Segundo a revista VEJA, a vaquinha virtual
criada para arrecadar dinheiro objetivando custear a defesa do principal
líder político do país foi encerrada com saldo bem abaixo da meta planejada,
uma vez que a poderosa campanha realizada pela internet conseguiu arrecadar
apenas R$ 270.051,00, pouco mais do que a metade do objetivo inicial, que tinha
como previsão o valor de, pelo menos, R$ 500 mil, embora esperava-se que houvesse
a superação dessa quantia.
Em razão da tremenda falta de entusiasmo dos
militantes para cooperar com o maior político brasileiro, o blog Radar On-Line,
de VEJA, teria adiantado que, bem próximo do fim da campanha, o instituto do
principal interessado havia convocado os quadros do partido para ajudar na
arrecadação, quando as doações ainda estavam abaixo de duzentos mil reais.
A vaquinha esteve operando entre os dias 7 e 24 do
corrente mês e ficou hospedada na plataforma de crowdfunding
(financiamento coletivo) Catarse. Segundo informações da página, o intuito era
patrocinar uma campanha nos meios de comunicação para “romper o cerco jurídico midiático,
fortalecendo o papel da blogosfera e de veículos alternativos, acumulando
forças para a democratização dos meios de comunicação”, sendo que, ao todo,
2.381 pessoas doaram ao “comitê em defesa
da democracia e do Lula”, segundo esclareceu a citada revista.
Ocorre que, ainda segundo a revista em tela, para
efeitos de comparação, vaquinha semelhante, feita em prol da ex-presidente petista,
conseguiu arrecadar a quantia de R$ 792 mil, ultrapassando 58% a meta inicial,
que também era de R$ 500 mil. No caso, a campanha tinha por meta arrecadar
fundos para custear viagens da petista, antes da consumação do impeachment, mas
não se tem notícia se realmente houve as viagens, conquanto o impeachment este
é foto liquidado.
A maior motivação para a convocação e o
convencimento da população a doar contou com a divulgação de vídeos, contendo depoimentos
de celebridades e políticos, complementados com a página da campanha “Um Brasil justo, pra Todos e pra Lula”,
tudo organizado por lideranças de movimentos sociais, sindicatos e outros
simpatizantes da causa.
A
campanha em questão não passou de tremendo fiasco, tendo em conta que até pouco
tempo o político se jactava de ter arrecado bastante dinheiro, em milhões de
reais, em nível de superioridade até mesmo de famoso ex-presidente norte-americano,
para justificar os absurdos milhões pagos por empreiteiras pelas palestras proferidas
pelo político, no exterior.
À
toda evidência, essa campanha não deve passar de cortina de fumaça, para tentar
enganar, mais uma vez, os ingênuos fanáticos sobre a debilidade financeira do
político, quando os milhões de reais provenientes de palestras dariam para
custear por longo tempo as dezenas de bons advogados contratados por ele, a
peso de ouro, para defendê-lo.
O
resultado da campanha mostra que nem mesmo os cegos e fanáticos acreditaram mais
nessa fantasiosa história de carência de recursos, diante da minguada participação
dos verdadeiros obreiros dos movimentos sociais, dos sindicatos e demais
militantes, que não acreditaram em uma história pouco plausível, em relação à
falta de dinheiro, tendo por base apenas propaganda, sem as devidas
justificativas.
Ao
que tudo indica, os militantes estão escaldados com tantas campanhas para a
realização de algo que se baseia em ideias movediças de defesa que se alimenta
em mera verborragia, sem qualquer apresentação de provas, em contestação contra
os fatos levantados pela Operação Lava-Jato, cujos resultados já ensejaram o
recebimento de denúncias pela Justiça Federal, que o tornou réu em cinco
processos, os quais estão à espera das devidas defesas.
O
certo é que o pífio saldo do dinheiro levantado, à luz do planejado, mesmo que
fosse para bancar despesas da defesa, não passa de frustração que parece corresponder
às expectativas de que o povo, principalmente o fanatizado, está perdendo a fé
e a esperança naquele que há até pouco tempo tinha a reputação de verdadeiro deus
dos ingênuos, que, diante dos fatos investigados pela Lava-Jato, podem estar se
conscientizando sobre a verdadeira realidade da situação.
Não
se pode negar que, nos bons tempos das vacas gordas, esse valor mixuruca arrecadado
seria doado por apenas um dos magnatas amiguinhos empreiteiros, que faria
questão de manter em alta a influência do amigo, conforme declarou nesse
sentido de um executivo da Odebrecht.
Hoje,
a situação se complica porque os empreiteiros estão quase todos presos ou sob acurada
investigação e, o pior, a fonte abundante dos contratos secou por completo,
diante da mudança de governo e das investigações que parecem não ter fim e se
tiver, um dia, elas dificilmente vão permitir até mesmo em se falar na palavra
doação, para qualquer finalidade, diante da catástrofe por elas causadas, ou
seja, será o fim do mundo para os envolvidos, embora muitos dos quais continuam
negando culpa nos fatos suspeitos de irregularidades, em que pesem as provas em
contrário estejam ainda no plano da falácia e do contra-ataque.
Convém
que os brasileiros se conscientizem de que até mesmo as campanhas de
arrecadação do suado dinheiro precisam ser justificadas, com o acompanhamento dos
devidos esclarecimentos sobre a real destinação dos recursos pertinentes, em
especial com a obrigatoriedade da transparência sobre o patrimônio do principal
beneficiário, mostrando a efetiva necessidade da constituição do fundo, à
míngua de outra fonte para tanto, como forma de se evitar que o povo, mesmo o
fanatizado, seja mais uma vez objeto de deliberada enganação, por meio da exploração
da sua já costumeira ingenuidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 26 de dezembro de 2016
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