sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Combate contra o inimigo?

De acordo com notícia divulgada pela mídia, a Venezuela comprará tecnologia bélica e armas da China e Rússia, para equipar suas forças especiais, incluindo as tropas de choque encarregadas de controlar distúrbios como os que vêm ocorrendo com frequência naquele país.
O presidente bolivariano disse que "Em breve irá o general (ministro da Defesa) à Rússia e à China para fechar os acordos e trazer a tecnologia e as armas mais modernas do mundo".
Ele acrescentou a informação de que os equipamentos serão entregues "aos combatentes das forças de ação especial, grupos especiais e tropas de ação rápida para o combate contra o inimigo e a preservação da paz em nossa terra".
O presidente da Venezuela pediu aos militares que enfrentem os distúrbios e saques como os que ocorreram em vários estados no corrente mês, em razão da falta de dinheiro em circulação no país.
O presidente responsabilizou "paramilitares" e "traficantes colombianos" pelos fatos, que deixaram quatro mortos e centenas de lojas saqueadas.
Para prevenir e combater os distúrbios, o presidente pediu às Forças Armadas o fortalecimento das atividades de inteligência com as organizações populares ligadas ao governo.
Finalizando, o presidente bolivariano disse que "Busquemos as organizações populares, Unidades de Batalha Bolívar Chávez, conselhos comunitários, Comitês Locais de Abastecimento. É preciso articular uma inteligência no conceito de guerra de todo o povo".
À toda evidência, a mentalidade do mandatário revolucionário venezuelano se compatibiliza com os princípios de combate à miséria, à fome, ao desabastecimento generalizado com dureza militar e “inteligência de conceito de guerra”, ou seja, por meio da truculência exercida com os recursos disponibilizados às forças de segurança nacional, à vista do reaparelhamento de seus policiais com armas e novas tecnologias bélicas, conforme o anúncio do intercâmbio negociado com a China e a Rússia, que prevê o suprimento dos “defensores da pátria” com “as armas mais modernas do mundo”, quando o povo passa forme e o país se encontra arrasado, destruído e fragilizado, justamente em razão da visível incompetência administrativa do governo, que agora se prepara para arrasar seus inimigos, i.e., o próprio povo.
A estratégia do tirano venezuelano tem o condão de alimentar a tragédia no país, que é considerado o primeiro do mundo em termos de violência, cuja reafirmação condiz com a tratativa de melhorar a performance de seus trogloditas revolucionários, que têm autorização do Estado para fuzilar a multidão de aflitos e desvalidos, diante das privações, principalmente de alimentos, que já estão sendo racionados e muitas famílias passam fome, em visível estado de flagelo humano.
Enquanto o desabastecimento de alimentos, gêneros de primeira necessidade, remédios e outros produtos indispensáveis à sobrevivência humana salta aos olhos do mundo, o presidente revolucionário sai à procura de armas (que são as modernas do mundo) e tecnologias bélicas, para combater o povo faminto, desesperado, atônito com o estado deplorável e desestruturado, cuja escalada do caos poderá se intensificar cada vez mais, diante da mentalidade medíocre e desumana de quem trata o povo com desprezo, à vista do quadro de calamidade, agravado pela indústria da violência.
Causa enorme perplexidade que reine pacificamente verdadeiro quadro de monstruoso infortúnio público na Venezuela, com a imposição de terríveis sofrimentos à população, sem que as entidades e os organismos de direito humanos, que poderiam ser liderados pela Organização das Nações Unidas, se voltem contra as barbaridades perpetradas por governo tirano e totalitário, que comete arbitrariedades e violência contra o povo, com a maior naturalidade, em nome da medíocre e desastrada revolução bolivariana, que, com base no igualmente desgraçado regime comunista, destruiu aquela nação e seu povo, de forma insensata e cruel.       
Urge que as nações se mobilizem, por meio dos organismos internacionais de direitos humanos, sob a incumbência da ONU, no sentido de se exigir tratamento humanitário aos venezuelanos pela tirania representada por governo insensato, despreparado e desumano, como forma do imediato restabelecimento das condições de dignidade ínsita do ser humano. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de dezembro de 2016

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