quarta-feira, 29 de março de 2017

Efeitos nefastos das mentiras

Os ex-presidentes da República petistas, cada qual aos seus estilos, protagonizaram, recentemente, espetáculos próprios do anedotário nacional, à vista da extrema zombaria à inteligência e à capacidade dos brasileiros.
Por ocasião da primeira audiência que foi obrigado a comparecer, mesmo contra a vontade, como réu para prestar esclarecimentos sobre a acusação da tentativa de atrapalhar investigações da Lava-Jato, o petista aproveitou para reclamar da inadmissível condição de vítima e de perseguição, tendo tripudiado das insinuações das suspeitas sobre possíveis favores que teria sido alvo, no dizer dos procuradores, principalmente com relação ao triplex e ao sítio, incluídas as reformas nesses imóveis, e ainda os nababescos repasses a título de palestras para empresas que, em compensação, lhe pediam favores, segundo afirmações da força-tarefa da Lava-Jato.
Noutro ponto, ele refutou a existência de organização criminosa no seu partido, além de ter reclamado de se levantar diariamente com receio de ser preso e de negar qualquer influência na indicação daqueles que saquearam sem piedade as empresas do Estado.
Na sua extrema “modéstia”, ficou o sentimento de que o ex-presidente gostaria que tudo que se fala contra ele fosse simplesmente esquecido, porque não há a mínima possibilidade de ele reconhecer qualquer malfeito que o incrimine, principalmente porque, na opinião dele, as invencionices imputadas como sendo da autoria dele não passam de insinuações originárias da oposição, da imprensa e dos perseguidores que o querem longe do processo sucessório de 2018.
Ainda na audiência, o político se referiu ao massacre que vem sendo submetido e se lançou como verdadeiro “salvador da pátria” contra o que ele chama de governo “ilegítimo”, que vem destruindo o país, esquecendo ele que a situação econômica brasileira já é outra bastante diferente daquela bagunça deixada por sua afilhada política, quando o país se encontrava mergulhado no caos, com inflação altíssima, juros nas alturas, desemprego batendo recorde, forte recessão econômica, falta de investimentos, descrédito dos investidores, inclusive estrangeiros, além de outras mazelas que conduziam o país ao abismo econômico.
No fundo, ele se imagina aquele que tem o dom de ser o todo-poderoso, imaculado e competente, com capacidade para arrebanhar a confiança dos brasileiros que acreditam nas realizações no campo social, não se preocupando com as questões de incompetência na execução dos recursos públicos e muito menos com a sua efetividade e de moralidade, porque pouco importam os fins, mas sim os meios, ou seja, na verdade, a culpa da situação caótica não é totalmente dele, mas sim de quem infelizmente ainda tem a ingenuidade de acreditar piamente nas mentiras que se propagam em profusão.
Já a petista demonstrou que aprendeu muito com seu padrinho político, ao se se dirigir ao primeiro mundo, como se tivesse falando para os bestas dos brasileiros, tendo dito à plateia europeia, entre tantas diatribes, que os maus resultados da economia foram culpados por seu afastamento, que o chamou de “golpe”, omitindo o real motivo do impeachment, que foi o seu enquadramento no crime de responsabilidade, que é resultado da prática de abuso do orçamento, quando se gasta mais do que foi arrecadado e isso gera rombo nas contas públicas, a exemplo da famosa contabilidade criativa, representadas pelas estapafúrdias pedaladas fiscais.
No tortuoso raciocínio desenvolvido na ocasião, a petista teve a insensatez de indagar à plateia, sem corar a cara, o seguinte: “você acha que alguém investe em um país em que parte da oposição pede o impeachment da presidente? Eles construíram algo irresponsável, a insegurança do Brasil. Hoje a economia se deteriora”.
Não é certo que a “economia se deteriora”, quando todo mundo sabe que os principais indicadores econômicos estão dando, agora, sinais de vitalidade e de recuperação, notadamente porque a economia não se derrete como no governo dela, de vez que, hoje, a inflação caiu pela metade, os juros estão em escala descendente e em rumo da civilidade, o emprego parou de cair e agora está crescendo, a recessão se retrai e, enfim, os bons ventos sopram de forma benfazeja, na proa da economia, bem diferente da situação deixada por ela, conforme mostram os fatos.
Sabe-se que a quase totalidade do Congresso Nacional e não somente “parte da oposição”, com o apoio da maioria dos brasileiros insatisfeitos com a gestão deletéria dela, a afastou do Palácio do Planalto, por caracterização do crime de responsabilidade, diante das graves crises de indiscutível má administrativa do país.
A petista conseguiu deletar da sua memória a deterioração da economia no seu governo, tendo se esquecido rapidinho dos números que devastavam o PIB, os empregos de milhões de trabalhadores, os repiques da inflação, o descontrole nas contas públicas, a destruição das empresas, o caos, em resumo, em razão das desastradas e inconsequentes medidas adotadas por ela, que contribuíam para empurrar o país em direção ao fundo do poço.
Como fez com muita maestria por ocasião da campanha da reeleição, a petista não aprendeu a lição e continua falseando os fatos, evidentemente com a finalidade de tirar proveito e mostrar situação diferente da realidade, para se passar por vítima e perseguida por parte daqueles que não comungam com a sua cartilha da incompetência e da insensibilidade sobre as precariedades e as mazelas que imperavam no seu governo, em boa hora reconhecidos pelo Congresso Nacional, que teve o respaldo retumbante do Supremo Tribunal Federal, ao negar todos os recursos interpostos por ela, prova da legitimidade do processo de impeachment dela.
Exatamente para os suíços, que cultuam rígidos princípios de moralidade, a petista escondeu que o partido dela cobrava percentagem de propina dos contratos celebrados pela Petrobras, conforme informações constantes de delações premiadas, e disse, para assombro do mundo, verbis: “duvido que vão continuar chamando o PT de corrupto daqui para frente!”, quando os fatos sinalizam para a caracterização de partido que se beneficiou do dinheiro sujo desviado da Petrobras, à vista das investigações produzidas pela Lava-Jato.  
Não se sabe ainda com base em que ela teria feito tamanha insensatez, conquanto nada foi provado em contrário das informações colididas das delações premiadas e das investigações, que forneceram fartos e substanciosos elementos comprovando o mar enlameado pelas irregularidades com relação aos recursos repassados aos partidos que se beneficiaram das propinas, inclusive o dela.
Ultimamente, não tendo argumentos para justificar seus desastrados atos político-administrativos, a ex-presidente difama do país, da democracia e das instituições como demonstração de verdadeira atitude de desprezo aos princípios democrático e de civilidade, por certo na tentativa de cunho populista de encobrir e distorcer a realidade dos fatos, com vistas a se aproveitar da situação, que, por enquanto, ainda se encontra bastante desfavorável para os propósitos e interesses dela.
A verdade que é o maior político da história contemporânea brasileira e sua pupila não teriam chegado onde chegaram se não fosse o apoio maciço dos bestas e ingênuos brasileiros, que acreditaram piamente nas mentiras com a face do autêntico populismo mais escrachado possível, como forma de angariar a confiança do povo, fazendo-o a acreditar que tudo que não vem de seu partido é contra os interesses sociais, porque somente ele tem capacidade para executar as políticas que agradam o povão, que, aliás, já passou do momento de se conscientizar que tudo que se faz para o povo tem a marca do dinheiro público, proveniente dos contribuintes, sem qualquer vinculação partidária.
O país foi contaminado, por muito tempo, pelas mentiras que se tornaram verdade, na versão do petismo, e o povo menos informado, na sua ingenuidade, acreditou nelas como se elas fossem verdade, à mercê da falta dos autênticos homens públicos que se dignassem, como é do seu dever público, a esclarecer à população o verdadeiro sentido das reiteradas mentiras protagonizadas por quem efetivamente se beneficiaria delas, como forma de alcançar seus objetivos políticos, em detrimento dos sentimentos da verdade, ética, moralidade, dignidade e de tudo o mais que representasse princípios e condutas condizentes com o verdadeiro caráter de retidão e de honestidade, que não envolvesse artifícios arquitetados com a finalidade da obtenção de vantagens pessoais e partidárias.
Enfim, encaminha-se para o desmascaramento daqueles que transformaram o país em um complexo de mentiras e de artificialismo próprios para a implantação do sistema socialista, onde prevalece o totalitarismo das patranhas e do usufruto das vantagens propiciadas pelo Estado somente por parte da classe dominante, sendo que a população sem instrução, desinformada ou sem conhecimento sobre o verdadeiro sentido do populismo, que não passa de viés eleitoreiro, com vistas à plena dominação das classes política e social e à conquista do poder e à perenidade nele.
Convém que os bons e conscientizados homens públicos sejam capazes de liderar campanhas nacionais, no sentido de esclarecer, por meio de seus partidos e por cota própria, a população menos informada e pouco esclarecida sobre o verdadeiro sentido nefasto das mentiras protagonizadas pelos péssimos políticos, que as professam com a exclusiva finalidade de se beneficiar da ingenuidade dos brasileiros, de modo que possam ser desmascaradas as farsas das indústrias das reiteradas e poderosas mentiras, de cunho político-eleitoreiro que somente causam prejuízos aos salutares princípios republicano e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 29 de março de 2017

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