terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Direitos humanos

Pressionada por todos os lados para se manifestar sobre violações de direitos humanos nas terras cubanas, a presidente da República brasileira declarou a jornalistas que só tratará desse espinhoso tema em "perspectiva multilateral", tendo afirmado que a questão não pode ser "só uma arma de combate político-ideológico" e continuou "Nós vamos falar de direitos humanos em todo o mundo? Vamos ter de falar de direitos humanos no Brasil, nos EUA, a respeito de uma base aqui que se chama Guantánamo”. Com os olhos cheios de brilhantismo, a mandatária tupiniquim confirmou que teria encontro com o ex-ditador da ilha, dizendo: "Sim, com muito orgulho eu vou". Finalmente, quanto ao caso da blogueira cubana, disse que "O Brasil deu seu visto para a blogueira. Agora, os demais passos não são da competência do governo brasileiro.". O posicionamento da presidente brasileira guarda perfeita harmonia com os seus declarados encanto e reverências aos mandatários castristas, responsáveis pela manutenção de eterno regime ditatorial imposto, de forma cruel e desumano, ao povo cubano. Causa verdadeira náusea essa afirmação tão contundente, em virtude de ter sido emanada por quem, em sua campanha político-eleitoral, dizia reiteradamente que abominava a crueldade da violação contra os direitos humanos, justamente por ter sido vítima de um golpe militar, responsável pela morte, no período entre 1964 e 1979, de aproximadamente 288 pessoas, na avaliação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, ou de 224 pessoas, nos cálculos da Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça, quando o truculento regime comunista de Cuba - uma minúscula ilha, comparativamente ao país continente Brasil - contabiliza o fuzilamento entre 15 a 17 mil pessoas, sendo 10 mil somente na década de 60. Contra esses fatos parece não haver contestação, porquanto os malefícios e horrores causados pela ditadura castrista não justifica em absoluto a aproximação de países civilizados e defensores dos direitos humanos. Não há dúvida de que a autoridade da mandatária brasileira se enfraquece diante da sua pose e manifestação de pura subserviência aos sanguinários ditadores cubanos, como se eles fossem as criaturas mais impolutas da face da terra. Talvez a única lição que esse regime tirânico tem para oferecer ao Brasil seja a forma política de se perenizar no poder, para o beneficiamento eterno das benesses propiciadas pelo dinheiro dos contribuintes. É bastante lamentável que a democracia brasileira permita a promiscuidade desse tipo de endeusamento de criminosos ditadores, por que isso tem o condão de robustecer o continuísmo no poder, em prejuízo da democracia, do respeito aos direitos humanos e dos salutares princípios da liberdade de expressão e de pensamento e da livre iniciativa, que jamais poderiam ser privados aos homens, aqui e alhures... DIREITOS HUMANOS, ALÉM DE SER ARMA IDEOLÓGICA, SÃO URGENTES NA ILHA, NA TERRA, NO MAR, NO AR, NO DESERTO E EM QUALQUER LUGAR...

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 31 de janeiro de 2012

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