quarta-feira, 10 de abril de 2013

A marca atemorizante da violência

A sociedade brasileira, com maior destaque para as pessoas que moram nas metrópoles, vem passando por momento crucial, devido ao recrudescimento da criminalidade, que extrapolou os limites da tolerância e da compreensão humanas, salvo do sentimento das autoridades públicas, que não se sensibilizam com o descalabro que cada dia se agiganta contra a população indefesa e assombrada. A todo instante, a marca da bandidagem reaparece com sua característica maldade, não escolhendo a origem ou a nacionalidade das vítimas. As mais recentes agressões atingiram uma atriz e seu marido, que trabalham na Globo. Ainda sob os efeitos do choque causado pelo ocorrido, ela disse que "A gente fica sem chão. Não estou bem, não. Estou me sentindo como se estivesse anestesiada. Fiquei tão nervosa que não vi nada. Só vi uma arma brilhante batendo no vidro e ouvi a pessoa dizer 'sai' e falei para o motorista: 'abre'. Abaixei minha cabeça, entreguei minha bolsa e cada um saiu por um lugar. Eu saí por uma porta, meu marido por outra e o motorista por outra".  Por sorte, os assaltantes levaram os pertences pessoais e o veículo que os conduzia, mas o trauma psicológico permanece para sempre nas vítimas. A situação da criminalidade na cidade Maravilhosa atingiu nível alarmante e insuportável, fato esse que vem contribuindo, com inteira razão, para afugentar os turistas das belas praias cariocas. É curioso que a polícia, na tentativa de prender os meliantes, localizou o carro roubado e, no mesmo local, havia outros dois veículos também roubados momentos antes, o que demonstra a fragilidade da repressão à delinquência, que nada teme diante das facilidades para a sua atuação malévola. Causa espanto se verificar que a intensa criminalidade e a afronta à sociedade não são suficientemente capazes de sensibilizar as autoridades quanto à urgente necessidade da criação de mecanismos destinados ao combate às constantes investidas da criminalidade, que demonstra sua força perversa sobre a sociedade, que não tem condições de reação, no sentido de exigir o cumprimento do dever constitucional e legal do Estado de propiciar proteção e segurança à população. No caso do Rio de Janeiro, em especial, a omissão das autoridades salta aos olhos e motiva se perquirir por que os órgãos de controle não as enquadram, juntamente com as autoridades federais, em crime de responsabilidade, justamente por deixar de cumprir prescrições constitucionais fundamentais e vitais? É evidente que a nítida frouxidão do combate à bandidagem e a incerteza sobre sanções com eficiência e de forma exemplar têm contribuído para a crescente onda de violência e de ameaça à ordem pública. É lamentável que a marca da violência demonstre incerteza quanto à segurança absoluta dos turistas que desembarcam no país, para participarem da Copa do Mundo da Fifa. A sociedade anseia no sentido de que a alarmante barbárie, que aterroriza a sociedade indistintamente, desperte com urgência a sensibilidade e vontade política dos governantes, com vistas à implementação de medidas enérgicas e duras para combater a banalização da criminalidade, que vem amedrontando não somente os brasileiros, mas principalmente aterrorizando os estrangeiros, que certamente vão boicotar a Copa do Mundo de 2014, justamente em razão da falta de segurança e da incerteza quanto ao seu regresso com vida ao seu país, à vista do vigor da violência brasileira. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 10 de abril de 2013

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