terça-feira, 6 de novembro de 2012

Tanta ingenuidade...


Conforme reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo, o tesoureiro do mensalão, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha, houve por bem ressaltar o crescimento do PT nas últimas eleições municipais e condenar o julgamento do processo de corrupção em plena campanha eleitoral. Em texto intitulado "O recado das urnas", ele disse que o PT foi alvo de "uma autêntica operação de guerra" deflagrada pela oposição, com propagação "distorcida", de modo a provocar a "judicialização" da vida política e a "politização" da Justiça. Segundo ele, "A repetição de mentiras relativas à Ação Penal 470 se transformaram (sic) na mais forte - e, talvez, única - mensagem da grande maioria dos candidatos da oposição". O ex-tesoureiro entende que os adversários investiram de forma errada, ao apostar na despolitização do eleitorado e na sua suposta ignorância e desinformação, ao imaginar que ele “Não saberia interpretar os fatos e nem desconfiar do jogo sujo da manipulação da notícia pela mídia partidarizada". Segundo o petista, o sucesso do PT nas urnas se deve "À aprovação popular ao jeito petista de governar como uma condenação às campanhas rasteiras e demonizadoras de que fomos alvo por parte da oposição, aquela que perdeu fragorosamente", independentemente das "mentiras" e dos "interesses partidários". Ao que se pode perceber, trata-se de manifestação mais do que absurda, sem nexo, destituída de credibilidade,  por ter sido pronunciada por quem não tem a mínima moral para avaliar o sentimento dos brasileiros sobre a existência do mensalão. Falar sobre moralidade não é exatamente o ponto forte de quem teve a sórdida iniciativa de negar o mensalão, ao declarar em depoimento, de forma irracional, ingênua e infeliz, que somente ele teria sido o responsável - pelo que ele denominou de caixa 2 – pela excrescência do mensalão, por certo na tentativa de salvar a pele dos membros da quadrilha, encabeçada pela cúpula do PT. Na concepção do ex-tesoureiro, as verdades mostradas ao país pelo Supremo, às claras e com minudência, tendo por fundamento robustas e irrefutáveis provas testemunhais, periciais e materiais, não passam de mentiras, jogo sujo da oposição e manipulação da mídia partidarizada. As condenações dos corruptos pela Corte Suprema, por crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato, evasão de divisão e outros delitos, põem por terra a débil e infundada defesa de quem insiste em tapar o sol com a peneira, ao negar a extensão e a profundidade do maior esquema arquitetado para desvio de recursos públicos, do qual ele teve fundamental participação como peça chave da organização criminosa. Excluídos os beneficiários de programas assistenciais do governo, os filiados petistas, sindicalistas e congêneres, que não se interessam em saber sobre a incompetência do governo nem enxergam nada de anormal quando as irregularidades beneficiam diretamente o PT, como o caso clássico do mensalão, é evidente que parte significativa da sociedade esclarecida, que paga pesados tributos, responsável pela manutenção do desgoverno do país, preocupada com o culto aos princípios da ética, da moralidade, da eficiência, da austeridade na gestão pública, cônscios sobre o futuro da nação etc. tem plena convicção sobre os malefícios que a quadrilha do mensalão provocou ao povo brasileiro e ao país e ainda continua produzindo estragos, ao tentar negar a roubalheira aos cofres públicos. Urge que sejam criadas penas duras contra a corrupção, de modo que sirvam de verdadeira lição para os recalcitrantes e inescrupulosos lesas pátrias. Acorda, Brasil!

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES


Brasília, em 05 de novembro de 2012

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