embora as obras de transposição já estejam paradas, o ministério chegou a argumentar que tirar R$ 50 milhões delas não impactaria o seu ritmo de execução. Entre inúmeras contradições e situações embaraçosas protagonizadas por membros desse governo, a credibilidade do Estado já foi há bastante tempo para o espaço e a mandatária do país ainda trabalha, de forma ostensiva, para blindar quem vem demonstrando incapacidade e produzindo trapalhadas uma atrás da outra, porém somente as autoridades palacianas fingem que elas não existem, por não terem a coragem e a dignidade para adotar as medidas corretivas e punitivas que os casos exigem, sob o temor de aumentar a estatística dos corruptos expulsos pelas portas dos fundos dos ministérios. A sociedade discorda dessa evidente conivência e leniência com os “malfeitos” que vêm contribuindo para desmoralizar vergonhosamente a prestação dos serviços públicos, pela demonstração de incapacidade de combater as catástrofes que vêm dizimando a região Sudeste. A sociedade clama por que a atuação dos governantes tenha por base princípios construtivos em benefício da sociedade brasileira, sem as contradições com o objetivo de mascarar atos administrativos falhos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 11 de janeiro de 2012

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