segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O reconhecimento da sociedade


Dias atrás, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, experimentou movimentação atípica, com a presença, além do normal, de agentes da Polícia Federal, que dava discreta proteção a um cidadão que procurava se disfarçar entre os passageiros.
Horas depois, a cuidadosa discrição foi desmantelada com a quebra do segredo da autoridade que estava esperando a sua vez de embarcar para os Estados Unidos da América, onde proferira palestra.
Antes da revelação, a autoridade foi instada a responder algumas perguntas de curiosos, como “O senhor é quem eu estou pensando?”. “Se é, parabéns“.
Diante da dificuldade de se manter no anonimato, à vista das inevitáveis evidências, o juiz de Curitiba, deixando de lado a sua timidez e atendendo à apreensão dos presentes, confirmou com sorriso discreto que se tratava dele, sim.
Ato contínuo, um empresário confessou para o juiz, conforme relato da revista Veja, que “Estou indo embora do Brasil, mas vejo que as coisas aqui estão começando a mudar, e o senhor é o responsável por isso.”.
Enquanto ele aguardava o embarque, outro senhor se aproximou dele e disse, in verbis: “Dá orgulho ver que existem pessoas como você. Eu fico até emocionado”. Em seguida, essa pessoa foi tomada pela emoção e chorou, de verdade.
Depois que o disfarce foi levantado, o juiz fez a alegria dos presentes, tendo participado de fotografias com grupos de pessoas e individualmente com admiradores.
Com a finalidade de manter a privacidade do juiz, ele foi embarcado com a devida prioridade, em atenção à sua autoridade, no assento da classe econômica, sem antes um comissário de bordo ter oferecido a ele, por cortesia, lugar mais confortável na classe executiva, mas ele agradeceu a gentileza.
Também dentro do avião, o juiz foi reconhecido e cumprimento por alguns passageiros, que demonstraram carinho e admiração, como reconhecimento pelo brilhante trabalho que ele vem executando, que tem sido modelo para a magistratura nacional, ao procurar cumprir com dedicação, amor e integridade o seu importante dever funcional.
No desembarque em Miami, uma passageira tentou puxar uma salva de palmas para ele, mas isso foi contido porque não é permitida a realização de manifestações no recinto escolhido, embora fosse reconhecido o merecimento dos aplausos.
Sem demonstrar sua autoridade, ele entrou na filha normal da imigração, mas foi convidado por um segurança a entrar em uma fila especial, depois que um passageiro informou quem ele é.
Ou seja, um brasileiro tinha avisado à segurança do aeroporto que “Eles não podiam deixa-lo na fila. Eu disse que o senhor é um herói brasileiro, talvez o maior depois de Ayrton Senna”.
Ainda no aeroporto de Miami, depois de passar pela imigração, houve mais fotografias, abraços, elogios e, finalmente, a pergunta que não sai da cabeça dos brasileiros: “Quando é que o senhor vai prender o Lula? É evidente que ele não a respondeu, mas ele deixou transparecer que esse tipo de pergunta o constrange.
É notório que, em razão do excelente trabalho que a força-tarefa da Lava-Jato vem executando, o juiz de Curitiba já não é celebridade e tem reconhecimento somente no Brasil, mas no resto do planeta, o que demonstra a repercussão e a importância da sua firme e competente atuação como o líder respeitado, que procura cumprir a sua missão institucional com competência e eficiência, mostrando ainda que a Justiça, se quiser, pode perfeitamente funcionar com a plena desenvoltura ansiada pela sociedade.
O Juiz de Curitiba estava viajando como principal convidado para proferir palestra no ciclo promovido pela escola de direito da Universidade de Pensilvânia, tendo como tema “Como produzir líderes com caráter e integridade e como incutir bons valores na vida pública”, matéria que ele é especialista de escol.
Na ocasião, o juiz defendeu as investigações da Operação Lava-Jato, tendo dito, entre importantes experiências hauridas no seu trabalho, que “Há um lado negro, por revelar tanta corrupção, mas também um lado luminoso, porque mostra que o Brasil está enfrentando seus problemas e quer se tornar um país melhor, menos corrupto”.
Como já se tornou praxe, o juiz foi aplaudido e pé, tanto no início como no término da palestra, em sinal de que tem sido valoroso seu trabalho para a moralização do país, que, até pouco tempo, tinha a pecha de nação desacreditada e não passava do país da impunidade, onde a corrupção imperava sob o comando dos próprios mandatários, conforme atestam os procuradores que cuidam das investigações, cujos resultados assombraram o Brasil e o mundo, com revelações bombásticas, notadamente com a de que o petista-mor é também o comandante-em-chefe dos esquemas criminosos objeto das apurações da Operação Lava-Jato.
Realmente, há verdadeiro sentimento de reconhecimento e de gratidão por parte das pessoas de bem ao juiz da “República” de Curitiba, que avaliam como positivos os resultados das investigações levados a efeito pela Operação Lava-Jato, diante da persistência e do aprofundamento em busca dos corruptos, com vistas à assepsia tão ansiada da corrupção, que passa, necessariamente, pela condenação dos criminosos que aproveitaram as facilidades propiciadas pela total falta de controle de governos incompetentes e coniventes com a bandalheira, que souberam muito bem sugar os cofres públicos, em nome da dominação absoluta de classes política e social, bem assim da continuidade no poder, como forma de concretização de ganancioso e egoísta projeto político. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de setembro de 2016

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