Um
companheiro meu de bancos escolares na Escola de Especialistas da Aeronáutica
foi acometido, há algum tempo, de doença degenerativa, e vinha sendo tratado com
todos os recursos exigidos para o caso pelo Fundo de Saúde da Aeronáutica.
A
doença dele exige cuidados e equipamentos especiais, como, entre outros, “Home
Care”, cilindro de oxigênio, medicamentos especiais e de alto custo e de uso
permanente, serviços de enfermagem, ambulância e outros cuidados de custo
bastante elevado.
Até
o momento, o referido fundo vinha bancando todas as despesas inerentes aos cuidados
médico-hospitalares e garantindo o necessário conforto para mantê-lo em
condições ideais de tratamento indicado para a sua doença.
Ocorre
que, a partir de agora, esse tratamento especial vai deixar de ser garantido
pelo citado fundo, diante da constatação de que somente oficial se enquadra no
plano pertinente aos cuidados que vinham sendo dispensados ao velho guerreiro,
que foi para a reserva na graduação inferior a de oficial, deixando claro,
infelizmente, que a vida humana, nesse caso, é avaliada segundo o grau
hierárquico da caserna e não pelo seu verdadeiro valor de ser humano, evidentemente
sob a interpretação da letra fria da norma jurídica, que tem poder de
discriminar e punir, mesmo que, no caso do bravo infante, o seu único crime tenha
sido o de servir o Brasil com os maiores esforço, amor e dedicação, enquanto
havia nele saúde e higidez física.
À toda evidência,
a providência adotada pelo setor da Aeronáutica, incumbido de prover
assistência médico-hospitalar ao ser humano tem o veemente repúdio dos amigos e
familiares do querido irmão Mello, que até o momento vem sendo tratado e
atendido com a dignidade que toda pessoa merece, quanto mais nas circunstâncias
e nas precariedades do estado de degeneração imposta pela grave doença que o
acometeu.
Nas circunstâncias, como ele já vinha sendo
assistido normalmente pelo aludido fundo, é inacreditável que o homem seja
avaliado, nesse caso específico, tão somente pelo grau de hierarquia, pela
graduação, ao estabelecer tratamento médico-hospitalar diferenciado entre oficial
e graduado, quando o normal e o bom senso exigem que a avaliação e a valorização
do tratamento precisam ser feitas pelo que a pessoa representa como ser humano,
como cidadão brasileiro que, segundo os termos da Carta Magna, tem direitos e
obrigações em condições de igualdade, não podendo haver discriminação de forma
alguma por parte do Estado, muito menos no que diz respeito ao direito à saúde
e à vida, que é universalmente assegurado, principalmente nos países sérios e
evoluídos.
Essa cristalina injustiça cometida contra um cidadão
que dedicou sua vida, quando tinha plena saúde, à Força Aérea Brasileira e ao Brasil,
não encontra explicação plausível, porque, à toda evidência, isso constitui
enormes incompreensão e irracionalidade de extrema animalidade, totalmente
inadmissíveis em nação séria e cônscia da sua responsabilidade cívica, que tem
como princípio garantir a vida, custe o que custar, porque os recursos
envolvidos não pagam o preço de uma vida humana.
Particularmente, deixo o meu veemente protesto,
pela constatação de ato absolutamente injustificável e irracional, que jamais
se imaginaria que tal brutalidade ainda pudesse acontecer em pleno século XXI,
em que a evolução da humanidade, permitindo que Homo sapiens se conscientize
sobre o verdadeiro valor da vida, abomina atitude como essa de absoluta
desumanidade.
Diante
do espírito de solidariedade em prol da causa do amigo acometido, por parte da
irmandade originada na Universidade Federal de Pedregulho, que abraçou a causa
inerente à ajuda ao tratamento dele, que não pode parar, sua esposa se
manifestou em agradecimento, dizendo, entre tantas palavras de carinho, que “...
Não tenho palavras para expressar minha
eterna gratidão a todos, por tanto carinho, bondade, amizade, que me deixaram
deveras emocionada, por encontrar amigos como vocês, um tesouro celeste ante as
preocupações e a dor. O que posso dizer mais? A única coisa que sei é que meu
marido é muito abençoado em ter amigos assim: justos, leais, solidários,
companheiros... Alguns, eu conheço e gosto muito deles. Outros, só por fotos e
pelas histórias contadas, mas trago no peito o carinho ofertado por cada um. A
luta é grande, mas o amor supera qualquer obstáculo! Que Deus abençoe cada um
de vocês e saibam que têm em mim uma amiga! Em nome do meu amado marido, eu
digo: OBRIGADO!”.
Em seguida às essas belas palavras, eu postei o
seguinte texto: “Parabenizo a Srª Andréa Mello, por suas comoventes palavras,
que parecem que saíram mesmo do fundo do coração, para agradecer o carinho e o
apoio dessa rapaziada que realmente carrega no peito um coração cheio de amor
ao próximo. Claro que o momento se tornou ainda mais belo com a adesão bem
maciça dos companheiros, que compreenderam prontamente os verdadeiros
sentimentos de amizade e solidariedade, com a sua presença espontânea e
bondosa, com o apoio espiritual e financeiro, em benefício do irmão de sempre.
Pedimos a Deus que esse espírito de solidariedade e de amor se fortaleça cada
vez mais e que a união de todos possa contribuir, pelo menos, para minorar o
sofrimento do nosso querido irmão Mello.”.
Não há a menor dúvida de que o momento é de
muita reflexão para todos nós da amada Turma 162, no sentido de se verificar
que cada dia estamos mais abertos à conscientização sobre a importância do aprimoramento
do sentimento de solidariedade e amor ao próximo, como bem muito significativo na
nossa trajetória de vida.
Com certeza, a nossa turma deixa muito claro o
sentimento irmanado de que o irmão Mello tenha os melhores confortos e possa
sentir que nós demonstramos alívio e despreocupação em saber que ele vem
merecendo cuidados capazes de atender às suas ansiedades de tratamento.
Na verdade, ao ser abraçada a causa de um irmão
de lutas e de guerras da vida, é como se afagar o nosso coração, que se reveste
espontaneamente do pensamento que nos envolve às coisas dos céus e o sentimento
se mistura com a vontade sublime de Jesus Cristo, que foi pródigo em harmonizar
os saudáveis princípios da esperança e do amor entre os semelhantes, em
harmonia com o majestoso espírito natalino, bastante disseminado no momento e que
é festejado com muita alegria no próximo dia 25.
Feliz Natal para todos, com as graças divinas!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 20 de dezembro de 2016
Meu Querido Adalmir, estou sem palavras. Meus parabéns.
ResponderExcluirBelo texto, grata pelo reconhecimento e apoio de todos vocês. Uma parte da lhta foi ganha na justiça, falta mais uma etapa. Aue Jesus abençoe a turma 162 por atitudes tão majestosas ante os infortúnios alheios. Grande abraço repleto de gratidão.
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