sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pedir desculpas?


O ex-presidente da República petista, agora réu na Operação Lava-Jato, disse que está “ofendido” e “magoado” por ter, aos 71 anos de idade, a vida “futucada por uns meninos do MPF (Ministério Público Federal)”.
O petista afirmou que “Depois de dois anos de futuca, futuca e futuca, não encontrando provas, não encontrando nenhuma prova, porque eles têm de saber que eu não tenho o estudo que eles têm, mas eu tenho a vergonha na cara que muita gente não tem. E se tem uma coisa que eu me orgulho é de olhar na cara de uma mulher, olhar na cara de um homem e de uma criança e dizer para vocês que no dia que acharem um real na minha vida que não seja meu, eu não valho mais ter a confiança de vocês”.
Ele prosseguiu, dizendo que “Ao futucarem a minha vida durante dois anos, eles já disseram que eu tenho um apartamento que não é meu, já disseram que eu tenho uma chácara que não é minha” e, reafirmando não haver provas que o incrimine, o ex-presidente sugeriu que lhe pedissem desculpas pelas acusações: “O cidadão pegue a sua convicção e guarde para ele. Se está dizendo que eu fiz alguma coisa, que prove. Se não provar, peça desculpas. Não é vergonha pedir desculpas. Mas parece que ele não sabe”.
O político afirmou que “Quero dizer para vocês que eu estou com a minha consciência tranquila”, para, seguida, ironizar a situação, nestes termos: “Eu realmente fiz muito mal para este país. Eu garanti que neste país e que nesse Nordeste fossem criados 22 milhões de empregos. Nós garantimos que no Nordeste as pessoas guardassem o jegue e fossem andar de motocicleta. Nós garantimos 41 milhões de cisternas nesse Nordeste para diminuir o sofrimento do povo. Nós garantimos que pobre no Ceará possa viajar para visitar seus parentes em São Paulo de avião. Nós garantimos que os pobres não têm que fazer invasão de supermercado na época da seca, porque nós resolvemos garantir o alimento básico de cada mulher e de cada criança. Eles eram contra, porque eles não sabem o que é uma mãe botar uma criança para dormir sem que esta criança tenha um copo de leite para beber. Talvez eu tenha cometido crime de ter criado o Bolsa Família. Talvez eu tenha cometido o crime de colocar filho de pobre na Universidade”.
Como sempre o faz, ele reafirmou que "estão com medo" que ele volte à Presidência e que "quem não pode falar bem de si fala mal dos outros".
Assiste inteira razão ao ex-presidente, quando ele afirma que há muito medo da sua volta ao Palácio do Planalto, exatamente tendo em conta os imensuráveis estragos e destruições por ele causados ao país e aos brasileiros, à vista do horroroso legado deixado pela governança petista, como mostra a desalentadora situação econômica, que se encontra mergulhada em terrível recessão, com suas maléficas consequências, como a desesperadora falta de emprego e o drástico fechamento dos setores produtivo e do comércio, com enorme prejuízos para o desenvolvimento socioeconômico.
Há preocupante receio dos brasileiros de bom senso e daqueles sem vínculos com entidades e organizações sociais de esquerda, que sempre dependeram de substanciosos e generosos auxílios governamentais, para nada fazerem e produzir para o país, de que o ex-presidente retorne à Presidência, para conseguir, enfim, concluir seu nefasto, populista e demagogo projeto de completa destruição do restinho que não pôde ser alcançado pelas garras destruidoras da incompetência, do fisiologismo, da corrupção, do aparelhamento da máquina pública, da conivência com a impunidade, da ojeriza à modernidade, da contrariedade às reformas do Estado e de tudo o mais contrários ao interesse nacional.
As suas declarações somente terão credibilidade depois que ele conseguir rebater os fatos denunciados e provar, com elementos consistentes, a sua inculpabilidade, de modo a mostrar a legitimidade de seus atos na vida públicas.
É lamentável que o petista tente se valer do populismo e da demagogia, justamente na região de menor nível de informação sobre as suas verdadeiras estripulias político-administrativa, na tentativa de se passar por vítima, quando deveria ter a humildade de encarar os fatos com as devidas seriedade e importância da responsabilidade exigida para a situação de extrema gravidade, por envolver denúncia sobre atos de corrupção na administração pública.
Nunca na história deste país, uma pessoa que chegou à Presidência da República, cargo mais relevante da nação, não conseguiu ser tão demagogo, populista e arrogante como esse petista, por ter a prepotência de ser considerado réu pela Justiça, em processo que apura a prática de atos de corrupção, cujas provas são, em princípio, substanciais e robustas, mas ainda tem o desplante de debochar da inteligência dos brasileiros não fanatizados, ao se fazer de vítima e de injustiçado, dando a entender que os investigadores são os verdadeiros culpados por tentar incriminar político sem mácula, operário operoso, que somente fez bondade e ainda salvou a pobreza do Nordeste da fome e da miséria, como se seus atos de misericórdia decantados e enaltecidos por ele tivessem o condão de imunizá-lo de suspeita e se ele estivesse acima de todos e de tudo, inclusive das leis do país.
O ex-presidente precisa se conscientizar de que a sua condição de "todo-poderoso", como assim ele se julga, precisa provar perante a Justiça a licitude de seus atos como homem público, como forma de prestação de contas à sociedade, que já cansou, há muito tempo, das ridículas afirmações completamente  infundadas e inconsistentes de perseguição contra ele, principalmente porque há temor quanto à sua volta à Presidência, em 2018, como se ele ainda despertasse inspiração como político íntegro, que ainda tivesse a mínima credibilidade, diante de tantas denúncias de escândalos, irregularidades e, enfim, verdadeiro mar de corrupção que infestou os governos petistas, em especial com raízes profundas na gestão dele, a exemplo do mensalão, de triste memória, e do petrolão, não menos terrível, por ter contribuído para destruir o patrimônio da Petrobras, que já foi uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.
O petista deve atentar para o fato de que, mesmo que ele tivesse sido o suprassumo como gestor da coisa pública, o que não teria feito senão o cumprimento do dever funcional, isso não tem o condão de imunizá-lo da obrigação e da responsabilidade de responder por seus atos e prestar as devidas justificativas sobre eles, à vista da obrigação legal que se impõe a todos, quanto mais em se tratando que a gestão dele foi pródiga em acontecimentos contrários aos princípios da ética, moral, legalidade, honestidade, dignidade, entre outros objeto das investigações da Operação Lava-Jato, responsável por condenação e prisão de políticos e executivos de importantes empresas.   
O ex-presidente precisa ter humildade e sem essa de se pôr nas alturas celestiais para se defender das graves acusações que pesam sobre seus ombros, minimizando a arrogância que não condiz nenhum pouco com os homens públicos civilizados, que têm plena consciência de que, diante de acusações da prática de irregularidades, resta somente a eles a dignidade de provar em contrário, não com verborragias e falácias, de conteúdo vazio, mas com documentos válidos juridicamente, mostrando à Justiça a sua verdadeira honestidade, com base em elementos materiais e substanciais, capazes de refutar as duríssimas acusações de irregularidades cuja autoria que é atribuída com o peso da materialidade levantada em investigações sérias. Acorda, Brasil! 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 23 de setembro de 2016

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