O
prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, depois de respaldar, no
último pleito, a candidatura tucana à Prefeitura de São Paulo, anunciou que vai
apoiar a reeleição da presidente da República, em 2014, caso ela se candidate.
Ele disse que "Meu sentimento é de
apoiar a presidente Dilma e imagino que o sentimento da maioria do partido
também seja essa, mas temos que aguardar uma decisão oficial do partido. O que
a maioria decidir será acatado por todos". As declarações desse
político coincidem com a aprovação, pela Câmara Federal, do projeto que cria a
Secretaria da Micro e Pequena Empresa. A criação desse órgão tem por finalidade
atraí-lo para o lado do governo federal, uma vez que o seu nome é tido por
certo para assumir essa pasta, que tem status
de ministério. Perguntado acerca da possibilidade de assumir um ministério no
governo, ele confirmou que "terá que
trabalhar com o governo" e "No
momento não estamos pensando nisso e isso não está sendo o fator primordial
para apoiar o governo. Porém, se ficarmos com o governo, teremos que trabalhar
com o governo". Pode-se se inferir, das suas afirmações que a ocupação
do cargo de ministro será “enorme” sacrifício, como se essa classe política,
que vive sonhando com cargos importantes, não fosse capaz de fazer miséria para
ser ministro, porque isso se torna excelente oportunidade para alguém não
somente continuar na vida pública sem produzir absolutamente nada para a
sociedade nem para o país, a exemplo da absurda quantidade de órgãos chinfrins com
status de ministério obsoletos,
dispensáveis, dispendiosos e improdutivos, mas em especial pela facilidade ímpar
de arranjar expressiva quantidade de empregos para incompetentes
correligionários, aliados partidários e outros afilhados assemelhados. Além de
poder influenciar nas facilidades de contratação de empresas financiadoras de
campanhas eleitorais, de conseguir recursos para ONGs fajutas de amigos e
familiares e de usufruir das nababescas mordomias próprias da titularidade do
cargo. A
tentação ao fisiologismo é algo vergonhoso e irresistível não apenas desse
cidadão. Veja-se que ele criou seu partido com a ideologia de ter autonomia e
independência quanto ao apoio principalmente ao governo. Agora vem com o maior
descaramento dizer que apoia a reeleição da presidente da República, justamente
na iminência de ser agraciado, de forma ridícula, com uma pasta ainda criada na
Esplanada mais famosa do país. Não menos indigna é a atitude da presidente que,
ao invés de enxugar a máquina pública, como medida necessária à austeridade dos
gastos públicos, decidiu criar um órgão para agradar esse oportunista e carreirista
político. Essa
rápida adesão do prefeito de São Paulo ao PT apenas confirma o deplorável e
desmoralizado cenário político brasileiro, cujos líderes se vendem facilmente
por órgão público, como verdadeira moeda de troca por apoio político. É pena
que o povo não perceba a falsidade e a enganação dos chamados “moralistas”, que
defendem bonitas ideologias e conquistam o poder, mas praticam fisiologismo
infecto e indigno em proveito pessoal. Urge que a sociedade desperte sobre a real,
cruel e pobre mentalidade dos políticos brasileiros, que têm como único propósito
a conquista do poder e o usufruto das benesses proporcionadas pelos recursos
dos brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de novembro de 2012
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