Segundo
pesquisa realizada em Caracas, capital da Venezuela, nove em cada dez
venezuelanos consideram que as coisas em seu país "vão mal", e a maioria pensa que ainda vão piorar.
Ou
seja, a marcha da daquele país é claramente percebida, de forma negativa, por
90% dos consultados pela empresa Datos, e 77% dos entrevistados acreditam que o
cenário será ainda pior, nos próximos seis meses.
A
pesquisa, contratada pela Câmara Venezuelana-Americana de Comércio e Indústria
(Venamcham), estabeleceu ainda que 95% dos entrevistados percebem que sua
situação econômica é pior hoje do que há um ano, levando-se em conta o
desabastecimento de bens básicos e o alto custo de vida, que são os problemas
que mais preocupam a população.
Nos
últimos anos, as referidas inquietações se juntaram à alarmante insegurança
pessoal, que se tornaram os principais problemas, especialmente a partir de
2014, quando a acentuada queda dos preços do petróleo contribuiu para agravar a
devastadora crise econômica.
Para
93% dos consultados, sua renda mensal é suficiente para adquirir metade ou
menos da metade dos produtos de que necessitam para viver e cerca de 48% deles disseram
que têm acesso a "muito poucas
coisas", enquanto 94% destacaram que a compra de comida entre seus
principais gastos, ou seja, não sobra quase nada para as demais necessidades sociais.
O
pessimismo também se reflete na quantidade de pessoas dispostas a emigrar,
especialmente as mais jovens, sendo que 77% dos consultados, entre 18 e 21 anos,
asseguraram que sairiam da Venezuela se tivessem a oportunidade. Cerca de 67%
das pessoas de 22 a 35 anos alegam que fariam o mesmo.
Segundo
um sociólogo que investiga o fenômeno social, ao menos 1,2 milhão de
venezuelanos emigraram nos últimos 15 anos, fato que demonstra enorme
insatisfação do povo com a situação caótica do país.
Um
diretor do instituto de pesquisas previu forte queda do consumo, neste ano, ao
afirmar que, "Em 2017, o problema (para
os empresários) não é ter produtos, mas
vendê-los, porque o consumidor não tem poder aquisitivo".
Outra
terrível constatação é a de que os venezuelanos sofrem com os efeitos da
inflação mais alta do mundo, projetada pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI), pasmem, em 1.660% para 2017, e uma intensa escassez de alimentos básicos
e de medicamentos.
É
inacreditável como os venezuelanos ainda têm forças e resistência para suportar
brutal situação imposta ao ser humano por governo autoritário, ditatorial,
incompetente e ainda cercado por bajuladores absolutamente insensíveis ao
clamor da população, que está sendo dizimada em ritmo de crueldade e de sadismo
contra pessoas ingênuas e indefesas, conforme mostra o resultado da pesquisa em
tela.
É
simplesmente inacreditável como, numa situação de completo caos, com as
estruturas do país totalmente destruídas e o povo sendo esmagado pela opressão
e incompetência da gestão pública, essa população não consiga se indignar e
reagir contra a ruína, o abismo e a plena destruição, considerando que a sua
maioria esmagadora chegou à conclusão de que a situação do país é ruim e tende
a piorar ainda mais, nos próximos meses.
A
única ilação que pode ter, à luz do resultado da pesquisa em comento, é a de
que o povo vai esperar acontecer o debacle para reagir e não aceitar que esse
estado deplorável tenha continuidade, sabendo-se que a classe dominante se
encontra imune ao sofrimento e às condições adversas, eis que ela não se
submete aos rigores do péssimo e trágico tratamento dispensado à população, que
é obrigada a obedecer à draconiana cartilha totalitária imposta pela desgraçada
Revolução Bolivariana.
Não
há dúvida de que esse é o retrato fiel da destruição dos direitos humanos e dos
princípios democráticos, onde o povo tem o único direito de respirar
livremente, ante a impossibilidade do controle estatal sobre o oxigênio.
Pobre
povo venezuelano que, agora, está pagando preço altíssimo por sua insensata e
errada escolha do regime comunista/socialista, absolutamente contrário aos
princípios humanitários, o qual somente existe em decorrência do endeusamento
de um ditador igualmente perverso e desumano como o presidente daquele país.
Não
se pode olvidar que o anterior governo brasileiro contribuiu para esse estado
lamentável de coisas, por ter apoiado, de forma incondicional, a maldita
revolução e seus mentores, inclusive com maciça ajuda financeira, em prejuízo
dos interesses brasileiros, uma vez que os recursos repassados a fundo perdido
àquele país teriam minimizado o sofrimento de muitos brasileiros.
Diante
da lastimável situação social, de clara calamidade humanitária, é urgente que as
entidades e os organismos internacionais apoiadas pela Organização das Nações
Unidas de direitos humanos ajam e atuem em defesa da população da Venezuela,
como forma de se evitar a destruição de um povo ingênuo e indefeso, que, quanto
mais reclama, a sua situação fica cada vez mais angustiante, à vista da
progressiva piora das já precárias condições socioeconômicas, em razão da
generalizada escassez de produtos de primeira necessidade, inclusive de
remédios, a par do desprezo aos direitos humanos e princípios democráticos. Acorda,
Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 7 de março de 2017
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