quarta-feira, 3 de julho de 2013

Inaceitável falta de reformas estruturais

Será por que o plebiscito é tão importante ao interesse público e ao país, no momento em que a sociedade se rebela contra o generalizado desgoverno e a cristalina incompetência dos setores da administração pública? Por qual motivo somente a reforma política foi privilegiada para ser parcialmente discutida com a sociedade, por meio de consulta sobre o que já deveria ter sido feito há bastante tempo, mas não o foi por incontestável negligência dos políticos eleitos para administrar o país? Ou será se resolvendo, à moda dos políticos, o caos do sistema político-eleitoral os demais problemas que travam o progresso da nação são automaticamente solucionados a reboque da tão sonhada reforma para atender o interesse apenas das classes dominantes? Não há a menor dúvida de que outros procedimentos semelhantes de reformulação precisam ser promovidos, para aperfeiçoamento e modernização das questões estruturais de suma importância para a melhoria das condições de vida do povo brasileiro. O governo precisa justificar à nação a sua evidente omissão e o indiscutível desprezo para com essas prementes reformas, em virtude de a sua falta de efetividade contribuir para causar verdadeiro retrocesso ao crescimento do país. As reformas estruturais podem ser implementadas com o menor esforço se houver interesse dos políticos e do Estado, porquanto o equacionamento das graves questões nacionais depende apenas do empenho em solucioná-las. É extremamente estranho que, no torvelinho dos gigantescos protestos, em que as manifestações estão causando o maior rebuliço e desorganização, em especial, no governo da presidente da República, não haver a menor iniciativa de ninguém para levantar a bandeira reivindicando a promoção das reformas essenciais ao desenvolvimento do país. Não adiante realizar reforma meia sola apenas na política se não forem reformulados os demais setores estruturais da nação, a exemplo da administração pública, totalmente depauperada com o inchaço da máquina pública e emperrada com a arcaica burocratização; da tributária, que massacra a sociedade com carga equivalente a quase 40% do Produto Interno Bruto, além de contribuir como verdadeiro gargalo à expansão da competitividade da produção nacional; da previdenciária, por ser um sistema ultrapassado que acumula déficits significativos e sucessivos nas contas públicas; da trabalhista, que carece de modernização do sistema de empregos; da educacional, que demonstra má qualidade do ensino público; da saúde, diante do falecimento do SUS, que não consegue controle eficiente sobre o sistema de atendimento médico-hospitalar, permitindo que a população adoeça cada vez mais nos corredores dos hospitais, por deficiência generalizada dos órgãos incumbidos do seu gerenciamento; dos transportes, à vista da decadência dos sistemas rodoviários, portuários, aeroportuários, que estão defasados em relação ao gigantismo do Brasil, que não consegue se desenvolver em razão do desprezo e da falta de investimentos na infraestrutura, que contribuem para a estagnação do crescimento do país; da segurança pública, por funcionar completamente sucateada e despreparada com relação ao súbito crescimento da criminalidade, além da miserabilidade da remuneração dos policiais militares, que arriscam a vida para proteger a sociedade; do sistema habitacional, que funciona precariamente, permitindo que a população não tenha moradia; e de tantas outras reformas em setores essenciais à melhoria das condições de vida dos brasileiros e ao pleno funcionamento do parque industrial, que contribui para a manutenção e aumento do emprego e da mão de obra, como forma de fomentar o crescimento da nação. Urge que o governo federal e as autoridades públicas se conscientizem sobre a necessidade da realização de reformas estruturais do país, com abrangência e profundidade, como forma de, modernizando e aprimorando os mecanismos do Estado, seja possível caminhar na busca do tão almejado desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 02 de julho de 2013

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