quinta-feira, 9 de março de 2017

Esdrúxula comemoração

O governo da Venezuela prestou homenagem ao ex-presidente pai da chamada Revolução Bolivariana, no transcurso do quarto aniversário de sua morte, cujo evento teve também a participação dos presidentes de Cuba, Nicarágua e Bolívia.
Ao ensejo das comemorações, houve tributo dos presidentes ao homenageado, com a inauguração da XIV Cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América - Tratado de Comércio dos Povos (Alba-TCP).
No encontro, o presidente venezuelano disse que "Estamos realizando esta cúpula passados quatro anos da partida física do comandante Chávez, sem lugar a dúvidas de um golpe muito duro para os movimentos progressistas da América Latina, do Caribe e do mundo".
O presidente daquele país, referindo-se aos Estados Unidos da América, após a morte do líder bolivariano, disse que "o império" travou "uma descomunal guerra econômica" contra seu país. Guerra essa que ele garante ter contrabalançado com vários esforços, entre eles a criação da Alba-TCP, "base da construção de uma nova América".
Já o presidente da Nicarágua afirmou que "Nos honra estar nesta terra sagrada, de Simón Bolívar e de Chávez. Terra que representa um povo que lutou pela independência da nossa América".
O presidente da Bolívia disse que "Viemos acompanhar o povo venezuelano e todo o povo anti-imperialista (...) Todo dia é de luta permanente contra as agressões políticas e econômicas como as dos Estados Unidos. Há países que nunca vão se render, graças à luta de Chávez".
Como já se tornou tradição, o governo daquele país realizará ato solene em memória do líder bolivariano, no Quartel da Montanha, onde descansam seus restos mortais.
No encontro, só faltou a declaração do ditador-mor, o presidente vitalício de Cuba, que poderia também ter aproveito o ensejo para reclamar, como é do seu feitio, das agressões por parte das nações desenvolvidas pelo estrondoso fracasso de seus governos, que se destacam pela extrema perversidade contra os direitos humanos e os princípios democráticos, além da decadência socioeconômica, somente permitindo ao povo, diante da impossibilidade de controle estatal, o usufruto do ar inalado inalada livremente.
Causa perplexidade se ouvir declarações de presidentes de nações, destroçadas pela incompetência administrativa de seus governantes, de que as revoluções praticadas foram e estão sendo prejudicadas pelo império do mundo, não entendendo que as precariedades do sistema comunista/socialista adotado por eles são os reais causadores do desconforto de seus povos, pela decadência imposta pelo totalitarismo estatal, que controla tudo e contribui para a derrocada de suas nações e seus povos.
Também é muito estranho que os presidentes socialistas/comunistas falem em “construção de uma nova América”, quando seus governos oprimem e massacram seus povos e destroem as estruturas de seus países, cujos procedimentos condizem exatamente com a desconstrução da própria nação, que estão todas igualmente mergulhadas no caos social, econômico, político, moral e administrativo.     
É inacreditável como o mentor e idealizador da revolução que contribuiu, de forma efetiva, para destruir uma nação e seu povo ainda seja alvo de homenagem, como se a miséria, a degeneração e os maus-tratos tivessem algum lugar para injustificável comemoração.
Chega a ser ridículo que os fiéis adoradores do chavismo ainda tenham a insensibilidade de defender ideologia que contribuiu para o retrocesso social, político, econômico, moral, administrativo, entre outros que apenas atestam a completa falência de suas nações, a exemplo da Venezuela, Cuba, cujos povos são o símbolo da decadência social e econômicas.
É muito difícil entender até onde governantes com mentalidade tão tacanha podem levar seu povo além do abismo, da miséria e do retrocesso, como acontece com os países citados na reportagem, porque situação pior onde eles se encontram não pode mais ser experimentada, sob pena de extinção como nação e como povo, não tendo lugar para esdrúxula e injustificável comemoração. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 9 de março de 2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário