O ex-presidente da República petista, agora réu na
Operação Lava-Jato, disse que está “ofendido”
e “magoado” por ter, aos 71 anos de
idade, a vida “futucada por uns meninos
do MPF (Ministério Público Federal)”.
O petista afirmou que “Depois de dois anos de futuca, futuca e futuca, não encontrando provas,
não encontrando nenhuma prova, porque eles têm de saber que eu não tenho o
estudo que eles têm, mas eu tenho a vergonha na cara que muita gente não tem. E
se tem uma coisa que eu me orgulho é de olhar na cara de uma mulher, olhar na
cara de um homem e de uma criança e dizer para vocês que no dia que acharem um
real na minha vida que não seja meu, eu não valho mais ter a confiança de vocês”.
Ele prosseguiu, dizendo que “Ao futucarem a minha vida durante dois anos, eles já disseram que eu
tenho um apartamento que não é meu, já disseram que eu tenho uma chácara que
não é minha” e, reafirmando não haver provas que o incrimine, o
ex-presidente sugeriu que lhe pedissem desculpas pelas acusações: “O cidadão pegue a sua convicção e guarde
para ele. Se está dizendo que eu fiz alguma coisa, que prove. Se não provar,
peça desculpas. Não é vergonha pedir desculpas. Mas parece que ele não sabe”.
O político afirmou que “Quero dizer para vocês que eu estou com a minha consciência tranquila”,
para, seguida, ironizar a situação, nestes termos: “Eu realmente fiz muito mal para este país. Eu garanti que neste país e
que nesse Nordeste fossem criados 22 milhões de empregos. Nós garantimos que no
Nordeste as pessoas guardassem o jegue e fossem andar de motocicleta. Nós
garantimos 41 milhões de cisternas nesse Nordeste para diminuir o sofrimento do
povo. Nós garantimos que pobre no Ceará possa viajar para visitar seus parentes
em São Paulo de avião. Nós garantimos que os pobres não têm que fazer invasão
de supermercado na época da seca, porque nós resolvemos garantir o alimento
básico de cada mulher e de cada criança. Eles eram contra, porque eles não
sabem o que é uma mãe botar uma criança para dormir sem que esta criança tenha
um copo de leite para beber. Talvez eu tenha cometido crime de ter criado o
Bolsa Família. Talvez eu tenha cometido o crime de colocar filho de pobre na
Universidade”.
Como sempre o faz, ele reafirmou que "estão com medo" que ele volte à
Presidência e que "quem não pode
falar bem de si fala mal dos outros".
Assiste
inteira razão ao ex-presidente, quando ele afirma que há muito medo da sua
volta ao Palácio do Planalto, exatamente tendo em conta os imensuráveis
estragos e destruições por ele causados ao país e aos brasileiros, à vista do
horroroso legado deixado pela governança petista, como mostra a desalentadora
situação econômica, que se encontra mergulhada em terrível recessão, com suas
maléficas consequências, como a desesperadora falta de emprego e o drástico fechamento
dos setores produtivo e do comércio, com enorme prejuízos para o
desenvolvimento socioeconômico.
Há
preocupante receio dos brasileiros de bom senso e daqueles sem vínculos com entidades
e organizações sociais de esquerda, que sempre dependeram de substanciosos e
generosos auxílios governamentais, para nada fazerem e produzir para o país, de
que o ex-presidente retorne à Presidência, para conseguir, enfim, concluir seu
nefasto, populista e demagogo projeto de completa destruição do restinho que não
pôde ser alcançado pelas garras destruidoras da incompetência, do fisiologismo,
da corrupção, do aparelhamento da máquina pública, da conivência com a impunidade,
da ojeriza à modernidade, da contrariedade às reformas do Estado e de tudo o
mais contrários ao interesse nacional.
As
suas declarações somente terão credibilidade depois que ele conseguir rebater
os fatos denunciados e provar, com elementos consistentes, a sua
inculpabilidade, de modo a mostrar a legitimidade de seus atos na vida públicas.
É
lamentável que o petista tente se valer do populismo e da demagogia, justamente
na região de menor nível de informação sobre as suas verdadeiras estripulias
político-administrativa, na tentativa de se passar por vítima, quando deveria
ter a humildade de encarar os fatos com as devidas seriedade e importância da responsabilidade
exigida para a situação de extrema gravidade, por envolver denúncia sobre atos
de corrupção na administração pública.
Nunca
na história deste país, uma pessoa que chegou à Presidência da República, cargo
mais relevante da nação, não conseguiu ser tão demagogo, populista e arrogante
como esse petista, por ter a prepotência de ser considerado réu pela Justiça,
em processo que apura a prática de atos de corrupção, cujas provas são, em
princípio, substanciais e robustas, mas ainda tem o desplante de debochar da
inteligência dos brasileiros não fanatizados, ao se fazer de vítima e de
injustiçado, dando a entender que os investigadores são os verdadeiros culpados
por tentar incriminar político sem mácula, operário operoso, que somente fez
bondade e ainda salvou a pobreza do Nordeste da fome e da miséria, como se seus
atos de misericórdia decantados e enaltecidos por ele tivessem o condão de
imunizá-lo de suspeita e se ele estivesse acima de todos e de tudo, inclusive
das leis do país.
O
ex-presidente precisa se conscientizar de que a sua condição de
"todo-poderoso", como assim ele se julga, precisa provar perante a
Justiça a licitude de seus atos como homem público, como forma de prestação de
contas à sociedade, que já cansou, há muito tempo, das ridículas afirmações
completamente infundadas e
inconsistentes de perseguição contra ele, principalmente porque há temor quanto
à sua volta à Presidência, em 2018, como se ele ainda despertasse inspiração
como político íntegro, que ainda tivesse a mínima credibilidade, diante de
tantas denúncias de escândalos, irregularidades e, enfim, verdadeiro mar de
corrupção que infestou os governos petistas, em especial com raízes profundas
na gestão dele, a exemplo do mensalão, de triste memória, e do petrolão, não
menos terrível, por ter contribuído para destruir o patrimônio da Petrobras,
que já foi uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.
O
petista deve atentar para o fato de que, mesmo que ele tivesse sido o
suprassumo como gestor da coisa pública, o que não teria feito senão o
cumprimento do dever funcional, isso não tem o condão de imunizá-lo da obrigação
e da responsabilidade de responder por seus atos e prestar as devidas
justificativas sobre eles, à vista da obrigação legal que se impõe a todos,
quanto mais em se tratando que a gestão dele foi pródiga em acontecimentos
contrários aos princípios da ética, moral, legalidade, honestidade, dignidade,
entre outros objeto das investigações da Operação Lava-Jato, responsável por
condenação e prisão de políticos e executivos de importantes empresas.
O
ex-presidente precisa ter humildade e sem essa de se pôr nas alturas celestiais
para se defender das graves acusações que pesam sobre seus ombros, minimizando
a arrogância que não condiz nenhum pouco com os homens públicos civilizados,
que têm plena consciência de que, diante de acusações da prática de
irregularidades, resta somente a eles a dignidade de provar em contrário, não
com verborragias e falácias, de conteúdo vazio, mas com documentos válidos
juridicamente, mostrando à Justiça a sua verdadeira honestidade, com base em
elementos materiais e substanciais, capazes de refutar as duríssimas acusações
de irregularidades cuja autoria que é atribuída com o peso da materialidade
levantada em investigações sérias. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 23 de setembro de 2016
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