O
ex-presidente da República petista disse, depois que o juiz da Operação
Lava-Jato aceitou a denúncia formulada contra ele pelo Ministério Público, que
o “Brasil vive momento de anomalia
política, onde o que menos importa é a verdade e que é um homem de consciência ‘muito
tranquila’ e não quer privilégios. Estou triste que o juiz Moro aceitou a
denúncia contra mim, mesmo sendo uma farsa, uma grande mentira. Mas temos
advogados e vamos brigar e vamos continuar lutando.”.
O
petista disse: “Se alguém apresentar uma
prova, não estou pedindo duas, apenas uma prova contra mim, quero ser julgado
como qualquer cidadão brasileiro. Eu não quero privilégio, eu não quero mentira”,
enquanto seus adoradores o aplaudiam e gritavam “Lula, guerreiro do povo brasileiro”.
Ele
também afirmou que “As coisas estão
funcionando de forma tão absurda, que
dois dias após o impeachment da presidente Dilma ser votado no Senado eles
mudaram a lei”, referindo-se à regra sobre as pedaladas fiscais.
O
petista disse que “Sou um profundo respeitador
da instituição Ministério Público e sou profundo respeitador da tese de todos
são iguais perante a lei”, ressaltando que o ex-presidente tem que ter o
mesmo tratamento que um servente de pedreiro ou um carpinteiro, porque “Este é o princípio fundamental da minha
vida. Mas não posso aceitar o que está acontecendo no Brasil neste instante,
onde o que menos importa é a verdade”, esquecendo ele que justamente a
verdade que os procuradores e, agora, a Justiça estão à procura, que lhe cabe mostrar
à saciedade.
Na
última semana, ele disse que alguns representantes do Ministério Público
fizeram “espetáculo de pirotecnia”,
para mostrar acusações contra ele, sabendo-se que “Ninguém pode ser julgado por convicção de um promotor.”.
O
político disse que “Quero que as pessoas
compreendam que fui presidente do Brasil. Talvez eu seja um intruso na história
republicana brasileira. Talvez não
estivesse previsto um ex-metalúrgico virar presidente do país e fazer
transferência de renda.”, dando a impressão que ele está acima das
investigações na busca da verdade sobre fatos supostamente irregulares
atribuídos à sua autoria.
Em
conclusão, ele afirmou que “Nenhum
cidadão do mundo hoje está mais indignado do que eu. No Brasil antes, só pobre era preso e é importante que ricos sejam
presos, mas desde que haja provas. Eu duvido que tenha empresário minimamente
sério neste país que tenha coragem de dizer que o Lula pediu um dólar para ele”.
O
ex-presidente precisa saber que os brasileiros também estão tristes pelos
lastimáveis acontecimentos, notadamente porque o principal envolvido nesse
lastimável imbróglio diz respeito ao homem público que não se cansa de dizer
que é o político mais honesto do planeta e isso constitui a maior decepção,
pelo fato de que, em caso de real honestidade, jamais seria possível que alguém
precisasse provar, na Justiça, sua inocência por suspeita da prática de
irregularidade, ainda pior pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, em consequência do recebimento de propinas.
Os
brasileiros anseiam por que o petista tenha a dignidade de, na qualidade de
ex-mandatário do país, provar sua inculpabilidade em relação à denúncia em
apreço, mostrando a legitimidade da sua atuação como importante homem público,
não importando se ele é originário da metalurgia ou de algum trono, porque o
que interessa é a verdade, venha de onde vier.
É
evidente que a aceitação da denúncia teve por base fatos com fortes indícios de
veracidade, competindo ao ex-presidente rebater com provas consistentes e
convincentes, que certamente não terá maior dificuldade para reuni-las, em
razão da sua convicção de plena honestidade, a menos que isso não tenha passado
de meras bravatas para impressionar os simpatizantes fanatizados, que preferem
não acreditar na possível realidade sobre os fatos denunciados.
É
evidente que, se a verdade acreditada pelo petista fosse tão fácil de ser
defendida, ele não estaria tão triste, mas bastante alegre e feliz, justamente
por conseguir provar sua inculpabilidade sem maiores problemas, caso contrário,
de nada teriam validos os estrebuchamentos e os esforços descomunais para ter
tentado se passar por honesto ao extremo e muito menos ganhar, no grito, a
causa que realmente precisa ser devidamente esclarecida com provas à altura do
seu arroubos de pureza, ante, diga-se de passagem, a relevância do político
envolvido nesse terrível affaire. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 22 de setembro de 2016
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