Conforme reportagem publicada no jornal O Estado de
S. Paulo, o tesoureiro do mensalão, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por
corrupção ativa e formação de quadrilha, houve por bem ressaltar o crescimento
do PT nas últimas eleições municipais e condenar o julgamento do processo de
corrupção em plena campanha eleitoral. Em texto intitulado "O recado das urnas", ele disse que
o PT foi alvo de "uma autêntica
operação de guerra" deflagrada pela oposição, com propagação "distorcida", de modo a provocar a
"judicialização" da vida
política e a "politização"
da Justiça. Segundo ele, "A
repetição de mentiras relativas à Ação Penal 470 se transformaram (sic) na mais forte - e, talvez, única - mensagem
da grande maioria dos candidatos da oposição". O ex-tesoureiro entende
que os adversários investiram de forma errada, ao apostar na despolitização do
eleitorado e na sua suposta ignorância e desinformação, ao imaginar que ele “Não saberia interpretar os fatos e nem
desconfiar do jogo sujo da manipulação da notícia pela mídia partidarizada".
Segundo o petista, o sucesso do PT nas urnas se deve "À aprovação popular ao jeito petista de governar como uma condenação às
campanhas rasteiras e demonizadoras de que fomos alvo por parte da oposição,
aquela que perdeu fragorosamente", independentemente das
"mentiras" e dos "interesses partidários". Ao que se pode
perceber, trata-se de manifestação mais do que absurda, sem nexo, destituída de
credibilidade, por ter sido pronunciada por
quem não tem a mínima moral para avaliar o sentimento dos brasileiros sobre a
existência do mensalão. Falar sobre moralidade não é exatamente o ponto forte
de quem teve a sórdida iniciativa de negar o mensalão, ao declarar em
depoimento, de forma irracional, ingênua e infeliz, que somente ele teria sido
o responsável - pelo que ele denominou de caixa 2 – pela excrescência do
mensalão, por certo na tentativa de salvar a pele dos membros da quadrilha,
encabeçada pela cúpula do PT. Na concepção do ex-tesoureiro, as verdades mostradas
ao país pelo Supremo, às claras e com minudência, tendo por fundamento robustas
e irrefutáveis provas testemunhais, periciais e materiais, não passam de
mentiras, jogo sujo da oposição e manipulação da mídia partidarizada. As
condenações dos corruptos pela Corte Suprema, por crimes de corrupção ativa,
corrupção passiva, lavagem de dinheiro, peculato, evasão de divisão e outros
delitos, põem por terra a débil e infundada defesa de quem insiste em tapar o
sol com a peneira, ao negar a extensão e a profundidade do maior esquema
arquitetado para desvio de recursos públicos, do qual ele teve fundamental
participação como peça chave da organização criminosa. Excluídos os
beneficiários de programas assistenciais do governo, os filiados petistas,
sindicalistas e congêneres, que não se interessam em saber sobre a
incompetência do governo nem enxergam nada de anormal quando as irregularidades
beneficiam diretamente o PT, como o caso clássico do mensalão, é evidente que
parte significativa da sociedade esclarecida, que paga pesados tributos,
responsável pela manutenção do desgoverno do país, preocupada com o culto aos
princípios da ética, da moralidade, da eficiência, da austeridade na gestão
pública, cônscios sobre o futuro da nação etc. tem plena convicção sobre os
malefícios que a quadrilha do mensalão provocou ao povo brasileiro e ao país e
ainda continua produzindo estragos, ao tentar negar a roubalheira aos cofres
públicos. Urge que sejam criadas penas duras contra a corrupção, de modo que
sirvam de verdadeira lição para os recalcitrantes e inescrupulosos lesas
pátrias. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de novembro de 2012
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