Neste fim de semana,
a presidente da República concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, abordando os momentosos assuntos que afetam a administração do país.
Segundo um dirigente petista, a presidente teria se portado na “defensiva demais”, tendo desagrado importante
ala do partido. A avaliação de alguns partidários é de que a presidente não se
empenhou o bastante para mostrar que o governo vem trabalhando com o maior afinco
e esforço no sentido de encontrar as melhores respostas aos reclames da “voz das ruas”. Mas as maiores críticas
recaíram sobre a declaração dela de que o ex-presidente da República petista não
vai voltar ao Palácio do Planalto porque de lá ele nunca saiu. Para alguns
petistas, essa afirmação, embora denote algo positivo, abre largo flanco para
críticas da oposição, ávida por arranjar motivos para explorar as falhas do
governo. Ao dizer que o ex-presidente da República petista nunca saiu do
Palácio do Planalto, a mandatária do país jamais foi tão sincera na sua vida.
Tanto isso é verdade que qualquer ruído, por menor que seja na administração do
país, imediatamente ela pega o avião presidencial e pousa literalmente no “colo”
do "todo-poderoso", para detalhar as dificuldades e solicitar socorro,
pedindo orientação para solucioná-las. Em seguida, as medidas adotadas têm
exatamente a feição dele, com todo maquiavelismo do marketing populista e
totalmente adequado aos interesses do partido e, principalmente, tomando as
cautelas para serem evitados deslizes que seriam desastrosos para a reeleição e
a perenidade no poder, únicos projetos dos sonhos do partido, muito mais
importantes do que os interesses do país e da sociedade. Isso fica muito claro
quando os petistas demonstram preocupação com o que a oposição possa deduzir
sobre a precipitada, porém correta, declaração da presidente de que ela não tem
competência para administrar o país sem o respaldo e a orientação do eterno
"mestre" e “guru”. Enquanto isso ocorre, o país fica prejudicado com
a continuidade do acefalismo na administração pública, comprometendo a
eficiência da gestão pública e o desenvolvimento da nação. A sociedade tem o
dever cívico de se conscientizar sobre a cristalina falta de competência do
governo, não somente para solucionar as questões que, esporadicamente, afetam
as estruturas do Palácio do Planalto, mas, especificamente, para executar as
políticas públicas, como educação, saúde, segurança pública e demais projetos e
atividades da incumbência constitucional do Estado, à vista da insatisfação manifestada
pelo povo, nos recentes protestos das ruas. Não à toa que as últimas pesquisas
de opinião pública evidenciam a deficiência do gerenciamento do país, apontando
acentuada queda na popularidade da presidente e acenando para a urgente necessidade
da priorização das políticas públicas para o atendimento das carências da
população, ante a visível demonstração da falta de sintonia do governo com as
causas sociais, à vista das elevadas arrecadações de tributos, que não correspondem
com a gritante desigualdade da execução dos serviços públicos, por pecar pela
falta de substância e qualidade. Urge que a sociedade se conscientiza de que o
país não pode permanecer acéfalo, sem governo capaz de administrá-lo com
competência e eficiência, como forma de recuperar o quanto antes tanto tempo de
desperdício de oportunidades e de recursos públicos, que estão contribuindo para
o subdesenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de julho de 2013
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