domingo, 25 de novembro de 2012

Demissão da incompetência

A Confederação Brasileira de Futebol anunciou que a seleção brasileira continuaria sem treinador até janeiro vindouro, tendo confirmado o afastamento da comissão técnica. O certo é que o esquete Canarinho demonstrava, na realidade, não ter qualquer orientação, à vista da decadência e do fracasso que vinham sendo acumulados ultimamente. À exceção da conquista das taças do Superclássico das Américas de 2011 e de 2012, ele não conseguiu suplantar a melhor estrutura das seleções bem ranqueadas, perdendo para todas em amistosos. O que mais chamaram a atenção da mídia e da torcida em geral foram os pífios resultados nas competições importantes, a exemplo da Copa América e Olimpíada, quando não houve o rendimento esperado do Brasil, decepcionando as expectativas dos brasileiros. O medíocre desempenho da seleção foi ficando evidenciado com a constante queda no ranking mensal da Fifa, ao cair para 14º lugar em outubro, sua pior posição na história dessa classificação, embora, atualmente, o time pentacampeão mundial já esteja em 13º lugar. A prova disso é que a seleção, no interregno depois da Copa até agora, não convenceu nem mesmo aquele que tinha a incumbência de convocar os atletas, por ter tido a nítida incompetência de chamar mais de cem jogadores diferentes, sendo criticado em todas as convocações e principalmente por ter perdido títulos importantes e deixado de formar a seleção base para a Copa das Confederações de 2013 e muito menos para a Copa do Mundo de 2014. O seu trabalho foi se mostrando desastroso, em termos de preparação técnica e tática, por revelar que os jogadores talentosos não conseguiam render o suficiente para justificar até mesmo a sua convocação, de tal modo que o rendimento do conjunto sempre deixava a desejar, acenando para completo fracasso da seleção nos jogos oficiais em casa. Como a sua continuidade integrando a seleção seria sinônimo de enormes fiascos e decepções, a CBF se houve, desta vez, com absoluta maturidade e senso preventivo de ímpar inteligência, ao antever com a mais límpida segurança o insucesso com a falta de uma seleção competitiva e preparada para enfrentar os principais times já adiantados e bem preparados tecnicamente. Na verdade, não se pode dizer que houve demissão de coisa alguma, porque, depois da última Copa, jamais existiu direção técnica da seleção. O que houve, na realidade, foi a declaração da vacância do cargo de técnico, o que é diferente do que foi anunciado. Nestes dois últimos anos, os jogadores brasileiros tiveram a infelicidade e o infortúnio de desaprender a jogar coletivamente e não mostrar aquele futebol de conjunto, competição e triunfo, justamente por falta de competência de quem teve apenas a incumbência de ficar à beira do gramado, não para treinar e orientar como era de se esperar, mas para figurar tão somente como privilegiado espectador. É lamentável que o país da Copa de 2014 tenha perdido tanto tempo sem treinador da sua seleção, que antes encantava o mundo com o futebol sempre vistoso, versátil e vitorioso. O esquete Canarinho precisa, com urgência, de excelente treinador, que tenha competência, inteligência, atitude e autoridade para formar um time capaz de representar o verdadeiro futebol do Brasil. Já passou da hora de ser exorcizada a incompetência também no futebol, para o salutar benefício do desporto nacional.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 24 de novembro de 2012

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