segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Reformas, antes de tudo...


Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, “mais da metade da população brasileira acredita que o melhor para o país é a realização de uma nova eleição presidencial ainda este ano, com a saída de cena da presidenta afastada Dilma Rousseff e do presidente, Michel Temer”.
O aludido Instituto fez entrevista com 1,2 mil pessoas, tendo oferecido a elas essa pergunta: “O que é melhor para o Brasil?” e mais quatro opções de resposta nesse sentido: “permanência de Temer até 2018; retorno de Dilma até 2018; permanência de Temer com convocação de nova eleição este ano; e retorno de Dilma com convocação de nova eleição este ano.”.
A maior parte dos entrevistados, representada por 38%, respondeu que seria melhor que o peemedebista permanecesse no cargo somente até a realização de nova eleição, o quanto antes, enquanto outros 14% optaram pelo retorno da petista até o novo pleito. O total dos dois levantamentos mostra a maioria de 52% favorável à convocação de nova eleição presidencial.
A permanência do novo presidente até 2018 teve a menor opção, com a indicação de apenas 14%, enquanto a presidente afastada em definitivo contou com 20% dos entrevistados, que responderam que é melhor para o país que ela termine o seu mandato.
Em conformidade com as regras previstas na Carta Mana, nova eleição presidencial deverá acontecer somente em 2018. A antecipação do pleito é permitida, nas condições atuais, somente no caso de renúncia do novo presidente. Também há a possibilidade da aprovação de emenda à Constituição Federal, pelo Congresso Nacional, para se permitir nova eleição, mas é evidente que ambas as hipóteses são praticamente impossíveis, diante das circunstâncias políticas desfavoráveis para tanto, em que os interesses políticos falam mais alto do que as causas nacionais.
A pergunta sobre o cenário político brasileiro foi objeto de estudo mensal mais amplo sobre o país, que é denominado Pulso, que vem sendo realizado mensalmente desde 2005 pelo Ipsos, entidade que atua em outros 86 países, segundo a reportagem.
A pesquisa mostrou que o apoio popular ao processo de impeachment da petista cedeu para 48% dos entrevistados, que disseram ser favoráveis ao impedimento definitivo da presidenta afastada, contra 54% da avaliação promovida no mês anterior.
É evidente que o país atravessa graves crises política, moral, econômica, administrativa, de governabilidade, entre outras, cujas avaliações em causa representam com objetividade essa realidade, ante os entraves, principalmente econômicos, que não serão saneados a curto prazo, à vista da gravidade do conjunto dos problemas, que exige muita competência, que está faltando nos homens públicos, o que vale dizer que não será com nova eleição que a solução para os males apareça como em passe de mágica, porquanto não se vislumbra estadista em condições de mudar, do dia para a noite, a situação caótica do país.
Os brasileiros precisam se conscientizar de que a mudança de governo já veio tarde demais, ano-luz depois do tempo necessário para se terem evitados os ingentes prejuízos causados à nação, que propiciaram enormes estragos a tudo que diz respeito aos interesses do país e dos brasileiros, principalmente à economia, por meio da desastrada e perversa recessão, que resultou no desemprego recorde e na desindustrialização preocupante, graças, em especial, à incompetência implantada na gestão do governo afastado, de forma salutar.
Na verdade, antes de se pensar em eleição presidencial, os brasileiros precisam exigir que o Brasil, preliminarmente, seja passado a limpo, por meio de profundas e amplas reformas das estruturas e conjunturas do Estado, de modo que seja extirpado do seu seio tudo de ruim que não funciona ou que funciona de forma precária, sendo indispensável em se pensar imediatamente na aprovação do ajuste fiscal, nas reformas previdenciária, trabalhista, administrativa, tributária, econômica, política, tecnológica, educacional, entre outras, que são imprescindíveis ao aperfeiçoamento e à modernidade do funcionamento administrativo do país, que se encontra sufocado, em verdadeiro torniquete com os gargalos do obsoletismo, do atraso, da decadência e do pensamento retrógrado populista, que somente enxerga a satisfação de objetivos voltados à dominação absoluta das classes político-sociais e à perenidade no poder, em total prejuízo aos interesses nacionais. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de setembro de 2016

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