O ex-presidente da República petista, ao receber a
notícia sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, mostrou
indignação com a inclusão da sua mulher no rol dos denunciados, embora tivesse
aparentado naturalidade em relação ao seu próprio nome.
Aliados do petista raciocinam no sentido de que a
denúncia em causa não passa de perseguição que tem por finalidade o impedir de
disputar a eleição presidencial de 2018, ou seja, como uma espécie de medo da
influência política do petista.
O presidente do PT disse que “Eles (adversários do PT) foram
derrotados quatro vezes (em eleições presidenciais). Como não querem sofrer uma nova derrota tentam barrar a candidatura
do ex-presidente Lula”.
Um escritor amigo do ex-presidente disse que “Venho dizendo desde o começo. Seria o cúmulo
da ingenuidade supor que iriam fazer este carnaval que fizeram para depois
deixar o Lula ganhar a eleição em 2018”.
Já outro escritor afirmou que “Lula está tranquilo e triste como todos nós. Não é surpresa nenhuma. O
objetivo do golpe não é só tirar a Dilma, é também o Lula.”.
Na mesma linha, o governador do Piauí defendeu a
inocência do ex-presidente, afirmando que “Não
é a primeira vez que tem ações da Justiça contra o ex-presidente. Lula deve ser
o brasileiro mais investigado da história”.
Ou seja, os petistas têm tanta certeza da inocência
do ex-presidente que simplesmente esnobam as evidências, preferindo encarar os
fatos como verdadeiras manobras para perturbar o ambiente político, dando a
entender que absolutamente nada é capaz de macular a imagem do todo-poderoso,
por ser inatingível por meras denúncias, vindas de despreparados procuradores
da República.
Chega a ser risível a forma como simpatizantes do
ex-presidente o defendem com argumentações as mais ridículas e absurdas
possíveis, como essa de que seus opositores o perseguem para que ele não volte
a vencer no próximo pleito eleitoral, fato absolutamente insensato diante da
realidade e da evidência dos fatos, que os petistas insistem em ignorar,
sobrelevando a figura do ex-presidente às alturas celestiais, como se ele
estivesse acima de tudo e de todos, inclusive das leis do país, de modo a ficar
absolutamente imune às investigações ou até mesmo às suspeitas da prática de
irregularidades.
O pagamento de despesas pela OAS, construtora
envolvida nos esquemas criminosos da Petrobras, pelo depósito da Granero, no
valor total de R$ 1,3 milhão, para a guarda, por cinco anos, de bens
pertencentes ao ex-presidente, constitui grave e injustificável irregularidade,
mas ao que tudo indica isso não caracteriza absolutamente nada, tanto que nenhum
embevecido simpatizante dele faz menção desse fato como sendo condenável.
Diante das acusações da prática de crimes de
corrupção (ativa e passiva) e de lavagem de dinheiro, compete ao ex-presidente,
de forma serena e nos termos dos princípios democráticos, como fazem os homens
públicos das nações civilizadas, provar sua inocência, por meio de elementos
jurídicos válidos, ao invés de reclamar sobre perseguição política, como forma
de alijá-lo da próxima campanha eleitoral, como se os brasileiros normais não
tivessem condições de enxergar a verdade sobre os fatos denunciados.
Por certo, caso o ex-presidente consiga provar a
sua inculpabilidade contra as denúncias de práticas de corrupção, a sua
condição de candidato à Presidência da República será ainda mais imbatível,
ante a demonstração da lisura de seus atos na vida pública.
Nessa empreitada, é importante que seus
simpatizantes o encorajem a provar, na Justiça, que as denúncias são
absolutamente indevidas, com o que, depois disso, eles possam se vangloriar de
possuir razão para se indignarem contra possível denúncia sobre complô armado
contra o ex-presidente.
O que não pode é querer ganhar no grito questão que
caracteriza de altíssima relevância para os interesses do país e dos
brasileiros, que precisa ser mostrada a legitimidade sobre os fatos denunciados,
em princípio, inquinados de graves irregularidades, como forma de prestação de
contas à sociedade, em absoluto atendimento ao salutar princípio da
transparência inerente aos homens públicos.
Como os fatos denunciados se apresentam como sendo de
extrema gravidade, quanto mais por envolver a figura de político da mais alta
relevância nacional, os brasileiros anseiam que o ex-presidente petista tenha a
dignidade de provar a sua inocência na Justiça, por meio de provas jurídicas
válidas, com embargo de palavras apenas carregadas de emoção e de inconsistências,
que somente aproveitam às conclusões de simpatizantes que insistem em não
enxergar a realidade sobre os fatos constantes dos autos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de setembro de 2016
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