Algo inusitado começa a acontecer num dos países
mais fechados do mundo, depois de mais de cinquenta anos de absoluto controle imposto
aos cubanos pelo desumano regime comunista, em que o ferrolho adotado contra a
população impede que as pessoas tenham liberdade e individualidade, porquanto o
ar da ilha é completamente contaminado pelas regras restritivas de
subserviência ao Estado.
O presidente do país decidiu promover algumas “reformas”
no regime cubano, como se elas fossem expressivas revoluções, embora consistam
apenas na inserção de elementos quase insignificantes na vida dos cubanos, por
não haver alteração de absolutamente nada no sistema econômico e muito menos no
mercado dos negócios, justamente porque o sistema estatal é considerado imexível
para os padrões do rigoroso poder atribuído ao Partido Comunista Cubano (PCC).
Uma das reformas sociais foi, por exemplo, a
alteração na lei migratória, que permitiu que os cubanos possam obter
permissões de viagem, evidentemente respeitadas as condições impostas de
controle pelo governo, ou seja, não se pode simplesmente viajar ao bel-prazer
pessoal, sem que o regime não reconheça o preenchimento dos requisitos impostos
para tanto.
Outro expressivo “avanço” para os cubanos foi a permissão
para a aquisição de telefones celulares e computadores e também para se
hospedar, pasmem, em hotéis, que era regalia reservada apenas para os turistas
estrangeiros.
Apesar
de considerar essas medidas como “estrondoso” avanço em benefício da sociedade,
no decorrer de mais de cinquenta anos da implantação do terrível regime
comunista, o ferrenho ditador da ilha já antecipou às possíveis expectativas mais
otimistas que não tenciona, em hipótese alguma, inaugurar o capitalismo no seu
país, tendo sido ainda mais claro e taxativo, ao sentenciar que "Eu não fui eleito presidente para restaurar
o capitalismo em Cuba, nem para desistir da revolução. Fui eleito para
defender, manter e continuar aperfeiçoando o socialismo, não para destruí-lo".
Ou seja, o tirano não alimenta qualquer esperança
sobre mudanças significativas para alterar a terrível situação de isolamento de
seu povo do resto do mundo, onde os direitos humanos e os princípios democráticos
são respeitados e valorizados como forma de reconhecimento da dignidade dos
seres humanos, que não podem ficar sob o jugo de ditadura insana e desumana,
por tanto tempo.
A diminuta e impotente oposição ao drástico regime
comunista, a par de considerar extremamente insignificantes as medidas chamadas
de reformas promovidas pela ditadura cubana, exige plenas liberdades de
expressão e de associação e direito à manifestação, sem que o opositor à
tirania seja considerado “mercenário”, uma vez que o povo cubano anseia, com
urgência, por respeito aos direitos humanos.
Causa espécie que, em pleno século XXI, ainda
existem países comandados por pessoas com mentalidade estagnada e amoldada aos
princípios medievais, por se acharem com o direito de impor condições desumanas
às pessoas, não permitindo que elas possam viver com a mesma dignidade reconhecida
nos países civilizados e evoluídos.
A humanidade anseia por que os truculentos dirigentes
do regime comunista cubano sejam capazes de se conscientizar sobre a premente
necessidade de reconhecimento e valorização da dignidade do ser humano,
decidindo abolir os abusos cometidos contra os direitos das pessoas de viver
livremente, podendo usufruir as liberdades de expressão e de individualidade,
como acontece normalmente nas nações civilizadas e desenvolvidas
democraticamente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de setembro de 2016
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