A
presidente da República participou da inauguração da Arena Fonte Nova, na
Bahia, que servirá de sede de jogos da Copa do Mundo de 2014, mas antes o
estádio será palco, em junho vindouro, de três jogos da Copa das Confederações,
sendo um entre Brasil e Itália. Na ocasião, a mandatária do país disse que "Hoje somos uma democracia consolidada. Uma
democracia que cresce e compartilha os frutos desse crescimento com todos os
cidadãos deste país. Uma democracia que respeita a diversidade, que é contra a
discriminação". A sua declaração tenta justificar o fato de que,
quando foi sede da Copa do Mundo em 1950, o Brasil não era uma democracia
consolidada. Ela também afirmou que "Somos
um país que sabe que, se é capaz de lutar contra a discriminação da pobreza,
tem que ser capaz de lutar contra todos os tipos de discriminação. E aí vou
enfatizar a questão do acesso das cotas raciais e sociais.". No seu
pronunciamento, a presidente sublinhou a diversidade cultural e étnica do
Brasil, ao dizer que “Nós fizemos um país
diferente do mundo, em que todas as etnias, todos os credos, todas as filiações
conseguem viver em paz, da mesma forma o Bahia e o Vitória.”. Finalizando,
ela disse que o Brasil está mostrando que é “insuperável” dentro e fora do
campo de futebol. “Dá orgulho olhar para
esse estádio e ver que estamos superando as expectativas. De fato somos um país
conhecido como insuperável ali no campo, mas estamos mostrando que somos
insuperáveis fora do campo.”. Não há dúvida de que o Brasil é realmente
insuperável, principalmente no que diz respeito à incompetência de seus
governantes, quando dá prioridade à construção de estádios de futebol, para
sediar os jogos da Copa da Fifa, com a duração de um mês e dispêndio de bilhões
de reais, em benefício exclusivo dos interesses econômicos da organização
mundial do futebol, que vem ditando as regras a serem seguidas em consonância
com seus ditames e caprichos. Os estádios, na sua maioria, a exemplo do de
Brasília, após a copa serão transformados em elefantes brancos, sem utilidade
para a sociedade. O país contra discriminação jamais concordaria em empregar
bilhões de reais senão em eficientes hospitais, ampliando assistência à
população. No caso do Brasil, haveria benefício para a sacrificada população,
sem atendimento, morrendo nas filas e nos corredores dos precários hospitais,
justamente porque as prioridades oficiais discriminam os necessitados da
assistência primária. Os estádios brasileiros são obras faraônicas e verdadeiros
monumentos ao desperdício de recursos públicos. A presidente precisa ser
alertada de que os brasileiros estão sendo discriminados diante daqueles que
têm plena segurança e vigilância palacianas, pois a criminalidade, com sua
monstruosidade, está transformando a sociedade num bando de desajustados
psicologicamente, ante a tresloucada violência que grassa à solta,
principalmente nas grandes metrópoles, fazendo com que os bandidos cometam os
piores crimes, sem que as autoridades públicas adotem medidas enérgicas e
capazes de combater o descalabro da delinquência, que se repete a todo momento,
de forma sempre estarrecedora e ninguém se digna em enfrentar a desorganização
do Estado e a falta de autoridade, em verdadeira discriminação com as pessoas
honradas e trabalhadoras. É mais do que cristalina a discriminação contra a
sociedade que paga religiosamente os tributos indispensável à manutenção de um
governo que não enxerga as mazelas que fazem com o país, que teria condições
para se consolidar como grande nação, consiga potencializar o distanciamento
entre a realidade brasileira e a falta de priorização das políticas públicas,
ante a incompetência generalizada das autoridades públicas, cuja visão míope
enxerga apenas algo do seu exclusivo interesse. A sociedade, na ânsia de
eliminar toda espécie de discriminação,
espera por hospitais eficientes, ensino de qualidade, segurança pública atuante,
boas estradas e, enfim, por maciços investimentos em infraestrutura e políticas
públicas que satisfaçam as necessidades básicas dos brasileiros, que pagam
impostos de primeiro mundo e quase nunca recebem assistência satisfatória, em
virtude da discriminação governamental, que prioriza construção de majestosos e
dispensáveis estádios, ao invés de hospitais, escolas, estradas etc. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de abril de 2013
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