A
surpreendente revelação sobre a existência de caixa 2 nas campanhas eleitorais
da ex-presidente da República petista deixou muitos brasileiros estupefatos,
por acreditarem na indiscutível honestidade dela, que se dizia imune às
suspeitas sobre malfeitos nas atividades político-partidárias.
Principalmente
com relação ao processo de impeachment, a petista não se cansava de alardear,
de forma até irônica, como é que vão punir uma mulher honesta, quando não há
sequer denúncia contra a sua conduta, garantindo, inclusive, que os recursos
financeiros repassados às suas campanhas eleitorais foram “recebidos na forma da lei e registrados na Justiça Eleitoral”.
Não
obstante, a fonte insuspeitíssima do marqueteiro das campanhas da petista e sua
mulher e sócia confessou ao juiz federal de Curitiba, em português claro, a
prática do caixa 2 e que eles concordaram com tal ilicitude porque, senão, “vem outro e faz”.
Nesse
mesmo diapasão, não é diferente o que pensam os políticos gananciosos e os péssimos
empresários que não têm o menor escrúpulo em atuar e competir à margem do
ordenamento jurídico, ou seja, por meio da corrupção, ao invés de agir na
legalidade por meio da melhora da qualidade e da redução dos preços dos objetos
contratados.
Não
há dúvida de que os depoimentos prestados à Operação Lava-Jato, pelos
marqueteiros oficiais das últimas campanhas presidenciais do PT, trazem à tona
importantes informações que já eram do conhecimento de todos e que têm o condão,
agora, de confirmar que as campanhas eleitorais da petista transcorreram sob a
ótica da ilegitimidade.
É
consabido que o uso de caixa 2 caracteriza ato de desonestidade, com capacidade
de macular a decantada honestidade da ex-presidente, que não tem mais como
negar a sua participação nos malfeitos, ante a indicação de que nada era feito
nas campanhas eleitorais sem o conhecimento dela.
O
uso do caixa 2 nas campanhas eleitorais do PT põe por terra o esforço da
petista de defender a sua honradez na política, porquanto, depois da revelação
em apreço, ela não tem moral para negar a existência de ilegalidade, o que
evidencia a deterioração do que se presume da existência dos padrões de
moralidade nas atividades político-partidárias.
Esses
fatos demonstram a verdadeira face do jogo sujo que prevalece nas campanhas
eleitorais, não somente com relação ao cargo presidencial, mas em todos os
pleitos, em clara evidência da ampla manipulação dos resultados das urnas, ante
a exploração do poder econômico, conforme a revelação em causa, cujos recursos
usados de forma indevida podem contribuir, de maneira irregular, para o
atingimento de objetivos não alcançados pelos competidores, em igualdade de
condições, o que caracteriza fraude eleitoral, em contrariedade às normas de
regência.
Os
fatos vindos à lume, com a força dos marqueteiros, tornam-se mais graves porque eles se
originaram no seio do Partido dos Trabalhadores, que, há pouco mais de 35 anos,
inaugurou suas atividades políticas prometendo a garantia da ética, moral, verdade
e virtude, tendo se tornado, com isso, a mais importante força política do
país, justamente por ter conseguido angariar a confiança de brasileiros,
ansiosos pela moralização nas atividades públicas, mas os fatos protagonizados
pelo partido não deixam dúvida sobre a degeneração e a fragilidade dele, graças
à sua participação, entre outros, em graves atos de corrupção, a exemplo do
mensalão e do petrolão, e de alianças com políticos da pior espécie, tudo em
defesa da absoluta dominação e da perenidade no poder.
Na
atualidade, o Partido dos Trabalhadores tem a fama de ser agremiação dominada
pela incompetência e corrupção, entre outras precariedades incompatíveis com a
ética e a moralidade que se exigem nas atividades político-partidárias, fato
que se traduz em enormes impopularidade e descrédito quanto à seriedade como
representante do povo, que vem se conscientizando sobre as práticas deletérias
atribuídas principalmente à gestão presidencial que acaba de ter término,
diante do crime de responsabilidade.
A
responsável pela administração financeira da dupla referida acima admitiu o recebimento,
“como caixa 2, mesmo”, do valor de US$
4,5 milhões relativos à campanha presidencial de 2010, tendo explicado que “Os partidos não querem declarar o valor real
que recebem das empresas e as empresas não querem declarar o quanto doam.
Ficamos no meio disso. Não era uma opção minha, mas uma prática não só do PT,
mas de todos os partidos”.
O
casal disse que não contou nada, na fase anterior, porque tinha a intenção de
preservar a imagem da ex-presidente, ou seja, manteve o silêncio para se tornar
cúmplice com o crime.
Por
seu turno, o publicitário disse que “Eu
achava que isso poderia prejudicar a presidente Dilma. Eu que ajudei, de certa maneira, a eleição dela, não seria a pessoa que
iria destruir a presidente.”. Já a sua mulher acrescentou: “Para ser sincera, eu não quis incriminá-la,
porque achava que ia piorar a situação. Queria apenas me poupar de piorar a
situação”.
No
depoimento em apreço, o marqueteiro do PT disse que “Acho que é preciso rasgar o véu da hipocrisia que cobre as relações
políticas eleitorais no Brasil e no mundo”, dando a entender a profusão de
atos irregulares que existem nas campanhas eleitorais, principalmente pela
desproporcional e desleal prática criminosa de recursos que prejudicam a lisura
das urnas, cujos resultados não refletem a fidedignidade que deveriam
acontecer, em harmonia com os princípios da competitividade sob a ótica da
moralidade e da dignidade.
Embora
os depoimentos dos marqueteiros da ex-presidente não tenham contribuído para o
afastamento dela do Palácio do Planalto, porque outros atos também da maior
gravidade já o respaldava, eles não deixam a mínima dúvida de que a corrupção foi
fiel companheira da petista e isso integra, de forma indelével, o seu catastrófico
legado como a mandatária com múltiplos atributos prejudiciais ao interesse dos
brasileiros. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 08 de setembro de 2016
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