quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Contrariedade aos princípios humanitários

Ao tempo em que os brasileiros choravam, consternados e sentidos, o desembarque no solo nacional dos corpos das vítimas da tragédia ocorrida com o time de futebol da Chapecoense, os ex-presidentes petistas estavam chegando à ilha castrista, para prestar homenagens póstumas ao revolucionário cubano e participar do seu funeral.
Por incrível que possa parecer, a ex-presidente afirmou que o ex-ditador cubano “foi um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa e que deixa um exemplo magnifico para todos os povos da América Latina.”. O antecessor dela declarou que “Poucas vezes conheceu uma pessoa tão digna como Fidel.”, deixando explícitos, com muita clareza, seus sentimentos de veneração ao verdadeiro anti-herói, pelo tanto de maldade que ele foi capaz de protagonizar no seu país, principalmente com o fuzilamento de milhares de pessoas.
É induvidoso que a atitude dos dois petistas acentua, de forma patente, seus gestos de extrema admiração e submissão ao carisma do poderoso tirano cubano, em definitiva prova da completa desconexão com a realidade e os valores patrióticos dos brasileiros, sem qualquer receio ou preocupação acerca de possível juízo de valor sobre o que aqui se possa pensar quanto ao troglodita regime que foi capaz de devastar a dignidade dos cubanos e degenerar os sentimentos e os valores de humanismo deles, à vista do total desrespeito aos direitos e às liberdades humanas.
A impressão que fica é a de que os petistas preferiram se aliar ao povo cubano, para homenagear o ditador que se foi, em prova da devoção e do deslumbramento ao lastimável legado dele, mostrando seu indiscutível desapreço e desconsideração às famílias enlutadas dos mortos no acidente aéreo, em particular, e aos brasileiros, em momento de desalento e de muita dor, que são capazes de transpassar toda veneração pelo melhor dos amigos.
Mesmo que o Brasil não estivesse em luto pelo trágico acontecimento com o desaparecimento de dezenas de brasileiros, deixando o país completamente consternado, em razão de irreparáveis perdas de vidas humanas, não se justificaria que duas pessoas públicas da maior importância se apresentassem ao lado de sanguinário ditador (sem a bandeira do seu país), para prestar homenagem a outro terrível exterminador de vidas humanas e ainda, pasmem, ambos empunhando e tremulando a bandeira de Cuba (como mostra a foto da reportagem).
O cenário mostrado à saciedade dá a ideia de grandioso evento em homenagem à perda de quem teria sido herói de verdade, quando o legado deixado pelo líder cubano pode ser registrado como sendo de um homem que foi um dos piores fuziladores de vidas humanas da história mundial, que foram mandadas para o paredão sem direito à defesa, além das arbitrárias prisões e dos exílios impostos por ele aos seus opositores.
E o que causa extrema repugnância e indignação é a forma elogiosa feita pelos brasileiros ao ditador cubano, exterminador de vidas humanas, que foi visto pela ex-presidente, repita-se, como "um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa e que deixa um exemplo magnifico para todos os povos da América Latina.", enquanto o ex-presidente afirmou, com orgulho: "que poucas vezes conheceu uma pessoa tão digna como Fidel.".
Diante dessas tresloucadas afirmações, os brasileiros têm motivos mais do que suficientes para concluir sobre o nível da mentalidade dos políticos tupiniquins mais influentes da nação, que tanto agem como se expressam em completa dissonância com a realidade e a verdade sobre os acontecimentos, conforme mostram as declarações acima.
Primeiro, porque o exemplo de ditador supremo, que foi capaz de transformar seu país em ferrenha ditadura e privar seu povo dos direitos humanos, da individualidade e dos princípios democráticos, depois de ter determinado a eliminação sumária de opositores, jamais poderia ser considerado como magnífico legado para coisa nenhuma, quanto mais para os povos da América Latina nem para povos algum.
Segundo, pelos mesmos motivos acima, não existe a mínima dignidade na pessoa que foi capaz de destruir a dignidade de seu povo, com a imposição de métodos totalitários e ditatoriais da pior espécie, contribuindo para que os cubanos estejam situados com, pelo menos, sessenta anos de atraso, em relação à evolução do mundo civilizado, que sempre propicia às pessoas o usufruto das conquistas nas áreas científica e tecnológica.
A verdade é que a ilha caribenha se gaba de ter saúde e educação, que não devem ser da melhor qualidade, ante o notório subdesenvolvimento econômico, mas é indiscutível que o povo dali padece, entre outros, da falta das liberdades e dos direitos humanos em todos os sentidos, que são abundantes e normalmente usufruídos nas nações, repita-se, civilizadas e conscientizadas sobre os verdadeiros direitos das pessoas, que jamais podem ser negados ao Homo sapiens.
Por seu turno, chega a ser patética a presença dos dois últimos ex-presidentes da República brasileira, que se posicionaram na primeira fila, ao lado do velho e decadente ditador, e ficaram acenando para o cortejo com a bandeira de Cuba empunhada, algo que jamais foi visto no Brasil com a bandeira nacional, fato este que demonstra o tanto dos intensos amor e veneração que eles têm por aquela ilha, comandada por cruel regime ditatorial, que não serve de exemplo para os povos civilizados, produtivos e democráticos, à vista, entre outros motivos, da sua dependência econômica dos países do bloco comunista, que atualmente são pouquíssimos.
          Urge que os brasileiros precisam se conscientizar sobre a real importância para a nação dos verdadeiros homens públicos que efetivamente demonstram amor ao Brasil e compreendem perfeitamente o sentido do respeito aos direitos humanos e os princípios democráticos, porque estes sim são conceitos fundamentais e universais que podem e devem contribuir, de forma efetiva, para o tão ansiado desenvolvimento da dignidade do ser humano, com embargo de quaisquer ideologias contrárias aos princípios humanitários. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 07 de dezembro de 2016

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Prezado Adalmir, bom dia.
    Nosso povo não tem ideia ainda de quem elegemos. Só com o passar do tempo é que vamos realmente perceber que a falta de investimento em educação foi a causa principal de tudo de ruim que enfrentamos. Aliás, por causa de tal falta de investimento, talvez, nem perceberemos isso. Muda, Brasil!
    Cordial abraço,
    LXG

    ResponderExcluir