A Confederação Brasileira de Futebol anunciou que a
seleção brasileira continuaria sem treinador até janeiro vindouro, tendo confirmado
o afastamento da comissão técnica. O certo é que o esquete Canarinho
demonstrava, na realidade, não ter qualquer orientação, à vista da decadência e
do fracasso que vinham sendo acumulados ultimamente. À exceção da conquista das
taças do Superclássico das Américas de 2011 e de 2012, ele não conseguiu
suplantar a melhor estrutura das seleções bem ranqueadas, perdendo para todas
em amistosos. O que mais chamaram a atenção da mídia e da torcida em geral foram
os pífios resultados nas competições importantes, a exemplo da Copa América e
Olimpíada, quando não houve o rendimento esperado do Brasil, decepcionando as
expectativas dos brasileiros. O medíocre desempenho da seleção foi ficando
evidenciado com a constante queda no ranking mensal da Fifa, ao cair para 14º
lugar em outubro, sua pior posição na história dessa classificação, embora, atualmente,
o time pentacampeão mundial já esteja em 13º lugar. A prova disso é que a
seleção, no interregno depois da Copa até agora, não convenceu nem mesmo aquele
que tinha a incumbência de convocar os atletas, por ter tido a nítida incompetência
de chamar mais de cem jogadores diferentes, sendo criticado em todas as convocações
e principalmente por ter perdido títulos importantes e deixado de formar a
seleção base para a Copa das Confederações de 2013 e muito menos para a Copa do
Mundo de 2014. O seu trabalho foi se mostrando desastroso, em termos de
preparação técnica e tática, por revelar que os jogadores talentosos não
conseguiam render o suficiente para justificar até mesmo a sua convocação, de
tal modo que o rendimento do conjunto sempre deixava a desejar, acenando para
completo fracasso da seleção nos jogos oficiais em casa. Como a sua
continuidade integrando a seleção seria sinônimo de enormes fiascos e
decepções, a CBF se houve, desta vez, com absoluta maturidade e senso
preventivo de ímpar inteligência, ao antever com a mais límpida segurança o
insucesso com a falta de uma seleção competitiva e preparada para enfrentar os
principais times já adiantados e bem preparados tecnicamente. Na verdade, não
se pode dizer que houve demissão de coisa alguma, porque, depois da última
Copa, jamais existiu direção técnica da seleção. O que houve, na realidade, foi
a declaração da vacância do cargo de técnico, o que é diferente do que foi
anunciado. Nestes dois últimos anos, os jogadores brasileiros tiveram a
infelicidade e o infortúnio de desaprender a jogar coletivamente e não mostrar
aquele futebol de conjunto, competição e triunfo, justamente por falta de
competência de quem teve apenas a incumbência de ficar à beira do gramado, não
para treinar e orientar como era de se esperar, mas para figurar tão somente
como privilegiado espectador. É lamentável que o país da Copa de 2014 tenha
perdido tanto tempo sem treinador da sua seleção, que antes encantava o mundo
com o futebol sempre vistoso, versátil e vitorioso. O esquete Canarinho precisa,
com urgência, de excelente treinador, que tenha competência, inteligência,
atitude e autoridade para formar um time capaz de representar o verdadeiro
futebol do Brasil. Já passou da hora de ser exorcizada a incompetência também
no futebol, para o salutar benefício do desporto nacional.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 24 de novembro de 2012
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