O
anúncio da morte do principal ditador de Cuba foi absorvido com cautela pela
população da ilha, ante à proibição de se expressar livremente, a exemplo de um
comentário feito por um cubano, que disse que o país estaria melhor ou mais livre
sem ele, mas o fez, na multidão, em voz baixa, com medo de que fosse ouvido.
Em
que pese a enorme repercussão da morte do ditador cubano, o povo da ilha ficou dividido
entre as pessoas que, nos bastidores, acham que houve perda de grande líder e
herói nacional e os opositores ao regime castrista, que disseram nutrir uma
nesga de esperança do amanhecer de novo horizonte para os cubanos.
À
vista dos comentários poucos e tímidos da população cubana, percebe-se o quanto
é difícil alguém expressar o real sentimento sobre o desaparecimento de alguém
tão desprezível para o país e a humanidade, que passa para a história como
sendo verdadeiro herói para alguns, mesmo tendo sido um dos mais autênticos
ditadores mais impiedosos do mundo, que foi venerado por seus maus-tratos aos
seus opositores, a exemplo da aplicação das piores penalidades, desde a pena de
morte, a prisão perpetua e o exílio, entre outros castigos cruéis e desumanos.
É
lamentável que um povo não tenha o direito de se manifestar livremente para
dizer a verdade sobre o que sente acerca de alguém que foi capaz de destruir
uma nação, por meio da implantação do desgraçado regime comunista, que tem como
princípio a absoluta dominação pelo Estado de tudo e de todos, ficando a
sociedade totalmente alienada à truculência do terrível sistema ideológico que
proíbe o usufruto da individualidade, por que retirada qualquer possibilidade da
realização do sonho de liberdade e do direito aos princípios humano e democrático,
o que vale dizer que as pessoas são submetidas permanentemente à truculência da
ditadura, com a repressão viva e pulsante em todos os cantos da nação.
No
caso específico de Cuba, o atraso e o subdesenvolvimento são mais do que
notórios, por evidenciarem que o país e seu povo ainda estão nos idos do meado
do século passado, à vista da precariedade de tudo, em completo afastamento às
fantásticas e revolucionárias evoluções científica e tecnológica, que permitiram
que as nações civilizadas estejam em nível de modernidade e de desenvolvimento,
onde as pessoas vivem em pleno conforto, não dependendo das desumanas
cadernetas distribuídas à população para o fim de controlar o indigna
distribuição de alimentos e gêneros básicos.
Há
nisso clara demonstração do extremo atraso que se processa em uma nação que tem
como princípio a injustificável adoração a uma pessoa que foi capaz de conduzir
esse povo à miserabilidade e à pobreza mental, ao atraso e ao sofrimento,
evidenciando o completo desrespeito aos consagrados direitos humanos.
O
ditador sanguinário que se foi há pouco tempo deveria ter a dignidade de levar
com ele esse desgraçado, infame e trágico regime comunista, que é responsável
pela miséria, pelo sofrimento e pela destruição de uma nação e de seu povo, mas
o paradoxo da vida ainda mostra que, ao invés de pagar pelos maus-tratos, pela
catástrofe e por tudo de ruim, ele ainda é homenageado como se tivesse sido
verdadeiro herói nacional, o que demonstra que a humanidade precisa evoluir
muito para entender os acontecimentos como eles verdadeiramente são e não
permitir que as avaliações sejam feitas em total prejuízo ao aprimoramento da
humanidade.
Há
de se reconhecer, à luz da verdade, que o ex-ditador não pode ser considerado grande
líder para o seu povo, porque ele não quis evitar as atrocidades e
animalescas privações submetidas à população, que as aceitou diante da
impotência, mas a história tem obrigação de reconhecê-lo como um tirano da pior
espécie e jamais como um herói, porque esse título de homem extraordinário não
condiz com o sanguinário e monstruoso tirano, que não se arrependeu de seus atos
cruéis, impiedosos e desumanos.
Normalmente,
um herói é aquele que tem capacidade para contribuir com algo que se traduz em benefício
da humanidade, conquanto o legado do ex-ditador cubano é pródigo em maus-tratos,
truculência e destruição da consciência do povo de seu país, que vive em pleno
estado vegetativo e de irracionalidade, por ter aceitado passivamente a tirania
imposta pelo ex-líder, que precisava pagar em vida por seus monstruosos crimes
contra a humanidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 30 de dezembro de 2016
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