terça-feira, 20 de setembro de 2016

A ideologia do retrocesso


Tão logo foi enxotado da Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores cuidou de encenar sua volta ao costumeiro e saudoso formato demolidor de tratar a oposição e de refutar tudo o que não satisfaz às suas conveniências político-partidárias.
No passado, nada que não atendesse à sua conveniência partidária ou ideológica teria o apoio do partido, que ficou à margem de fatos importantes, como a aprovação de relevantes projetos de interesse nacional, os quais, ao contrário, mereceram o seu veemente boicote, a começar pela aprovação da Constituição, tendo dado continuidade à sua predestinação de radicalismo, por não participar da aliança construída em torno do governo que assumiu o país depois do impeachment do presidente da República alagoano, sabotado tanto o Plano Real, conjunto de medidas que visava à estabilidade econômica do país, como a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A história se prepara para ser reescrita com a repetição de atos igualmente deletérios aos do passado, anterior à ascensão ao poder pelo PT, que somente ele entende - por que injustificável para as pessoas normais - como sendo relevantes para os seus maquiavélicos propósitos de dominação das classes política e social, quando eles só agradam às mentalidades pequenas e contrárias ao desenvolvimento da humanidade.
No início deste mês, um deputado petista fluminense expôs, em encontro com a cúpula do partido, a tática troglodita de guerrilha, que foi prontamente encampada pelos próceres petistas, a exemplo do ex-presidente da República e do presidente da legenda, tendo como princípio o seguinte: “Vamos obstruir (a pauta no Congresso Nacional). A obstrução é um instrumento democrático”.
O PT pretende implementar seu plano diabólico com a ajuda de outros três partidos, na tentativa de impor a política de “terra arrasada”, tais como a Rede, o PCdoB e o PSol, que estão dispostos a comungar do mesmo objetivo contrário aos interesses nacionais.
Trata-se de explícita disposição para a prática de atividade política de cunho medíocre, depredatório e contrário às causas nacionais e ao aperfeiçoamento da racionalidade política, mas a intenção petista é deixar patente seu objetivo de atender, com exclusividade, os interesses pessoais e partidários, sem a menor preocupação com as causas nacionais.
Já estão na agenda do bloco partidário sob a liderança do PT o bloqueio aos projetos do governo, com a disposição de dificultar ao extremo a aprovação dos projetos prioritários, a exemplo do que estabelece limite de gastos da administração federal e o da reforma da Previdência, entre outros, que não terão vida fácil para aprovação.
          Como o déficit da Previdência hoje é de R$ 130 bilhões e atingirá, em 2017, a cifra de R$ 180 bilhões, se não forem implementadas urgentes mudanças, o caixa do sistema terá destino inexorável de quebra, mas isso pouco importa ao PT, que promete não dar trégua para nada, já tendo fechado questão contra qualquer mudança, inclusive a da previdência, que seria obrigatoriamente feita pelo governo petista, caso ele tivesse continuado.
Com a finalidade de mostrar insatisfação com o novo governo, outra frente da militância petista vem cuidando de promover, de forma intensa e predatória, invasões de órgãos públicos, como o que já aconteceu recentemente, quando o MST invadiu o Ministério do Planejamento, tendo os baderneiros se instalado em vários andares, promovendo verdadeira selvageria e destruição por onde o grupo passava, conforme relato da equipe de segurança patrimonial, que contabilizou o desaparecimento de vários objetos, evidenciando a falta de caráter dos invasores e de seus líderes.
Na atualidade, percebe-se a forma agressiva como houve a escalada da violência por simpatizantes do PT, que vem insuflando as turbas para invasões e destruições, provocando a desordem pública e a incitação à violência nas ruas, conforme mostram os meios de comunicação, em clara evidência das estratégias tipicamente adotadas por regimes totalitários.
É inacreditável que partido político tenha ideologia com o formato apropriado para transformar o mundo real, por meio de concepção própria e de fácil manipulação para que tudo faça sentido apenas em proveito de seus integrantes e da sua agremiação, podendo compreender benefícios regulares aqueles provenientes de propinas, caixa 2 e outras irregularidades do gênero, em total inversão dos valores, sem que tudo isso sequer deixe transparecer a mínima deturpação da realidade, quando ainda há quem se julgue o suprassumo da honestidade, apesar de inúmeras acusações da prática de atos contrários aos princípios da dignidade e da moralidade.
O poder da normal deturpação da realidade, ínsita na ideologia petista, deu amparo à medíocre e absurda tese do golpe no impeachment da petista,  mesmo diante da legalidade do processo pertinente, uma vez que o rito processual foi respaldado por decisões do Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a rigorosa observância aos ditames constitucionais, quando negou todos os recursos impetrados pela defesa, dando plena legitimidade ao citado procedimento, somente denominado de “golpe” pelos petistas e seus fanatizados simpatizantes.
Custa acreditar que a materialização de medidas absolutamente contrárias aos princípios da civilidade e da racionalidade, em total contramão com a modernidade histórica e o desenvolvimento da humanidade, ainda possa prevalecer como regra imaginável e defensável por pessoas presumidamente normais, tendo por justificativa a satisfação de instinto egoístico de dominação político-social e da conquista do poder, como bens maiores de ideologia fracassada e superada por sistemas avançados que privilegiam o ser humano, na sua plenitude e integralidade, como forma de crescimento das atividades político-sociais.
Compete aos brasileiros se conscientizarem, sem demora, sobre a necessidade de afastar da vida pública, como bem necessário do povo, os partidos políticos e os homens públicos que defendem e praticam ideologias contrárias aos salutares princípios da racionalidade civilidade, por não condizerem com os sentimentos de desenvolvimento humanitário. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de fevereiro de 2016

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