quinta-feira, 1 de maio de 2014

À espera da competência

Em comemoração ao principal dia do trabalhador, a presidente da República, a pretexto de se solidarizar com os trabalhadores brasileiros, fez verdadeiro discurso de cunho eleitoreiro, no qual sobressaem contradições, incoerências, broncas contra oposicionistas e rosário de bondades, próprios de candidata petista à reeleição. A mandatária do país até que poderia ter aproveitado pelo menos o Dia do Trabalho para poupar a população de meias verdades, em alguns casos, e de mentiras, noutros, em especial quando se referiu, com bastante ênfase, aos fatos e às mudanças que teria feito no seu governo. Ao que se pode perceber, ela deve se referir ás transformações sociais, que não passam de medidas que se inserem nas funções administrativas de governo, mas mereceram destaque da significância de quem se considera candidata à continuidade no cargo, por serem mudanças ocorridas na área social, absolutamente dentro do processo normal de qualquer Executivo, que jamais podem ser consideradas como algo extraordinário, por ser fruto natural da evolução da humanidade, que impõe obrigação mínima de o Estado amparar as famílias carentes. Embora a presidente do país tenha ressaltado o vergonhoso escândalo que levou à quebra da Petrobras, com insinuação de ser favorável às investigações dos fatos irregulares, é notório o tanto de esforço que o Palácio do Planalto, encampado pela liderança do seu partido, para obstaculizar, no Congresso Nacional, a criação da CPI destinada à apuração dos fatos que deixaram o povo estarrecido com as ações abomináveis dos governistas em tentar a todo custo, inclusive questionando junto no Supremo Tribunal Federal, inviabilizar as investigações, justamente porque há o envolvimento dela na aquisição, com suspeita de valor superfaturado, da refinaria de Pasadena, nos EUA, que resultou em enorme rombo aos cofres da Petrobras. Por sua vez, causa tremenda estranheza a iniciativa da correção da tabela do Imposto de Renda, apesar de ser medida mais do que reclamada e ansiada pelos sacrificados trabalhadores, que, de forma reiterada, vêm lutando bravamente, juntamente com organizações representativas da sociedade, pela efetiva atualização dessa tabela, ante a corrosão da capacidade contributiva da sociedade. Não obstante, é totalmente injustificável que a medida seja aprovada exatamente na coincidência do Dia do Trabalho, como ato isolado e inédito, tendo em vista que a aludida tabela é corrigida sempre no início do ano. Agora, causa enorme perplexidade que esse anúncio ocorra nas proximidades das eleições, no momento em que estão despencando as intenções de votos em favor da presidente. Com certeza, o povo sabe distinguir as medidas verdadeiramente legítimas dos atos preconcebidos com segundas intenções maquiavélicas, destinadas exclusivamente à distorção da realidade dos fatos. Constitui estrondosa hipocrisia a afirmação de que os casos de corrupção, que surgem no governo, estão sendo combatidos e apurados, de forma implacável pela mandatária do país, quando, na verdade, o que se tem conhecimento, até agora, é que nenhum fato foi devidamente apurado com relação aos casos que resultaram nas exonerações de mais de sete ministros que caíram em desgraça, sob os horrores das denúncias de irregularidades com recursos públicos nas suas gestões. Além das constantes falcatruas protagonizadas por filiados ao partido governista, que nada acontece com os corruptos. A petista até que deveria, para seu bem e da nação, deixar de alardear faxina da corrupção no seu governo, porquanto suas afirmações não condizem com os acontecimentos e os fatos verdadeiramente ocorridos, por já ter ficado comprovado que essa seara não é exatamente a especialidade dominante dela e do seu partido, por terem sido incapazes de punir os desonestos que saíram por livre e espontâneo arbítrio do seu governo ou que cometeram atos de corrupção. Diante das inverdades, das incoerências e dos arranjos, inventados de última hora, com a exclusiva finalidade de serem estabelecidas situações apropriadas às conveniências político-eleitoreiras, é bastante lamentável que ainda tenha gente com a insensibilidade capaz de estranhar que o povo deixe de reconhecer os benefícios desse governo, sob o pífio argumento de que ele teria transformado as condições de vida dos brasileiros, propiciando a ela substanciais melhorias, mediante a conquista de moradias, veículos, móveis, eletrodomésticos etc., quando noutros governos isso não era possível. Na verdade, quem ainda tem condições de somente avaliar os fatos sociais sem levar em consideração a natural e salutar evolução da humanidade, quanto aos princípios a ela inerentes, próprios da sociedade, como econômico, social e demais fatores que têm o poder de influenciar as relações sociais e econômicas. Não há dúvida de que essa diminuta capacidade de enxergar os fatos, sob o prisma da sua natural forma de evolução, pode contribuir para que haja real dificuldade de se perceber que inexiste mérito, contribuição ou bondade do governo à pobreza ou ao povo, porque a ação dele não passa do processo absolutamente normal que se harmoniza aos tempos modernos, em que toda sociedade é partícipe da evolução dos novos tempos, tendo pleno direito de usufruir dos benefícios catalisados pelo desenvolvimento das nações, ressalvados os casos dos povos submetidos aos perversos e desumanos regimes socialistas, onde eles são obrigados ao jugo do subdesenvolvimento e da escravidão comunista, cujos países têm a simpatia dessas pessoas que ainda idolatram os governantes tupiniquins, mesmo com suas limitações, precariedades e deficiências na prestação dos serviços públicos essenciais, a exemplo de educação, saúde, segurança, infraestrutura, saneamento básico etc., além da incapacidade de visualizar a premência das reformas estruturais do Estado. Urge que o país possa ser administrado por estadista à altura da competência e da inteligência capazes de solucionar as tormentosas questões que estão impedindo o normal desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 30 de abril de 2014

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