quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Por moralização urgente


Na semana passada, a Controladoria Geral da Bolívia divulgou que o patrimônio do presidente do país vizinho, mostrando que ele havia crescido do equivalente a US$ 110 mil em 2006 para US$ 388 mil neste ano. Logo a agência oficial de notícias ABI ressaltou que o patrimônio do presidente teria crescido "fundamentalmente pela revalorização de seus bens e pela somatória dos 88 salários, incluindo 13º". O governo boliviano informa que o ex-líder sindicalista cocaleiro possui uma casa, uma propriedade e um pequeno rebanho bovino. O presidente boliviano fez questão de justificar a sua riqueza, ao afirmar: "Se o povo vai me presenteando e presenteando, o patrimônio vai seguir aumentando" e "Que culpa tenho eu?" sobre os presentes que ganha, que são, segundo ele, responsáveis pelo aumento líquido de seu patrimônio em 253% desde que chegou ao poder, em 2006. Ele citou os presentes de ponchos, que são abrigos feitos à mão, tradicionais dos Andes, e uma de suas marcas desde que chegou ao poder. Pelos seus cálculos, somente em ponchos, os presentes chegam a US$ 100 mil, cerca de 500 peças, na cotação individual de US$ 200. É bastante curioso que a oposição boliviana pretenda que o presidente esclareça o aumento de seus bens e adianta que a explicação do governo, sobre a poupança dos salários do presidente, é inconsistente. É certo que jamais se pode comparar a importância do cargo de presidente da Bolívia com o do Brasil, mas isso não é motivo o bastante para que a oposição entenda ser justo que o mandatário do país justifique a exagerada evolução do seu patrimônio, pasmem, de 253%, ou seja, o presidente possuía, em 2006, R$ 220 mil e agora ele tem R$ 780 mil. No Brasil, os políticos conseguem multiplicar por 20 vezes, sem o menor escrúpulo, o seu patrimônio e ainda entendem que os ganhos são legítimos, apenas não conseguem explicar a maneira como aconteceu tamanho milagre. Reportando-se aos presentes oferecidos aos presidentes da República, o último general, ao deixar o cargo, foi enfático quando questionado por que não levaria os presentes recebidos, ele disse que aqueles presentes pertenciam à presidência da República e não à pessoa do ocupante do cargo. Entendimento contrário teve o último presidente socialista do Brasil, que levou com ele para São Bernardo/SP, ao deixar a Presidência, 11 caminhões de mudança, lotados de presentes e de bens dos Palácios do Planalto, inclusive um crucifixo, e do Alvorada, motivando campanha no sentido de que ele os devolva aos legítimos danos, o povo brasileiro. Em comparação dessa notícia envolvendo o aumento da riqueza do presidente boliviano com a evolução do patrimônio de alguns políticos brasileiros, pode-se inferir que aquele país estar ano-luz dos maquiavélicos esquemas de corrupção empregados com absoluto sucesso nas terras tupiniquins, onde é normal, da noite para o dia, alguém ficar milionário tão somente exercendo cargo público eletivo, apenas desviando recursos públicos mediante contratos superfaturados, alocação de verbas para ONGs fajutas e outras artimanhas e formas irregulares de enriquecimentos ilícitos e desonestos. Urge que a sociedade repila com urgência e severidade os maus políticos que, de forma indigna, utilizam a vida pública para abusar inescrupulosamente dos recursos públicos em beneficio próprio. Acorda, Brasil!    

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

 
Brasília, em 13 de novembro de 2012

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