quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

À busca de renovação política

Conforme pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, que acaba de ser divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente da República petista lidera as intenções de voto no primeiro turno da próxima eleição presidencial, sendo que a preferência do eleitor por ele atingiu 25%.
Em seguida, aparecem a ambientalista, com 15%, o senador tucano, com 11%, o deputado ex-militar, com 9%, o ex-governador do Ceará, com 5%, o atual presidente do país, com 4%, e ...
O Datafolha disse que foram ouvidas 2.828 pessoas, nos dias 7 e 8 de dezembro, cuja pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo e índice de confiança de 95%.
A pesquisa indica que o petista também lidera em outros três cenários para o primeiro turno presidencial, sendo que um simulado incluindo o governador de São Paulo (PSDB), ele fica com 8%, a ambientalista com 17% e o petista com 26%.
Já no cenário com o ministro das Relações Exteriores (PSDB), o tucano aparece com 9%, a ambientalista com 16% e o petista com 25%.
A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente no governo do petista, que fundou e preside o partido Rede Sustentabilidade, manteve a liderança das intenções de voto em todos os cenários do segundo turno presidencial.
Na disputa com o petista, ela teria a intenção de votos de 43% e ele, 34%. No caso de o segundo turno ser disputado com o senador tucano, a ambientalista teria 47% e o tucano 25%, enquanto a preferência por ela, contra o governador de São Paulo, a ex-senadora teria 48% e ele 25%.
Por último, eventual segundo turno contra o ministro das Relações Exteriores, a ambientalista teria 47% e o tucano apenas 27%.
Longe de desmerecer o histórico político do homem considerado o mais poderoso do país, mas, data vênia, a dramática situação do Brasil exige completa renovação do quadro político, de modo que os novos homens públicos possam contribuir para a oxigenação das atividades político-partidárias, mediante a apresentação de nova mentalidade político-administrativa que privilegie exclusivamente o interesse público, como forma de se resgatar a necessária eficiência que se impõe na administração do país.
Com todo respeito ao ex-presidente da República petista, mas a sua gestão no comando da nação pode até ter tido algo que possa ser lembrado como positivo para o país, mas, no geral, ao seu legado, precisa ser incluído o rol de fatos lamentáveis e terríveis para o interesse público, a exemplo das espúrias alianças com partidos e políticos da pior espécie, que ele mesmo os chamava de picaretas, ladrões, corruptos e outras adjetivações impublicáveis; do loteamento dos órgãos e das entidades públicos entre partidos, na forma caracterizada pelo abominável "toma lá, dá cá", que foi marcada pela ineficiência da prestação dos serviços públicos; do aparelhamento da administração pública, tornando-a patrimônio a serviço de interesses pessoais e partidários; da arraigada resistência às reformas conjuntural e estrutural do Estado, permitindo que ele se distanciasse do aperfeiçoamento e da modernidade, em consonância com os avanços da humanidade; da implantação da ideologia da absoluta dominação das classes política e social; do incentivo às lutas entre pobres e ricos, pretos e brancos, entre outras formas de discriminação social, tendo como pano de fundo a luta entre brasileiros; do fomento exacerbado ao populismo e caudilhismo; da estruturação de esquemas criminosos de corrupção com recursos públicos, a exemplo do mensalão e o petrolão, que são marca dos governos petistas; entre outras precariedades que deixaram marcas indeléveis e negativas na sua gestão.
A deletéria gestão do petista serve sim de exemplo para os novos estadistas, que precisam estudá-la e conhecê-la com profundidade, para que seus programas de governo fiquem absolutamente imunes a algo que certamente contribuiu, de forma extremamente significativa, para o retrocesso e o subdesenvolvimento socioeconômico do Brasil, por ter permanecido distanciado do desenvolvimento operado nas nações civilizadas e evoluídas democraticamente.
          Urge que os brasileiros sejam devidamente esclarecidos, para o fim da necessária conscientização sobre a degeneração dos princípios da eficiência e eficácia implantados na gestão que se preocupou exclusivamente em privilegiar ações e políticas que visavam à plena dominação político-social e a perenidade no poder, tendo empregado métodos nada republicanos para o atingimento de seus objetivos políticos, pouco se importando com a satisfação dos interesses públicos.
          Outra constatação da pesquisa em referência é que o seu cenário que se mostra terrivelmente desanimador, à vista da apresentação de nomes das velhas raposas políticas, que já demonstraram não ter condições de oferecer alternativa de mudança de mentalidade capaz de transformar as já conhecidas mediocridades político-administrativas em algo auspicioso, diferente e inovador, como forma de contribuir para a renovação de políticas públicas, com perspectivas para o atingimento de novos horizontes, em especial na administração da economia e nas políticas públicas, com embargo de tudo de ruinoso que precisa ser urgentemente esquecido.  
Os péssimos exemplos de má gestão de recursos públicos, com base na idolatria aos métodos populistas, ao fisiologismo, à incompetência, à ineficiência, às alianças predatórias, ao patrimonialismo, à divisão entre brasileiros, à resistência às reformas do Estado, entre tantas ações contrárias à modernidade político-administrativa, aconselham urgente mudança de consciência e de mentalidade dos brasileiros, no sentido da urgente busca de novas lideranças político-partidárias, como forma essencial de se evitar que o Brasil fique cada vez mais envolto na estagnação socioeconômica, patinando na mediocridade administrativa, graças às ideologias do atraso e do obsoletismo prejudiciais à satisfação do interesse público e ao desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 14 de dezembro de 2016

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