quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Urgente socorro ao Nordeste

Os sertanejos do semiárido paraibano e de resto da região Nordeste estão sendo obrigados a enfrentar uma das piores e mais violentas secas dos últimos anos, conforme o cenário de horror deflagrado com a longa estiagem, causando terrível falta d’água quase generalizada e imerecido castigo às pessoas e aos animais. Não existindo água, consequentemente as pessoas têm enorme dificuldade para sobreviver, devido à escassez também de alimentos. O quadro de calamidade e de terror já atingiu o seu grau extremo, aflorado pelo extermínio de animais pelas impiedosas sede e fome. A beleza da paisagem nordestina se transformou em autêntico e tristonho mar de animais dizimados pela violência da seca, sem que o seu proprietário tenha condição de evitar a catástrofe e salvá-los, diante de suas já minguadas forças e da falta dos indispensáveis meios e recursos apropriados, que não aparecem nessa hora de clamor e de perversidade contra o povo e os animais. A pouquíssima ajuda dos governos, federal e estadual, serve tão somente de verdadeiro paliativo, por não resolver a crise e ainda contribuir para agravar a aflição e o desespero, porquanto não há a imprescindível sensibilidade por parte das autoridades púbicas para com o estado deplorável pelo qual o homem do campo é obrigado enfrentar solitariamente na sua mais grave dor. Além do evidente desamparo e da falta de apoio das instituições públicas, o sertanejo convive, de forma dolorosa, com a perda do seu precioso e sagrado animalzinho de criação, sempre cuidado por ele com inexcedíveis carinho, dedicação e sacrifício, visto que um e outro fazem parte da difícil história de labuta do dia a dia do bravo e forte nordestino. O que mais causa decepção diante desse quadro calamitoso é a evidente falta de efetiva ação e presença dos governos, não somente neste momento crucial, mas antes mesmo que a situação se agravasse a ponto de se tornar incontrolável e de difícil de reversão do quadro atual, o que teria evitado enormes sofrimentos e perdas dos animais, que não têm mais como recuperá-los. Também não se compreende como as autoridades públicas se mantêm insensíveis aos problemas crônicos do povo nordestino, sempre castigado pelos eternos efeitos das secas inclementes, não merecendo a devida e plena atenção de quem tem o dever constitucional de amparar as pessoas atingidas por calamidades públicas, como essa seca, mediante políticas capazes de assegurar obras estratégicas suficientes para solucionar ou, ao menos, amenizar a tragédia que arrasa as forças do sempre bravo sertanejo. Ele somente é lembrado nas campanhas eleitorais, sendo alvo, nessas ocasiões, de rasgados elogios e de reconhecimento quanto à sua braveza e resistência às constantes dificuldades, enfrentadas com resignação os tenebrosos e longos períodos de seca. Não se pode olvidar a existência das obras de transposição do Rio São Francisco, que, apesar de abusivas propagandas governamentais, arrasta-se a passos de tartaruga e tem servido de precioso canal para desvio de dinheiros públicos. Além disso, trata-se de obra faraônica que não resolve a plenitude da questão da seca, por abranger apenas determinadas localidades, e o seu altíssimo custo tem sido motivo de questionamentos, por ter triplicado o seu valor desde a origem das contratações, em razão da incompetência do governo, diante da falta de gerenciamento, e da notória ausência de controle sobre a aplicação dos recursos pertinentes. Urge que as autoridades públicas sejam sensíveis aos martírios dos destemidos nordestinos e capazes de adotar efetivas e eficientes medidas políticas públicas, tendo por base um conjunto de micro e macro ações que sirvam não somente de paliativo ao seu sofrimento, mas de definitiva solução dos males causados pelas secas devastadoras. Help para os bravos nordestinos...
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 1º de novembro de 2012

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