sábado, 17 de setembro de 2016

Degeneração sob ritmo das armas


Diante da situação cada vez mais caótica com relação ao desabastecimento do país, onde as leis do mercado ignoram por completo os decretos e as bravatas em série do governo, que têm se mostrado inócuos e ineficientes, o presidente da Venezuela decidiu que o combate à escassez de oito em cada dez produtos básicos precisa ser promovido por meio das armas, literalmente.
Para tanto, ele destacou nada mais nada menos que 18 generais da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que terão a incumbência de mapear e controlar a distribuição de cada dos principais produtos de primeira necessidade, sendo que o azeite ficará a cargo do general fulano, enquanto o arroz será cuidado pelo oficial sicrano e assim por diante, ficando cada general encarregado por determinado gênero ou produto em escassez, o que demonstra que a degeneração é cada vez mais preocupante para os venezuelanos, que não veem o momento da falta total dos produtos de primeira necessidade, a continuar nesse ritmo maluco de descontrole pelo governo.
Segundo o governo, a medida em apreço objetiva desmontar possível complô que está dificultando a colocação dos produtos nas prateleiras dos supermercados.
Dois meses atrás, o presidente do país delegou ao Exército a missão de combater a “guerra econômica”, considerada como tal nos moldes da teoria orquestrada pelas empresas privadas que controlam a distribuição de produtos básicos, resultando na escassez com fins especulativos, prejudiciais aos interesses nacionais.
Na opinião de especialistas de mercado, a medida em tela não surtirá o mínimo resultado prático e suas chances de sucesso da ofensiva são praticamente nulas, considerando que as principais causas do desabastecimento de produtos são invisíveis aos olhos dos generais.
O fato é que o rigoroso e não menos incompetente controle de preços e de estatizações foi herdado do pai da Revolução Bolivariana, que, ao contrário do que se era esperado, contribuiu para a drástica retração da produção nacional, forçando o país a importar praticamente tudo o que é consumido ali.
Para agravar ainda mais o quadro dramático da economia, os preços do petróleo tiveram expressiva queda no mercado internacional, que foi coadjuvada pela inflação galopante (com previsão de chegar a 720% até o fim do ano, conforme disse o Fundo Monetário Internacional - FMI), fato que contribuiu para levar ao efetivo colapso o arruinado modelo econômico bolivariano, que desandou por completo, à vista do cruel e terrível desabastecimento de gêneros de primeira necessidade.
Não à toa que apenas um em cada quatro venezuelanos consegue comer três refeições diárias — e ainda assim trocando a carne pela salsicha e a maioria dos alimentos está sendo substituída por outros de qualidade bem inferior, em completa situação de dificuldade imposta pelo famigerado regime socialista/comunista ao sofrido povo daquele país.
A constatação é de que, a todo instante, o governo venezuelano entende que precisa adotar medida de cunho meramente desesperado e paliativo, que nem sempre minimiza as agruras, conquanto elas apenas tendem a alongar as graves crises socioeconômicas, que se acentuam à medida que a incompetência administrativa se exacerba diante da falta de alternativa capaz de sanear as notórias precariedades que grassam no país.
O processo de degeneração socioeconômica pelo qual demanda sobre os venezuelanos lamentavelmente servia de modelo para o governo tupiniquim recém-afastado, que nutria enorme simpatia pela extrema incompetência do sistema bolivariano, com sede no retrógrado e decadente socialismo, apesar da sua indiscutível capacidade para arruinar e destruir as estruturas do Estado, em especial no que diz respeito aos aspectos social, econômico, político e administrativo, sem olvidar as ferrenhas restrições dos direitos humanos e dos princípios democráticos, onde são cerceadas as liberdades individuais e de expressão, em dissonância aos princípios humanitários.
Os brasileiros precisam conhecer exatamente o que vem acontecendo de perverso, maléfico, degradante e desumano na gestão administrativa do regime socialista/comunista da Venezuela, de modo que ele sirva de verdadeiro modelo para o Brasil jamais o adotar como forma de governo, ante a sua plena incompatibilidade com os salutares princípios humanitários e de civilidade. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de fevereiro de 2016

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