Em
comemoração ao principal dia do trabalhador, a presidente da República, a
pretexto de se solidarizar com os trabalhadores brasileiros, fez verdadeiro discurso
de cunho eleitoreiro, no qual sobressaem contradições, incoerências, broncas
contra oposicionistas e rosário de bondades, próprios de candidata petista à
reeleição. A mandatária do país até que poderia ter aproveitado pelo menos o
Dia do Trabalho para poupar a população de meias verdades, em alguns casos, e
de mentiras, noutros, em especial quando se referiu, com bastante ênfase, aos
fatos e às mudanças que teria feito no seu governo. Ao que se pode perceber, ela
deve se referir ás transformações sociais, que não passam de medidas que se
inserem nas funções administrativas de governo, mas mereceram destaque da
significância de quem se considera candidata à continuidade no cargo, por serem
mudanças ocorridas na área social, absolutamente dentro do processo normal de
qualquer Executivo, que jamais podem ser consideradas como algo extraordinário,
por ser fruto natural da evolução da humanidade, que impõe obrigação mínima de
o Estado amparar as famílias carentes. Embora a presidente
do país tenha ressaltado o vergonhoso escândalo que levou à quebra da Petrobras,
com insinuação de ser favorável às investigações dos fatos irregulares, é
notório o tanto de esforço que o Palácio do Planalto, encampado pela liderança
do seu partido, para obstaculizar, no Congresso Nacional, a criação da CPI
destinada à apuração dos fatos que deixaram o povo estarrecido com as ações
abomináveis dos governistas em tentar a todo custo, inclusive questionando
junto no Supremo Tribunal Federal, inviabilizar as investigações, justamente
porque há o envolvimento dela na aquisição, com suspeita de valor
superfaturado, da refinaria de Pasadena, nos EUA, que resultou em enorme rombo aos
cofres da Petrobras. Por sua vez, causa tremenda estranheza a iniciativa da
correção da tabela do Imposto de Renda, apesar de ser medida mais do que
reclamada e ansiada pelos sacrificados trabalhadores, que, de forma reiterada, vêm
lutando bravamente, juntamente com organizações representativas da sociedade, pela
efetiva atualização dessa tabela, ante a corrosão da capacidade contributiva da
sociedade. Não obstante, é totalmente injustificável que a medida seja aprovada
exatamente na coincidência do Dia do Trabalho, como ato isolado e inédito,
tendo em vista que a aludida tabela é corrigida sempre no início do ano. Agora,
causa enorme perplexidade que esse anúncio ocorra nas proximidades das
eleições, no momento em que estão despencando as intenções de votos em favor da
presidente. Com certeza, o povo sabe distinguir as medidas verdadeiramente
legítimas dos atos preconcebidos com segundas intenções maquiavélicas,
destinadas exclusivamente à distorção da realidade dos fatos. Constitui estrondosa
hipocrisia a afirmação de que os casos de corrupção, que surgem no governo,
estão sendo combatidos e apurados, de forma implacável pela mandatária do país,
quando, na verdade, o que se tem conhecimento, até agora, é que nenhum fato foi
devidamente apurado com relação aos casos que resultaram nas exonerações de
mais de sete ministros que caíram em desgraça, sob os horrores das denúncias de
irregularidades com recursos públicos nas suas gestões. Além das constantes
falcatruas protagonizadas por filiados ao partido governista, que nada acontece
com os corruptos. A petista até que deveria, para seu bem e da nação, deixar de
alardear faxina da corrupção no seu governo, porquanto suas afirmações não
condizem com os acontecimentos e os fatos verdadeiramente ocorridos, por já ter
ficado comprovado que essa seara não é exatamente a especialidade dominante
dela e do seu partido, por terem sido incapazes de punir os desonestos que
saíram por livre e espontâneo arbítrio do seu governo ou que cometeram atos de
corrupção. Diante das inverdades, das incoerências e dos arranjos, inventados
de última hora, com a exclusiva finalidade de serem estabelecidas situações apropriadas
às conveniências político-eleitoreiras, é bastante lamentável que ainda tenha gente
com a insensibilidade capaz de estranhar que o povo deixe de reconhecer os
benefícios desse governo, sob o pífio argumento de que ele teria transformado
as condições de vida dos brasileiros, propiciando a ela substanciais melhorias,
mediante a conquista de moradias, veículos, móveis, eletrodomésticos etc.,
quando noutros governos isso não era possível. Na verdade, quem ainda tem
condições de somente avaliar os fatos sociais sem levar em consideração a
natural e salutar evolução da humanidade, quanto aos princípios a ela
inerentes, próprios da sociedade, como econômico, social e demais fatores que têm
o poder de influenciar as relações sociais e econômicas. Não há dúvida de que
essa diminuta capacidade de enxergar os fatos, sob o prisma da sua natural
forma de evolução, pode contribuir para que haja real dificuldade de se
perceber que inexiste mérito, contribuição ou bondade do governo à pobreza ou
ao povo, porque a ação dele não passa do processo absolutamente normal que se
harmoniza aos tempos modernos, em que toda sociedade é partícipe da evolução
dos novos tempos, tendo pleno direito de usufruir dos benefícios catalisados pelo
desenvolvimento das nações, ressalvados os casos dos povos submetidos aos
perversos e desumanos regimes socialistas, onde eles são obrigados ao jugo do
subdesenvolvimento e da escravidão comunista, cujos países têm a simpatia
dessas pessoas que ainda idolatram os governantes tupiniquins, mesmo com suas
limitações, precariedades e deficiências na prestação dos serviços públicos
essenciais, a exemplo de educação, saúde, segurança, infraestrutura, saneamento
básico etc., além da incapacidade de visualizar a premência das reformas
estruturais do Estado. Urge que o país possa ser administrado por estadista à
altura da competência e da inteligência capazes de solucionar as tormentosas
questões que estão impedindo o normal desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de abril de 2014
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