A
Olimpíada realizada em terras tupiniquins mereceu os aplausos da crítica
mundial, com o reconhecimento unânime sobre o seu resultado exitoso, em que
tudo ocorreu em conformidade com os padrões normais esperados para evento de
tamanha magnitude, o que não poderia ser diferente, ante o longo tempo
disponível para a organização e o planejamento da programação dos
empreendimentos.
Não
obstante, ficou o lamentável registro sobre as queixas sobre a insatisfação relacionada
às falhas nas instalações e acomodações, reclamadas por diversas delegações,
diante dos alarmantes defeitos pertinentes às instalações hidráulicas,
elétricas e de gás, que impediram o pleno e imediato uso das acomodações pelos
atletas.
Diante
disso, várias delegações foram obrigadas a alojar seus atletas e suas equipes
técnicas em hotéis, enquanto se esperavam o conserto dos defeitos, que impediram
o normal uso dos apartamentos construídos para propiciar conforto aos
participantes da Olimpíada.
Segundo
as delegações, os problemas se relacionaram com “vasos sanitários entupidos, vazamentos em canos, fiação exposta,
escuridão nas escadarias, onde nenhuma luz foi instalada, e pisos sujos,
precisando de uma limpeza profunda”.
É
evidente que os organizadores dos eventos não precisavam passam por situação
vexaminosa, com a exposição de problemas que deveriam ter sido saneados e
evitados, caso a competência e a responsabilidade profissional estivessem
presentes na Vila Olímpica, principalmente se houvesse prévia e rigorosa
fiscalização sobre as obras realizadas.
O
certo é que o mundo teve oportunidade para conhecer o tanto da incompetência
administrativa e a arrogância de alguns funcionários responsáveis pela organização
dos eventos, que permitiram a constatação de falhas absolutamente evitáveis, em
que pese a suntuosidade do empreendimento, mas isso não justifica desrespeito
aos nossos hóspedes, mesmo que por pouco tempo.
À
toda evidência, é absolutamente imperdoável a demonstração de incompetência da
organização da Olimpíada, em especial quanto às acomodações dos atletas, que
evidenciaram esse mico tupiniquim, quando, no momento da ocupação das
instalações, elas não funcionaram a contento, com a qualidade Fifa, no
linguajar da excelência em casos que tais.
Por
certo, ficou a desejar a completa incapacidade dos responsáveis pelo setor da
administração imobiliária, que tiveram bastante tempo para a promoção de
prévios e indispensáveis testes de avaliação sobre o funcionamento dos sistemas
elétrico, hidráulico, de gás e demais instalações, de modo a se assegurar
excelência do funcionamento e de se evitar esse indesejável vexame.
Não
há dúvida de que assiste razão às justas reclamações sobre múltiplos defeitos
das instalações e dos equipamentos, os quais apenas confirma a péssima
qualidade do funcionamento e da segurança das acomodações, que são formas
imprescindíveis para proporcionar bem-estar aos atletas.
Não
obstante, constituiu forma da maior descortesia a estapafúrdia tentativa de se
justificar a falta de competência demonstrada pelo prefeito do Rio de Janeiro,
que deveria ter humildade para reconhecer as falhas, mas preferiu responder as
queixas na base do jeitinho brasileiro, apenas dando a entender que falhas
acontecem e que as delegações precisavam compreender isso, como se elas estivessem
acostumadas com obras inacabadas e defeitos nas instalações.
Ademais,
convém seja dito que a importância do empreendimento, especificamente com
relação à administração imobiliária, jamais deveria ter sido confiada a
ex-atleta, que foi excelente jogadora de basquete, mas demonstrou não estar à
altura da incumbência que lhe foi confiada, justamente por se tratar de função
que exige experiência e conhecimento no ramo da administração imobiliária.
Não
há dúvida de que o preço pela incompetência foi muito alto para o Rio de
Janeiro, que não teve capacidade para concluir, com a devida eficiência, as
acomodações dos atletas, as quais, graças aos esforços à base de mutirões,
organizadas às pressas, terminaram contribuindo para o sucesso do evento de
tamanha magnitude mundial, mas a lastimável experiência aconselha que os
brasileiros precisam se conscientizar sobre o dever de cumprir os compromissos assumidos
com competência e eficiência, como fazem os países civilizados e evoluídos.
Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 14 de setembro de 2016
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