quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Tristeza maior dos brasileiros


O ex-presidente da República petista disse, depois que o juiz da Operação Lava-Jato aceitou a denúncia formulada contra ele pelo Ministério Público, que o “Brasil vive momento de anomalia política, onde o que menos importa é a verdade e que é um homem de consciência ‘muito tranquila’ e não quer privilégios. Estou triste que o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim, mesmo sendo uma farsa, uma grande mentira. Mas temos advogados e vamos brigar e vamos continuar lutando.”.
O petista disse: “Se alguém apresentar uma prova, não estou pedindo duas, apenas uma prova contra mim, quero ser julgado como qualquer cidadão brasileiro. Eu não quero privilégio, eu não quero mentira”, enquanto seus adoradores o aplaudiam e gritavam “Lula, guerreiro do povo brasileiro”.
Ele também afirmou que “As coisas estão funcionando de forma tão absurda, que dois dias após o impeachment da presidente Dilma ser votado no Senado eles mudaram a lei”, referindo-se à regra sobre as pedaladas fiscais.
O petista disse que “Sou um profundo respeitador da instituição Ministério Público e sou profundo respeitador da tese de todos são iguais perante a lei”, ressaltando que o ex-presidente tem que ter o mesmo tratamento que um servente de pedreiro ou um carpinteiro, porque “Este é o princípio fundamental da minha vida. Mas não posso aceitar o que está acontecendo no Brasil neste instante, onde o que menos importa é a verdade”, esquecendo ele que justamente a verdade que os procuradores e, agora, a Justiça estão à procura, que lhe cabe mostrar à saciedade.
Na última semana, ele disse que alguns representantes do Ministério Público fizeram “espetáculo de pirotecnia”, para mostrar acusações contra ele, sabendo-se que “Ninguém pode ser julgado por convicção de um promotor.”.
O político disse que “Quero que as pessoas compreendam que fui presidente do Brasil. Talvez eu seja um intruso na história republicana brasileira. Talvez não estivesse previsto um ex-metalúrgico virar presidente do país e fazer transferência de renda.”, dando a impressão que ele está acima das investigações na busca da verdade sobre fatos supostamente irregulares atribuídos à sua autoria.
Em conclusão, ele afirmou que “Nenhum cidadão do mundo hoje está mais indignado do que eu. No Brasil antes, só pobre era preso e é importante que ricos sejam presos, mas desde que haja provas. Eu duvido que tenha empresário minimamente sério neste país que tenha coragem de dizer que o Lula pediu um dólar para ele”.
O ex-presidente precisa saber que os brasileiros também estão tristes pelos lastimáveis acontecimentos, notadamente porque o principal envolvido nesse lastimável imbróglio diz respeito ao homem público que não se cansa de dizer que é o político mais honesto do planeta e isso constitui a maior decepção, pelo fato de que, em caso de real honestidade, jamais seria possível que alguém precisasse provar, na Justiça, sua inocência por suspeita da prática de irregularidade, ainda pior pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em consequência do recebimento de propinas.
Os brasileiros anseiam por que o petista tenha a dignidade de, na qualidade de ex-mandatário do país, provar sua inculpabilidade em relação à denúncia em apreço, mostrando a legitimidade da sua atuação como importante homem público, não importando se ele é originário da metalurgia ou de algum trono, porque o que interessa é a verdade, venha de onde vier.
É evidente que a aceitação da denúncia teve por base fatos com fortes indícios de veracidade, competindo ao ex-presidente rebater com provas consistentes e convincentes, que certamente não terá maior dificuldade para reuni-las, em razão da sua convicção de plena honestidade, a menos que isso não tenha passado de meras bravatas para impressionar os simpatizantes fanatizados, que preferem não acreditar na possível realidade sobre os fatos denunciados.
É evidente que, se a verdade acreditada pelo petista fosse tão fácil de ser defendida, ele não estaria tão triste, mas bastante alegre e feliz, justamente por conseguir provar sua inculpabilidade sem maiores problemas, caso contrário, de nada teriam validos os estrebuchamentos e os esforços descomunais para ter tentado se passar por honesto ao extremo e muito menos ganhar, no grito, a causa que realmente precisa ser devidamente esclarecida com provas à altura do seu arroubos de pureza, ante, diga-se de passagem, a relevância do político envolvido nesse terrível affaire. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 22 de setembro de 2016

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