Indignado
por ter sido apanhado pelo laço certeiro do juiz federal de Curitiba, o
ex-presidente da República petista tenta, desesperadamente, arranjar álibi para
reverter situação das mais constrangedoras para quem se julga o deus das terras
tupiniquins.
Totalmente
massacrado moralmente depois de ter se tornado réu pela segunda vez na Operação
Lava-Jato, em razão de ter recebido propinas da construtora OAS, o político
decidiu tentar desacreditar e desmerecer as autoridades e as instituições, como
forma de se livrar da prisão.
Os
artifícios empregados pelo petista deixam evidentes as dificuldades para
destruir as consistentes provas levantadas pela Lava-Jato, de que ele teria se
beneficiado de dinheiro desviado da Petrobras, fato que sugere que ele se
insurja contra os denunciantes, preferencialmente com palavras duras em desacato
às autoridades, nada condizentes com a sua relevância política de ex-presidente
do país.
Demonstrando
total desequilíbrio, o político zombou dos investigadores da Lava-Jato, quando
discursava em comício, no Ceará, ao denominá-los de “uns meninos do MPF (Ministério Público Federal)” que “futucam” a sua vida, como se os fatos
denunciados o envolvendo não pudessem ser apurados, com vistas à busca da
verdade.
Logo
depois, ele achou por bem apontar a sua metralhadora carregada de verborragia em
direção ao juiz de Curitiba, ao afirmar, pasmem, que “Duvido que alguém dentro do MP e até mesmo o Sérgio Moro seja mais
honesto do que eu”, dando a entender que os citados integrantes da
Lava-Jato não são tão honestos como ele, que teria se tornado réu de forma
injusta e indevida.
A
maquiavélica estratégia agressiva de desacato às autoridades, construída para
descreditar as instituições do país, tenta tão somente desestabilizar e
desmoralizar as estruturas democráticas, em consonância com a ideologia do
partido do ex-presidente, tendo como principal mentor o comandante máximo do petrolão,
segundo definição dos investigadores do Ministério Público.
Essa
mesma linha de tentativa de destruição de autoridades e instituições públicas é
seguida por importantes autoridades do PT, que têm como modelo o
“todo-poderoso”, como o fez o vice-líder do PT na Câmara, por ter entendido que
a Operação Lava-Jato interfere nas eleições, a exemplo do disse, em tom irônico,
que “Moro e os Golden Boys iniciam
operação #BocaDeUrna”, enquanto um senador do partido sugeriu ao advogado
do petista que o (o ex-presidente) encorajasse a dizer a seguinte “pérola”: “Fala para ele desacatar o juiz… se prenderem
o Lula, aí vão prender e torná-lo um preso político. Aí nós fazemos esse país
virar de cabeça para baixo”, em explícita estratégia de absurda tentativa
de desmoralização da autoridade judicial, tendo por objetivo tumultuar os
trabalhos da Lava-Jato, sob a forma de confronto político direto, próprio de
regimes totalitários.
Ao
que tudo indica, o petista e seus asseclas demonstram desconhecer o disposto no
artigo 331 do Código Penal, que prevê até dois anos de reclusão “a quem desacatar um funcionário público no
exercício da função ou em razão dela”.
Sempre
que a Operação Lava-Jato faz revelação bombástica e cirúrgica sobre as
atividades nada republicanas do ex-presidente, ele reage de maneira colérica
contra os integrantes da força-tarefa, na tentativa desesperada e inócua de se
colocar na condição de principal vítima, como se desconhecesse a realidade dos
fatos, que são translúcidos diante dos inegáveis acontecimentos.
Aproveitando
a presença de militantes, o petista sacou o seu surrado, reprisado e
desacreditado repertório de hipocrisia, na tentativa de sensibilizá-los, ao dizer
que a sua ascensão política vem de passado humilde até a Presidência da
República, como se esse fato tivesse o poder do salvo-conduto da prática de
atos apontados como irregulares.
Nessa
mesma linha demagógica, ele classificou as denúncias contra a sua pessoa como
tendo objetivo meramente político, a par de insinuar a existência do antigo
complô baseado no “do nós contra eles”
e pontificou que “Talvez eu tenha
cometido crime de ter criado o Bolsa Família”, em mais uma vã, ridícula e
absurda tentativa de autovitimização.
Na
verdade, os crimes atribuídos, nesta fase, ao ex-presidente não se caracterizam
como sendo de natureza política, uma vez que eles têm origem no recebimento de
propinas da OAS, no valor estima em R$ 3,8 milhões, os quais deverão se juntar
a outros, cujas investigações ainda pendem de conclusão, mas já há fortes
suspeitas de que eles têm por base elementos igualmente consistentes, à vista
da materialidade das provas.
É
evidente que, diante das acusações repletas de provas, o ex-presidente parece
ter enorme dificuldade para rebatê-las. Caso contrário, não estaria debochando
e tentando desacreditar as investigações, autoridades e instituições, preferindo
se insurgir, por conveniência, contra os resultados incriminatórios e ainda
tratar com ironia e desdém as autoridades, que são apenas representantes do
Estado, que fazem senão cumprir com o devido zelo - algo que muitos políticos
não o entendem – a sua missão funcional e institucional, na forma legal.
Em
que pese se autodenominar a “alma mais
honesta” do país, o petista de notabilizou por criar frases de contestação
judicial capciosa na tentativa de se distanciar da Justiça, a ponto de o
procurador-geral da República e o ministro do Supremo Tribunal Federal, este responsável
pela Operação Lava-Jato, terem dito que o ex-presidente tenta embaraçar as
investigações do petrolão, ante os reiterados recursos impetrados por ele.
Além
de tentar confundir e embaralhar as investigações da Lava-Jato, o ex-presidente
recorreu até à ONU, alegando ser vítima de perseguição política, em que pese o
PT ter governado o Brasil, por 13 anos, em clima de absoluta democracia, em que
os fatos falam por si sós e mostram a realidade cruelmente construída pelo
próprio petista, que precisa se defender contra as denúncias contra ele, como
forma de demonstrar a sua inculpabilidade com relação aos fatos apontados pelos
procuradores, ao invés de ficar agindo em desrespeito às autoridades, à Justiça
e às leis.
Enquanto não houver lição pedagógica com força
capaz de calar, em definitivo, aqueles que se julgam donos da razão, que pintam
e bordam, se achando ainda como os verdadeiros donos do Brasil, embora eles já
tivessem sido escorraçados do poder, a onda de desacato à autoridade e o
deboche à Justiça vão continuar como regra, porque é exatamente assim que a
prepotência e a arrogância se amoldam aos planos dos petistas, que se acham
acima de tudo, de todos e das leis, as quais não devem ser aplicadas a eles,
por se considerarem seres diferenciados dos demais mortais.
Como o ex-presidente tem absoluta certeza que
é honesto e não incorreu na prática de ato irregular, cabe a ele apenas provar,
em acatamento às regras democráticas, a sua inculpabilidade, por meio de
documentos e elementos juridicamente válidos, sem necessidade de se insurgir
contra as autoridades que apenas cumprem seu dever institucional de investigar
e apontar o resultado pertinente, pois é justamente assim que funciona nos
países sérios e evoluídos democraticamente, onde os homens públicos respeitam
as autoridades e acatam as decisões judiciais, em clima de harmonia e de
civilidade.
Na verdade, a rebeldia dos petistas somente
conspira contra seus interesses, dando a entender que as denúncias têm a força
de contrariar seus interesses políticos, principalmente no que diz à absoluta
dominação das classes política e social e à conquista do poder, que são seus
únicos e reais objetivos ideológicos político-partidários, em detrimento dos
interesses nacionais, conforme denunciam os fatos e a história de seu triste
legado.
Os brasileiros precisam se conscientizar sobre
a verdadeira mentalidade distorcida de quem somente enxerga os fatos sob o
prisma de suas conveniências e seus interesses pessoais e partidários, sem a
menor preocupação com as causas nacionais, à vista do lastimável resultado da
gestão do governo recém-afastado, que conseguiu deixar a nação quase em completa
destruição, em termos de desenvolvimento econômico e social. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 29 de setembro de 2016
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