sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Premência da valorização humana


Algo inusitado começa a acontecer num dos países mais fechados do mundo, depois de mais de cinquenta anos de absoluto controle imposto aos cubanos pelo desumano regime comunista, em que o ferrolho adotado contra a população impede que as pessoas tenham liberdade e individualidade, porquanto o ar da ilha é completamente contaminado pelas regras restritivas de subserviência ao Estado.
O presidente do país decidiu promover algumas “reformas” no regime cubano, como se elas fossem expressivas revoluções, embora consistam apenas na inserção de elementos quase insignificantes na vida dos cubanos, por não haver alteração de absolutamente nada no sistema econômico e muito menos no mercado dos negócios, justamente porque o sistema estatal é considerado imexível para os padrões do rigoroso poder atribuído ao Partido Comunista Cubano (PCC).
Uma das reformas sociais foi, por exemplo, a alteração na lei migratória, que permitiu que os cubanos possam obter permissões de viagem, evidentemente respeitadas as condições impostas de controle pelo governo, ou seja, não se pode simplesmente viajar ao bel-prazer pessoal, sem que o regime não reconheça o preenchimento dos requisitos impostos para tanto.
Outro expressivo “avanço” para os cubanos foi a permissão para a aquisição de telefones celulares e computadores e também para se hospedar, pasmem, em hotéis, que era regalia reservada apenas para os turistas estrangeiros.
          Apesar de considerar essas medidas como “estrondoso” avanço em benefício da sociedade, no decorrer de mais de cinquenta anos da implantação do terrível regime comunista, o ferrenho ditador da ilha já antecipou às possíveis expectativas mais otimistas que não tenciona, em hipótese alguma, inaugurar o capitalismo no seu país, tendo sido ainda mais claro e taxativo, ao sentenciar que "Eu não fui eleito presidente para restaurar o capitalismo em Cuba, nem para desistir da revolução. Fui eleito para defender, manter e continuar aperfeiçoando o socialismo, não para destruí-lo".
Ou seja, o tirano não alimenta qualquer esperança sobre mudanças significativas para alterar a terrível situação de isolamento de seu povo do resto do mundo, onde os direitos humanos e os princípios democráticos são respeitados e valorizados como forma de reconhecimento da dignidade dos seres humanos, que não podem ficar sob o jugo de ditadura insana e desumana, por tanto tempo.  
A diminuta e impotente oposição ao drástico regime comunista, a par de considerar extremamente insignificantes as medidas chamadas de reformas promovidas pela ditadura cubana, exige plenas liberdades de expressão e de associação e direito à manifestação, sem que o opositor à tirania seja considerado “mercenário”, uma vez que o povo cubano anseia, com urgência, por respeito aos direitos humanos.
Causa espécie que, em pleno século XXI, ainda existem países comandados por pessoas com mentalidade estagnada e amoldada aos princípios medievais, por se acharem com o direito de impor condições desumanas às pessoas, não permitindo que elas possam viver com a mesma dignidade reconhecida nos países civilizados e evoluídos.
A humanidade anseia por que os truculentos dirigentes do regime comunista cubano sejam capazes de se conscientizar sobre a premente necessidade de reconhecimento e valorização da dignidade do ser humano, decidindo abolir os abusos cometidos contra os direitos das pessoas de viver livremente, podendo usufruir as liberdades de expressão e de individualidade, como acontece normalmente nas nações civilizadas e desenvolvidas democraticamente. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de setembro de 2016

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