Uma senadora do PCdoB, que se notabilizou pelo seu
comportamento com um tanto de intransigência e outros mais de agressividade em
exagerada defesa da então presidente da República petista, durante o processo
de impeachment, no Senado Federal, acaba de voltar aos holofotes da mídia por
causa bastante estranha, depois que decidiu apoiar a candidatura de uma jovem
que gravou vídeo mostrando festa regada a drogas e bebidas alcoólicas em sua
casa.
A citada jovem, candidata a vereadora de Belém (PA)
pelo mesmo partido da senadora, foi condenada pelo Tribunal de Justiça do Pará,
no mês de julho último, a três anos e quatro meses de prisão, em regime aberto,
em razão de a referida gravação dizer respeito à filmagem onde a candidata convida
as pessoas para “beber um chopp, cheirar
uma coca na manha, sem embaçamento”, ou seja, ela faz apologia à esbornia e
agora é heroína da senadora comunista.
Sem levar em conta o episódio degradante, a
senadora gravou vídeo abraçada com a candidata em que, pasmem, a chama de
“jovem talentosa” e ainda não poupa rasgados
elogios, nestes termos: “Eu já sabia de
você antes de conhecê-la, senhorita Andreza, do sucesso que você faz”.
No programa partidário, a senadora comunista ainda
diz não ter dúvidas de que a jovem comunista será uma “grande vereadora” e uma “representante
da juventude, das mulheres, dos trabalhadores, dos estudantes”.
A aludida participação da senadora comunista causou
imediata reação negativa nas redes sociais, sendo tratada com ironia, como a de
que “Não tinha mais ninguém pra você
apoiar, né? Um candidato normal, decente, honesto, sem folha corrida na polícia,
em toda Belém!”.
A senadora ainda tentou se defender, afirmando que
o PCdoB apoia a candidata do vídeo “pela
sua força, determinação e porque ela representa a realidade de dificuldades dos
jovens das periferias, sem oportunidades e que tentam sobreviver em uma
sociedade de preconceitos, em muitos casos, extremamente excludente”.
Ou seja, a justificativa da senadora não condiz nem
um pouco com a realidade mostrada pela candidata, que não demonstrou, no seu
vídeo, as questões de dificuldades de sobrevivência e muito menos existência de
preconceito e exclusão, alegadas pela comunista, que não reconhece a sua
absoluta conduta de desprezo à dignidade que precisa ser defendida no exercício
de cargos públicos eletivos.
À toda evidência, a senadora transmite para a
sociedade a sua personalidade e o seu sentimento de cidadã com propósitos
contrários aos princípios da dignidade, quando, sem o menor pudor, apoia, com
toda a sua sinceridade, uma jovem marginal, que tem como principal feito
mostrar seu péssimo gosto por bebidas alcoólicas e drogas, atitude
absolutamente incompatível com os princípios desejáveis para a formação de
famílias saudáveis.
É
evidente que a aparição de senadora fazendo campanha de pessoa condenada pela
Justiça, em razão de ter infringido a legislação penal, demonstra o nível
sofrível de alguns representantes do povo, que de igual modo não tem capacidade
para escolher as pessoas quanto às condições ética, moral e digna para
representá-lo, conforme mostra o quadro lastimável em que uma mulher pública
concita o ingresso de uma criminosa na política, apesar do seu caráter ser
completamente incompatível com a honradez que se exige para o exercício de cargos
públicos eletivos.
Por
certo, a pessoa indicada pela senadora não satisfaz os requisitos de dignidade
e honradez, por já ter demonstrado afronto aos princípios fundamentais de
civilidade e moralidade, os quais estão jungidos ao dever de honrar, entre outros
conceitos humanitários, as regras de boa conduta.
Os
brasileiros precisam se conscientizar sobre a premência de se eliminar da vida
pública pessoas que não tenham equilíbrio, sensibilidade e muito menos senso de
racionalidade e razoabilidade para compreender que as atividades
político-partidárias devem ser exercidas com elevado grau de responsabilidade,
de modo a satisfazer plenamente o interesse público. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 30 de setembro de 2016