domingo, 7 de abril de 2013

Certeza da seca e para combatê-la?

O ministro da Integração Nacional acaba de revelar projeção preocupante para o Estado da Paraíba, cuja população deve continuar sendo castigada pelos efeitos da inclemente e desafiadora seca, pelo menos até o final de 2014. Esse temível vaticínio tem por base o resultado de pesquisas climáticas, dando conta de que a estiagem se estenderá por bastante tempo, permitindo que as chuvas sejam escassas no Nordeste. No caso da Paraíba, a situação é agravada por consequência dos baixos reservatórios de água, em quantidade estimada em 33% da sua capacidade. O ministro disse que “As previsões já se confirmaram e as chuvas que ocorreram foram iguais ou inferiores às do ano passado. Estamos caminhando para o segundo ano de seca e com os reservatórios com níveis mais comprometidos, o que aumenta muito nosso desafio para garantir o amparo aos mais castigados pela estiagem”. Ele afirmou que o Governo combaterá um pouco os efeitos drásticos da seca com a construção, até dezembro de 2014, de 750 mil cisternas e a perfuração, até o final de 2013, de 2.500 poços artesianos, com dispêndios estimados no montante de R$ 9 bilhões. O ministro anunciou o reforço do fornecimento de água por meio de carros pipas, da garantia safra, da bolsa estiagem e da renegociação das dívidas dos pequenos produtores rurais. As questionadas obras referentes à transposição do Rio São Francisco serão retomadas a partir de maio, que contarão com a participação de 8,3 mil trabalhadores, cuja conclusão está prevista para o final de 2015. Não deixa de ser decepcionante acompanhar as tristes notícias sobre a continuação das secas, concomitante aos reiterados descasos das autoridades públicas acerca do drama dos nordestinos, permitindo que se perpetue a situação de penúria e de crise generalizada, sem que haja adoção de medidas efetivas para sanear definitivamente o caos por que passa a gente sofrida do Nordeste. Agora, o mais intrigante de tudo isso é se perceber que, inversamente ao massacre causado pela impiedosa seca, os nordestinos ainda têm a indignidade de aprovar, com índices elevados, a atuação do governo totalmente alienado sobre a questão da seca. O mais incrível é que essa aprovação chega a superar as demais regiões do país, que não passam por situação tão lamentável como a da estiagem. Seria importante que o sertanejo, o nordestino de fibra, tivesse dignidade e coragem de se expressar com fidelidade, repudiando o descaso e a omissão das autoridades públicas, que não exercem a competência constitucional de proteger e amparar as pessoas e os animais envolvidos pelos infortúnios da seca. Os nordestinos têm todo direito de exigir tratamento humano de qualidade, com vistas a combater, de forma satisfatória, não somente a atual situação periclitante, mas as principais causas das devassadoras secas, que já se tornaram frequentes. Já passou do tempo de o governo adotar efetivas e permanentes medidas, não somente nas épocas das estiagens. O nordestino tem a obrigação de reagir e se insurgir contra a morosidade das poucas e ineficazes ações governamentais, com a finalidade de atender com a devida justiça e presteza suas necessidades prementes e fundamentais. Basta de conivência com a falta de ação e a despreocupação do governo, apenas pródigo em promessas, como aquelas anunciadas acima, mas ineficiente e ineficaz quanto à solução dos problemas de extrema gravidade, que vêm dizimando a consciência, a dignidade e a vida dos bravos nordestinos. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 06 de março de 2013

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