sexta-feira, 26 de julho de 2013

À espera de sensibilidade e competência

O último candidato tucano à Presidência da República flerta com aproximação ao Partido Verde, como forma de viabilizar a sua candidatura a esse cargo, por considerar que isso é importante para seu projeto político.  Embora seu destino político ainda seja incerto, o tucano assegura aos amigos que está apenas “conversando”, a fim de se definir com relação aos próximos passos na política. O tucano já teve encontro com o presidente nacional desse partido, conversando sobre questões da política em geral, inclusive acerca das perspectivas para a eleição, tendo em conta que os recentes protestos das ruas podem influenciar nas mudanças do quadro eleitoral brasileiro. É impressionante como os políticos não têm sensibilidade, a exemplo do eterno candidato presidencial tucano, para entender que o cavalo encilhado passa somente uma vez e a oportunidade não pode ser perdida. O tucano já teve duas importantes ocasiões para ganhar fácil, fácil, dos petistas e não conseguiu mostrar competência para se tornar vitorioso. Bastava ter tido um pouquinho de perspicácia para revelar ao eleitorado as deficiências da administração petista, materializadas na falta de programa de governo. O erro capital do tucano foi não apresentar à nação programa capaz de atacar ponto a ponto o descaso generalizado com a coisa pública pelo governo petista e a forma precisa e eficiente do PSDB para gerenciar a nação. As mazelas começavam pela saúde, onde o Sistema Único de Saúde já se mostrava grande recebedor de dinheiros, mas eficiente desperdiçador de verbas, mediante a má gestão e a evidente falta de controle dos dispêndios, permitindo que a assistência à saúde seja desastrosa e as pessoas morram dentro dos hospitais, totalmente sucateados e obsoletos. Idênticas precariedades já eram visíveis, à época, na educação, nos transportes públicos, na segurança pública, no saneamento básico, na infraestrutura e nas políticas públicas em geral, onde seus funcionamentos indicavam as piores deficiências e a falta de prioridades, à vista da grandeza econômica do país, posicionado entre as maiores potências econômicas do mundo, mas figurando no topo das piores do planeta, em termos de qualidade de vida do seu povo, se considerados os índices de avaliação de desenvolvimento de recursos humanos, pelos organismos internacionais. O tucano, considerado economista de escol, não teve competência para mostrar a incapacidade gerencial dos petistas, cujo governo se beneficia de arrecadações batendo recordes sucessivos, mas a gestão do país continuava no marasmo, sem transformação na melhoria de vida do povo. Na última eleição, o tucano ficou discutindo com a candidata petista questões relacionadas a abortos, privatizações e outras situações religiosas, perdendo preciosos segundos na discussão de programa de governo e deixando de mostrar a maneira e as condições de eficiência capazes de promover transformações na gestão do país e revolução na forma de administrar o país, tendo por base a eliminação do fisiologismo consolidado na administração pública, mediante o loteamento dos órgãos públicos aos aliados das espúrias coalizões de governo; o estabelecimento de prioridades das ações e políticas públicas; o assessoramento de pessoas tecnicamente qualificadas para dirigir a administração pública; a exterminação dos cabides de empregos no serviço público; o enxugamento da pesadíssima máquina pública; enfim, com a implantação do sistema de mérito e de eficiência na gestão dos recursos públicos, observados os princípios constitucionais da ética, moralidade, legalidade, transparência e economicidade, tendo em conta a satisfação das necessidades essenciais dos brasileiros. O tucano poderia ter se comprometido com a implementação das indispensáveis reformas estruturais do Estado, principalmente com a diminuição drástica da insuportável carga tributária, que contribui não somente para sacrificar o custo de vida da população, mas atravancar o desenvolvimento do parque industrial, impedindo que a produção nacional consiga deslanchar, em virtude da falta de competitividade com os produtos importados; a modernização e o aperfeiçoamento dos sistemas educacional, previdenciário, trabalhista, político-eleitoral, administrativo, tecnológico etc. O Brasil precisa, com urgência, de homens públicos que tenham competência, preparo de estadista e disposição para implantar medidas de vanguarda e administrar programas de governo realistas, em condições de revolucionar os pilares da economia, da política, da sociedade e dos setores substanciais e indispensáveis ao desenvolvimento do país, mediante a transformação das ruindades do atual governo em realizações benéficas e profícuas para a população, tendo a sensibilidade e a humildade de convocar o povo, a par da sua grandeza, para participar efetivamente da implantação de uma nova nação, com vistas à construção do Brasil autêntico, solidário e verdadeiro. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 25 de julho de 2013

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