Conforme reportagem publicada na revista Veja, o operador do mensalão teria
afirmado ao Ministério Público Federal que o Partido dos Trabalhadores lhe
pediu dinheiro para “calar um empresário”
que ameaçava envolver o ex-presidente petista e o atual secretário-geral da
Presidência da República no assassinato do prefeito de Santo André (SP), em
2002. Segundo a matéria da revista, o operador se negou a repassar o
dinheiro, mas ele tem conhecimento de que o empresário o recebeu de um amigo do
ex-presidente. O secretário-geral se apressou para dar sua versão sobre o caso,
dizendo que “Nunca vi Marcos Valério,
nunca falei com ele, nem por e-mail nem por nada. Nunca soube dessa história de
chantagem em Santo André. Eu não sei o que ele está tentando. Vocês devem
imaginar. Tem que respeitar o desespero dessa pessoa”. Ele também disse que
as supostas declarações do réu no mensalão não vão “atingir” o ex-presidente,
porque “É natural isso, que as pessoas
tentem atingir Lula, mas não vão conseguir. O presidente nunca teve nada com
essa história. Está longe, fora disso, completamente. O presidente Lula é o que
o povo está vendo pelo país afora. Se tem uma coisa que não nos perturba é isso.”.
Quanto às manifestações em foco, o instituto que representa o ex-presidente não
quis se pronunciar sobre a reportagem, quando o próprio acusado deveria vir a
público se defender, à vista da sua expressiva liderança como ex-mandatário do
país. Em
reportagem anterior da revista Veja,
o operador do mensalão afirmou que tem vídeos guardados em bancos, com
informações capazes de provar os fatos que ainda não foram revelados, mas que
podem envolver novas e importantes pessoas da vida pública e comprometê-las
seriamente, ante o detalhamento dos acontecimentos. Apontado como o operador do
mensalão, ele já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 40 anos de
prisão, por cinco crimes. Diante desse fato, o secretário-geral afirmou que o
depoimento em causa é fruto de mero “desespero”. Como o
ilustre ministro reconhece que essa manifestação decorre de desespero do
operador do mensalão, parece legítimo que a Justiça, na linha da sua
competência constitucional de reconhecer e assegurar o direito de o cidadão contar
o que sabe sobre delitos praticados contra o Estado ou a sociedade, conceda ao réu
a oportunidade para que ele diga tudo o que não pôde contar antes porque ainda
tinha a pseudoesperança de não ser condenado, confiante nas promessas e até na
garantia da cúpula do PT, ao assegurar-lhe que a Corte Supremo não seria capaz
de julgar coisa nenhuma, à vista de que o maior rombo da história republicana,
na ótica petista, não passaria de simples estória da Carochinha e ninguém seria
sequer admoestado, quanto mais punido com as pesadas penas que estão sendo
anunciadas. É muito importante para o país que o operador do mensalão revele
algo que o povo ainda precisa saber: a verdade. Com base nela e nas
investigações pertinentes, se for o caso, a nação poderá concluir quem mente ou
diz a verdade nesse nebuloso e indigno episódio que ainda envergonha os
brasileiros. A sociedade anseia por que novas e circunstanciadas investigações sejam
promovidas sobre a assombrosa quadrilha que aterrorizou os cofres púbicos, de
modo que não pairem mais dúvidas sobre os verdadeiros componentes de tamanho
bando de malfeitores. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de novembro de 2012
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