A
Secretaria da Receita Federal informou que a carga tributária bruta do país
subiu para 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015, acima do dado
revisado de 32,42% do ano anterior, contribuindo para o acréscimo de R$ 1,92
trilhão ao PIB brasileiro, no ano passado.
O
Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal avaliou que o
aumento de 0,24 ponto porcentual da carga tributária bruta em 2015 deveu-se ao
fato de o PIB ter caído mais que a arrecadação de tributos no ano passado.
O
chefe do referido órgão disse que “Nós
consideramos que a carga tributária se manteve semelhante ao patamar de 2014,
apesar da contração da atividade econômica. Costumamos dizer que a atividade
econômica é um dos principais fatores de variação da arrecadação, e a carga
tributária também reflete isso”.
Ele
ainda ressaltou que, embora a carga tributária dos três níveis de governo tenha
crescido em 2015, a participação da arrecadação da União no total arrecadado no
país caiu 0,13%. A participação dos Estados caiu 0,03% e a dos
municípios subiu 0,16%.
Na
avaliação dele, a tendência da participação da União no total da arrecadação é
de leve decréscimo nos últimos anos, enquanto Estados e municípios têm peso
cada vez maior. Ele disse que “A maioria
dos Estados já aumentou suas alíquotas em 2016 sobre combustíveis,
telecomunicações e bebidas, portanto deve registrar uma carga tributária mais
elevada neste ano. Além disso, os municípios vêm se aperfeiçoando na cobrança
do IPTU e do Imposto sobre Serviços (ISS)”.
Na
avaliação da Receita Federal, a carga tributária total será impactada em 2016,
por força da desoneração de tributos, porquanto, em 2015, as renúncias fiscais
da União somaram R$ 108,6 bilhões.
A
carga tributária brasileira é extremamente perversa, se comparada com outros
países que também atribuem enorme peso nos ombros dos contribuintes, uma vez
que, diferentemente, o Brasil não cuida da mesma forma com relação às
atribuições sociais, notadamente no que diz respeito à prestação dos serviços
públicos.
À
toda evidência, no país tupiniquim, há gritante distanciamento entre a eficácia
da administração fiscal e a péssima qualidade das condições de atendimento à
saúde, educação, segurança pública, previdência etc., o qual é totalmente incompatível com a carga tributária
em nível de primeiro mundo, ou seja, o Estado tem máxima preocupação apenas com
a eficiência da máquina arrecadadora, deixando as obrigações sociais à mercê da
eterna incompetência compatível com as crônicas deficiências da máquina pública,
que funciona ao caos do obsoletismo e do sucateamento, por falta de reformas
nas suas estruturas.
Nos
países civilizados onde a carga tributária é elevada, existe plena
justificativa para tanto, principalmente em razão da contraprestação dos
serviços públicos à população, que são igualmente de primeira qualidade, fato
que permite que os contribuintes se sintam em plenos conforto e tranquilidade,
por terem a certeza de puder usufruir, a qualquer momento, os serviços de qualidade,
quanto à saúde, à educação, à segurança pública, ao saneamento básico, aos transportes,
à infraestrutura etc. tudo de excelente qualidade e com a presteza de primeiro
mundo e ainda no padrão "Fifa".
Diferentemente
do que acontece no país tupiniquim, onde a carga tributária se torna
extremamente extorsiva, penosa e perversa, justamente pelos padrões de
precariedade dos serviços públicos quando são prestados à população, cujo nível
de atendimento é de tal precariedade que nem parece que se trata de país com
carga tributária elevadíssima, que ainda tem o "Leão" extremamente
especializado em sugar do trabalhador a suada renda do seu sacrificado
trabalho, quando ele ainda existe.
Urge
que o sistema tributário ultrapassado e obsoleto seja atualizado, aperfeiçoado
e modernizado, porque é notório que a sua principal função se atém ao
aprimoramento do sistema arrecadador, visando à manutenção da máquina pública
inchada, onerosa, incompetente, que funciona à mercê das conveniências
político-partidárias e ao sabor de aproveitadores, sem a menor preocupação com
o seu aperfeiçoamento e a sua modernização, tanto que há décadas as
imprescindíveis reformas conjunturais e estruturais do Estado sequer são
lembradas, como forma da implantação de administração pública eficiente e
condizente com as reais necessidades e condições para satisfazer as
vicissitudes próprias das conquistas da humanidade.
Enquanto
os governos somente vislumbrarem o aperfeiçoamento da máquina arrecadadora, sem
o menor interesse com a racionalidade das estruturas do Estado, não haverá
moleza para os contribuintes e os serviços públicos hão de permanecer precários
e responsáveis pela eterna tristeza ínsita do seu atendimento, contribuindo
para que os indicadores socioeconômicos apenas mostrem a constância do
persistente subdesenvolvimento cada vez mais prejudicial à população que vive
na situação de pobreza e de miséria, sem quaisquer perspectivas de melhoras, a
curto prazo, à vista da falta de iniciativa governamental, capaz de mudar esse
quadro de completas omissão e irresponsabilidade por parte das autoridades
públicas. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de setembro de 2016
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