Uma
ex-ministra chavista do Meio Ambiente, que participou da campanha do atual
presidente venezuelano, disse que o governo daquele país está dando as costas
para a realidade da grave situação por que passa a nação, mas não entende que a
solução para as questões seja a revogação do mandato presidencial.
Ela
afirmou que "Maduro e alguns
funcionários falam como se estivéssemos em 'Alice no País das Maravilhas' e
isso é muito grave porque o povo está vivendo em outras condições. Não há razão para que o país esteja em
crise. O problema é que não há uma liderança que confronte as dificuldades e,
às vezes, o governo dá as costas para a realidade do país".
A
ex-ministra não concorda que o referendo revogatório contra o atual presidente,
pretendido pela oposição, tenha o condão de solucionar os graves problemas do
país, por considerar que isso seria apenas "salto no escuro".
Ela
questiona: "Revogá-lo para quê? Quem vai substituí-lo?", tendo acrescentado
que governo de oposição seria pior que o atual, como se este já não tivesse
demonstrado que seria humanamente impossível existir outro governante pior que
ele, diante dos fatos altamente prejudiciais à administração do país e aos
interesses da sociedade.
Para
ela, "A solução está em tentar
reagrupar o chavismo e abrir espaços de discussão para construir melhor as
lideranças coletivas", embora reconheça que, em um país altamente
polarizado, não se vislumbre, no momento, terceira via envolvendo chavistas
descontentes.
As
aludidas críticas contrariaram simpatizantes do chavismo, que a puniram com o
isolamento do Partido Socialista Unido da Venezuela, mesmo tendo participado da
sua direção, por anos. Pelo mesmo motivo, o presidente do país a chamou de
"traidora", mas ela
retrucou, ao dizer que "Eu acho que
os traidores estão do outro lado".
Em
conclusão, a ex-ministra reconhece que "O desenvolvimento dos acontecimentos demonstrou que o presidente Maduro
não estava à altura porque, ante o calibre de Chávez, a comparação é injusta.
Chávez se sacrificou muito por esse
processo e me entristece pensar que este sacrifício foi em vão".
A
degeneração da Venezuela é visível, com a constatação, em especial, da aguda escassez
de alimentos e remédios, podendo ser contabilizada, no país, inflação estratosférica,
este ano, em torno de 720%, segundo avaliação do FMI.
Não
obstante, o atual presidente do país, que assumiu o poder depois da morte de
seu mentor e idealizar da Revolução Bolivariana, tem sentimento de que o país é
vítima de guerra econômica provocada pela queda dos preços do petróleo.
Em
que pese a ex-ministra reconhecer as precariedade e incompetência administrativas
do mandatário do país, à vista dos resultados e indicadores sofríveis e
degradantes, impingindo enormes dificuldades à população, por força das crises
de matizes múltiplas, ainda tenta poupar a imagem do governo que levou a nação
para à ruína e destruição, sob o injustificável argumento, sem a menor fundamentação,
de que a situação seria pior com a oposição, mesmo sem conhecer o seu talento
ou a sua capacidade para lidar com crises, que certamente poderiam ser estancadas,
permitindo mudança do processo degradante sem precedente na história do país.
Tanto
lá como aqui no país tupiniquim, os partidos de esquerda somente enxergam seus
interesses, não se admitindo a necessidade da alternância de poder, com novas
ideologias que possam viabilizar novas ações e políticas públicas capazes de
mudar o status quo, de modo a
possibilitar novas perspectivas político-administrativas, em condições de serem
encontrados os rumos para o entendimento político, o saneamento das crises e a
retomada do desenvolvimento.
Por
seu turno, é totalmente impensável que socialista tenha sensibilidade
suficiente para enxergar a realidade dos fatos, principalmente porque a sua
ideologia de igual social somente permite ver os interesses pessoais e
partidários, a exemplo do que acontece com o partido que foi afastado do
governo, no Brasil, conquanto o seu sentimento foi sempre o de que o patrimônio
público era exclusividade sua, a exemplo da destruição da Petrobras, que teve
seu patrimônio dilapidado para atender interesses políticos do PT, PMDB e PP,
entre outros agentes inescrupulosos.
É
lamentável que ainda tenha alguém com mentalidade insensata diante de
situação de extrema gravidade, em que se reconhece a catástrofe socioeconômica
do país, onde o povo se encontra no olho do furacão e é obrigado a passar por
situação vexaminosa de privações de alimentos, remédios e outras necessidades
essenciais, inclusive de liberdade de expressão e de individualidade, próprias
do homo sapiens, enquanto a degeneração administrativa simplesmente se acentua,
sem a mínima perspectiva de melhoras, a curto prazo, em clara demonstração de
que o martírio da população tende a se agravar cada vez mais com a continuidade
de governo medíocre, incompetente e ditatorial, que somente enxerga as suas
conveniências políticas de absoluta dominação e de perenidade no poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 06 de setembro de 2016
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