Aproxima-se
o dia do grande julgamento, aquele que muitos chamam de o dia do “Juízo Final”,
que se aproxima com a avalanche de denúncias, investigações e inquéritos envolvendo
caciques políticos incrustados na roubalheira com epicentro na maior estatal
brasileira: a Petrobras, gigante petrolífera transformada na maior empresa
devedora do mundo.
A
inescrupulosa classe política conseguiu construir dutos para canalizar dinheiro
da estatal, proveniente de contratos com preços superfaturados, a partir de
ganancioso projeto de absoluta dominação das classes política e social e de
perenidade no poder, muito bem engendrado pelas mentes “inteligentes e intelectuais”
do partido que conseguiu ficar mais de treze anos no poder, inclusive controlando
a sangria dos cofres públicos, a exemplo do esquema criminoso materializado no
petrolão.
Conforme
os resultados das investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato, os
valores não só abasteciam os cofres do PT, PMDB e PP, como os bolsos de
inescrupulosos políticos, os quais se destinavam aos financiamentos ilegais de
campanha e ao seu enriquecimento.
Para
tanto, o governo de então transformou estatais, por meio de vigoroso aparelhamento,
em importantes centrais de desvios de recursos para o projeto político de poder
imaginado por seu partido, que cuidou de estabelecer sólida relação promíscua
com empresas privadas, mediante a sistematização da abrangente corrupção como
plano estratégico de ação para empoderar figuras, continuar no poder e destruir
as estruturas da nação.
Ao
que tudo indica, o dia do apocalipse que será marco para a condenação de muitos
políticos que se consideravam inalcançáveis para fins de punição pode estar
muito próximo, quando os tribunais vão julgar os crimes de desvio de recursos
dos cofres públicos, mostrando que a punição é forma exemplar possível para se
dizer que o crime não compensa e que a sua aplicação também serve de alerta
para se evitar a incidência de casos semelhantes.
Por
incrível que pareça, o Parlamento é o local onde habita o maior contingente de
beneficiários de recursos públicos e os suspeitos em potencial não conseguem
pensar em outra coisa senão nas revelações dos nomes que vão constar da relação
de aproveitadores de recursos ilícitos, principalmente porque se aproxima o
ajuste de contas com a sociedade que os elegeu, transformando-os em “lídimos” representantes
do povo, embora os fatos mostrem que eles são legítimos representantes de si
mesmo.
À
luz dos fatos investigados, os veredictos estão muito perto de ser pronunciados
e serão fatais para muitos políticos, porque eles terão por base profundas
pesquisas, investigações, provas, confrontos de documentos, delações e, enfim, evidências
materiais, que vão pôr às claras a verdade sobre os atos praticados pelos
envolvidos, corrompidos e corruptores, que, na forma constitucional, vão ter a
chance de provar a sua inocência com relação aos fatos denunciados.
Nesta
fase, os denunciados precisam provar que as suspeitas de propinas, as negociatas
imorais e o esquema criminoso não se sustentam, porque as contraprovas por eles
apresentadas são suficientes para afastar as acusações sobre irregularidades,
sob pena de responderem pelos crimes cometidos conta o patrimônio dos
brasileiros.
Um
ex-mandatário do país é obrigado a se apresentar à Justiça, nestes dias, já enquadrado
que foi como réu, tendo a obrigação de esclarecer sobre a sua tentativa de
comprar o silêncio de ex-executivo da Petrobras, que se encontra preso, e vai ficar
à frente ao juiz que preside o processo, em Brasília, fato que, por si só, já
constitui motivo mais que degradante para quem tem o dever moral de dar exemplo
de boa conduta e da prática de atos lícitos.
Logo
em seguida, o ex-presidente será obrigado a se apresentar ao juiz da Lava-Jato,
considerado paladino contra a corrupção, fato este que demonstra que a
impunidade poderá estar com os dias contados no país, eis que os políticos
proeminentes estão agora muito próximos dos tribunais, para prestar contas
sobre seus atos na vida pública e isso não existia até pouco tempo.
Ao
que tudo indica, parece ser o começo do calvário do maior político da
atualidade, que é obrigado a provar a sua inocência sobre os fatos denunciados,
cuja autoria lhe é atribuída, como condição indispensável à sua elegibilidade à
Presidência da República.
O
ex-governador do Rio de Janeiro é outro importante político que se encalacrou
para valer nas garras da Justiça, já tendo se tornado réu em seis processos
sobre corrupção, todos sob suspeita do recebimento de mais de US$ 3 milhões.
Conforme
os especialistas em corrupção, o fim do mundo somente vai começar com a
abertura da caixa de Pandora, consistente nas 77 delações de executivos da empreiteira
Odebrecht, cuja amostra já foi adiantada com a revelação de parte de algumas
delas, tendo demonstrado o grau de estarrecimento, pelo seu alto teor de pura nitroglicerina.
Somente
a Odebrecht pode ter injetado no particular mundo da corrupção valor superior a
R$ 10 bilhões de dinheiro extraído, de forma fraudulenta, de contratos firmados
com a Petrobras, que foi distribuído ilicitamente para partidos políticos e
aproveitadores políticos, como importantes homens públicos, parlamentares,
governadores e outros agentes públicos interessados no atendimento das demandas
da empreiteira.
O
rastro da dilapidação das finanças públicas começou a aparecer com a prisão de
importantes colaboradores do partido do governo afastado, como o ex-ministro da
Fazenda, o chamado “italiano”, que serviu a dois governos, com sua inteligência
na área econômica, conforme mostram as planilhas de repasses de propinas, que
tem ligação com o marqueteiro das campanhas do partido e é considerado o mentor
intelectual das astronômicas mentiras da presidente afastada, principalmente na
última campanha presidencial, quando ela vendia falsas promessas de país
maravilhoso e progressista, quando ele já se encontrava falido e quebrado, cujas
contas públicas evidenciavam rombos e déficits incalculáveis.
Nessa
mesma linha delituosa, se insere o trabalho do ex-tesoureiro do partido, que se
encontra preso, e foi o principal negociador das propinas repassadas aos cofres
do PT, conforme revelam as investigações da Operação Lava-Jato.
Não
há dúvida de que as delações dos executivos da Odebrecht vão mostrar a
verdadeira dimensão das roubalheiras perpetradas nos cofres da Petrobras e
contribuir com importantes subsídios para os trabalhos de incumbência da
Justiça, no que se referem aos inquéritos determinados pelo Supremo Tribunal
Federal, em cada caso, de modo que a verdade virá necessariamente à tona e
poderá ser marco divisório para a tão ansiada moralização do país, caso as
punições dos culpados sejam de tal efetividade que sirvam de lição pedagógica e
exemplar para os maus homens públicos, que prejudicaram as causas do país e dos
brasileiros com suas ganâncias de absoluta dominação das classes política e
social e de perenidade no poder, sem se importarem com o uso dos fins escusos para
o atingimento de seus objetivos. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 12 de março de 2017
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