O
presidente da Bolívia sancionou lei versando sobre o aumento de 12 mil para 22
mil hectares a superfície legal de cultivos da coca naquele país.
Na
ocasião, usando colar feito com folhas da planta, o presidente boliviano disse que
a coca “venceu” a batalha contra os
Estados Unidos da América, que buscavam sua erradicação total.
No
ato de promulgação da lei, o presidente boliviano disse que a nova legislação
garante “por toda a vida” a
produção de folhas de coca nos departamentos de La Paz e Cochabamba, no centro
do país, porque esta foi a “luta” dos
cocaleiros contra os diversos planos que tentaram eliminar as plantações, em definitivo.
Ele
disse que: “Em outras palavras, a folha
de coca venceu o império americano. A coca venceu os Estados Unidos nesta dura
batalha, porque os Estados Unidos querem zero de coca”.
O
líder boliviano aprovou a nova Lei da Coca no palácio do governo, com a
presença das principais autoridades do país, chefes militares e policiais, sindicalistas
ligados ao governo e produtores de folhas de coca, sobretudo da região central
de Chapare, seu reduto sindical e eleitoral.
A
Constituição daquele país reconhece usos culturais, rituais e medicinais da
coca, embora ela não reconheça a parte da coca destinada à produção desviada
para o narcotráfico, que a transforma em cocaína e tem sido a principal fonte de
recursos dos cocaleiros.
A
produção da coca na Bolívia foi regulamentada em 1988, estabelecendo o limite
máximo de 12 mil hectares de cultivos legais que só podiam ser produzidos na
região dos Yungas, em La Paz, mas, mediante convênio assinado pelo governo com
os plantadores de coca, foi permitido o cultivo em Chapare de máximo de 3.200
hectares, embora esse limite sempre foi ignorado pelos camponeses dessa região,
que produziam o dobro do volume permitido.
Além
de aumentar a superfície legal das plantações para 22 mil hectares, a nova lei
também isenta os produtores da planta do pagamento de tributos por essa
atividade, ou seja, o incentivo para o aumento da produção foi mais que
generoso, por parte de governo que pouco importa a desgraça do ser humano.
Os
principais líderes da oposição criticaram o aumento da superfície de plantio da
coca, sob o argumento de que a medida vai contribuir para gerar mais
narcotráfico.
Não
obstante, o governo justificou a questionada medida, esclarecendo que a nova
produção de coca irá suprir o consumo interno tradicional e permitir o fomento da
industrialização de derivados legais da coca e a sua exportação.
O
presidente cocaleiro se manifestou de forma categórica, ao afirmar que “chegou a hora de enterrar a lei 1008, que
busca zero de coca na Bolívia” e ainda ressaltou que seu governo seguirá
cumprindo com seus compromissos na luta antidrogas, afirmação que significa brutal
incoerência, por se tratar de falácia de combate às drogas, quando o presidente
expande a área de plantação da matéria-prima da cocaína.
Por
seu turno, o presidente reiterou sua rejeição ao relatório do Departamento de
Estado dos EUA que cita Bolívia, Mianmar e Venezuela como os países onde existe
maior “fracasso demonstrável” na hora
de implementar suas obrigações internacionais na luta antidrogas, tendo
asseverado que “O único demonstrável é
que os governos dos EUA não podem submeter a Venezuela e a Bolívia. Não somos
países submissos aos governos dos EUA”.
Com
certeza, o tráfico de drogas também será turbinado e muito mais gente vai ser
prejudicada, em razão da maior oferta da cocaína, certamente em benefício da
Bolívia, que acaba de incentivar a produção dessa desgraça contra a saúde e
vida do ser humano.
Causa
perplexidade, o presidente de um país se orgulhar de ter contribuído para fomentar
a produção de coca, a planta base da cocaína, que tem certamente como destinação
o resto do mundo, que já demonstrou total incapacidade de controle do seu
tráfico, a exemplo do Brasil, que tem sido usado como principal e importante distribuidor
desse maléfico produto para o mundo.
Há
verdadeira demonstração de que a Bolívia simplesmente afronta o mundo, com o
aumento da produção da coca, quando o normal seria o contrário, ou seja, a
diminuição das áreas de plantio da coca, diante dos efeitos devastadores que a
cocaína atinge os seres humanos.
À
toda evidência, o ato destruidor de vidas humanas, agora materializado com
muita pompa, não visou atingir exclusivamente os Estados Unidos da América,
como deixou muito claro a irracional e irresponsável mente do presidente
boliviano, mas certamente toda humanidade, diante dos efeitos maléficos e arrasadores
produzidos por essa droga letal.
Considerando
que a coca é uma desgraça que se alastra pelo mundo como rastilho de pólvora,
sem a menor dificuldade, e ainda com terrível poder de afetar, de forma letal,
as pessoas e as famílias de todos os países, é inconcebível que a Bolívia se
vanglorie de ter aumentado a área de plantação da coca e mesmo assim ainda mantenha
relações diplomáticas com nações sérias, civilizadas e conscientes dos efeitos
devastadores da cocaína.
Por
certo, se a ONU fizesse pressão junto às nações para que elas se afastassem da
Bolívia, ou seja, este país fosse isolado diplomaticamente dos países evoluídos
e civilizados, aquela nação cocaleira não resistiria nem ousaria desafiar não
somente os EUA, mas o mundo, com o absurdo e descabido aumento das áreas de
plantio da coca, que ainda se funda, pasmem, em usos culturais, rituais e
medicinais da planta, o que muito demonstra a gigantesca involução cultural e
de civilidade de um povo.
Certamente
que o completo afastamento, em termos diplomático, da Bolívia das nações evoluídas
e civilizadas obrigaria drástica e imediata redução do cultivo da coca, porque
nenhum país teria condições de existiria com o seu isolamento do resto do
mundo, salvo dos países socialistas, que têm e professam a mesma ideologia de
atraso e retrocesso socioeconômico. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 13 de março de 2017
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