segunda-feira, 1 de abril de 2013

Deficiência gerencial do país


A campanha presidencial de 2014 já foi lançada, na prática. Alguns candidatos já estão trabalhando no sentido de conquistar o maior apoio dos políticos, a exemplo da presidente da República, que, sem o menor pudor e de forma escancarada, vem usando a máquina pública para ampliar a sua base de sustentação política com a entrega de ministérios aos partidos da coalizão formada pelo governo, em escandaloso e espúrio sistema antidemocrático, por contrariar os princípios do decoro e da moralidade. Enquanto os escândalos e a indecência são processados à vontade nos palácios, o país fica à mercê da incompetência do governo, que não implementa as medidas necessárias ao crescimento da nação, em especial as prementes reformas estruturais, como a tributária, econômica, previdenciária, administrativa, trabalhista, político-eleitoral e tantas outras que são indispensáveis ao sepultamento dos sistemas retrógrados, obsoletos, que vêm impedindo a tão almejada modernização das políticas e metas capazes de promover o soerguimento do progresso do país. No que se refere à oposição, o que se verifica é a indecisão e a disputa interna dos partidos, na tentativa da escolha da pessoa para representá-los no pleito presidencial. Tudo isso contribui para que a atuação ineficiente e desqualificada do governo passe ao largo, sem a devida fiscalização e muito menos cobrança quanto à necessidade de o país ser administrado com aptidão e dignidade, em harmonia com a sua grandeza econômica e potencialidade no contexto das nações, observados os princípios éticos e morais. Na verdade, a oposição vem demonstrando ser verdadeiro cabo eleitoral do governo, com o silêncio, a omissão e a leniência com as práticas espúrias e prejudicais ao país. Ela certamente seria notada e valorizada se cumprisse seu dever de apontar as indecências, as falcatruas e os desmandos do governo, que nada gerencia e muito menos tem iniciativa para orientar as políticas públicas, permitindo que as conquistas da economia escorram pelos ralos palacianos. A oposição não consegue criticar as incoerências e trapalhadas petistas, para que os fatos pudessem ser objeto de destaque junto à opinião pública, porque a mídia dificilmente seria tão credenciada quanto ela, que tem competência constitucional para apontar e divulgar os resultados pífios e as fragilidades dos amontoados órgãos públicos, que não funcionam por falta de coordenação e orientação quanto às medidas e projetos de interesse da nação. É difícil saber exatamente quem é mais incompetente nesta nação, se o governo ou a oposição. Aquele que nada faz de positivo em benefício do país e esta que é incapaz de mostrar as mazelas e de cobrar providências saneadoras. A oposição funcionaria de forma construtiva ao país se tivesse coragem e capacidade para apontar as falhas e deficiências do governo e exigir correção, em especial, agora, quando se abate sobre o país apagão logístico e de infraestrutura atingindo o sistema de transportes, consistindo na deficiente operação dos portos, na falta e no sucateamento das rodovias, na inexistência de transportes fluvial, ferroviário, aeroportuário e noutras deficiências capazes de possibilitar o escoamento da safra agrícola e a produção nacional, de forma mais abrangente, não somente para os portos, mas para o interior do país. O precário sistema de transportes tem o condão de encarecer o custo dos produtos e de onerar o bolso da população. Custa acreditar que, apesar dos avanços, das conquistas tecnológicas e do conhecimento humano, o país não se mobilize no sentido de solucionar com urgência não somente a questão crucial da falta de logística nos transportes, mas todas as deficiências nacionais, que vêm contribuindo para o subdesenvolvimento do Brasil. A sociedade tem o dever cívico e patriótico de exigir competência das autoridades públicas, no sentido de solucionar, com urgência, a falta de gerenciamento do país, ante o seu descompasso com a realidade brasileira, sob pena de a nação continuar submetida ao atraso crônico e à inadmissível penúria de iniciativas, que comprometem o seu desenvolvimento socioeconômico. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 31 de março de 2013

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