domingo, 12 de março de 2017

A proximidade do "Juízo Final"?

Aproxima-se o dia do grande julgamento, aquele que muitos chamam de o dia do “Juízo Final”, que se aproxima com a avalanche de denúncias, investigações e inquéritos envolvendo caciques políticos incrustados na roubalheira com epicentro na maior estatal brasileira: a Petrobras, gigante petrolífera transformada na maior empresa devedora do mundo.
A inescrupulosa classe política conseguiu construir dutos para canalizar dinheiro da estatal, proveniente de contratos com preços superfaturados, a partir de ganancioso projeto de absoluta dominação das classes política e social e de perenidade no poder, muito bem engendrado pelas mentes “inteligentes e intelectuais” do partido que conseguiu ficar mais de treze anos no poder, inclusive controlando a sangria dos cofres públicos, a exemplo do esquema criminoso materializado no petrolão.
Conforme os resultados das investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato, os valores não só abasteciam os cofres do PT, PMDB e PP, como os bolsos de inescrupulosos políticos, os quais se destinavam aos financiamentos ilegais de campanha e ao seu enriquecimento.
Para tanto, o governo de então transformou estatais, por meio de vigoroso aparelhamento, em importantes centrais de desvios de recursos para o projeto político de poder imaginado por seu partido, que cuidou de estabelecer sólida relação promíscua com empresas privadas, mediante a sistematização da abrangente corrupção como plano estratégico de ação para empoderar figuras, continuar no poder e destruir as estruturas da nação.  
Ao que tudo indica, o dia do apocalipse que será marco para a condenação de muitos políticos que se consideravam inalcançáveis para fins de punição pode estar muito próximo, quando os tribunais vão julgar os crimes de desvio de recursos dos cofres públicos, mostrando que a punição é forma exemplar possível para se dizer que o crime não compensa e que a sua aplicação também serve de alerta para se evitar a incidência de casos semelhantes.
Por incrível que pareça, o Parlamento é o local onde habita o maior contingente de beneficiários de recursos públicos e os suspeitos em potencial não conseguem pensar em outra coisa senão nas revelações dos nomes que vão constar da relação de aproveitadores de recursos ilícitos, principalmente porque se aproxima o ajuste de contas com a sociedade que os elegeu, transformando-os em “lídimos” representantes do povo, embora os fatos mostrem que eles são legítimos representantes de si mesmo.  
À luz dos fatos investigados, os veredictos estão muito perto de ser pronunciados e serão fatais para muitos políticos, porque eles terão por base profundas pesquisas, investigações, provas, confrontos de documentos, delações e, enfim, evidências materiais, que vão pôr às claras a verdade sobre os atos praticados pelos envolvidos, corrompidos e corruptores, que, na forma constitucional, vão ter a chance de provar a sua inocência com relação aos fatos denunciados.
Nesta fase, os denunciados precisam provar que as suspeitas de propinas, as negociatas imorais e o esquema criminoso não se sustentam, porque as contraprovas por eles apresentadas são suficientes para afastar as acusações sobre irregularidades, sob pena de responderem pelos crimes cometidos conta o patrimônio dos brasileiros.
Um ex-mandatário do país é obrigado a se apresentar à Justiça, nestes dias, já enquadrado que foi como réu, tendo a obrigação de esclarecer sobre a sua tentativa de comprar o silêncio de ex-executivo da Petrobras, que se encontra preso, e vai ficar à frente ao juiz que preside o processo, em Brasília, fato que, por si só, já constitui motivo mais que degradante para quem tem o dever moral de dar exemplo de boa conduta e da prática de atos lícitos.
Logo em seguida, o ex-presidente será obrigado a se apresentar ao juiz da Lava-Jato, considerado paladino contra a corrupção, fato este que demonstra que a impunidade poderá estar com os dias contados no país, eis que os políticos proeminentes estão agora muito próximos dos tribunais, para prestar contas sobre seus atos na vida pública e isso não existia até pouco tempo.
Ao que tudo indica, parece ser o começo do calvário do maior político da atualidade, que é obrigado a provar a sua inocência sobre os fatos denunciados, cuja autoria lhe é atribuída, como condição indispensável à sua elegibilidade à Presidência da República.
O ex-governador do Rio de Janeiro é outro importante político que se encalacrou para valer nas garras da Justiça, já tendo se tornado réu em seis processos sobre corrupção, todos sob suspeita do recebimento de mais de US$ 3 milhões.
Conforme os especialistas em corrupção, o fim do mundo somente vai começar com a abertura da caixa de Pandora, consistente nas 77 delações de executivos da empreiteira Odebrecht, cuja amostra já foi adiantada com a revelação de parte de algumas delas, tendo demonstrado o grau de estarrecimento, pelo seu alto teor de pura nitroglicerina.
Somente a Odebrecht pode ter injetado no particular mundo da corrupção valor superior a R$ 10 bilhões de dinheiro extraído, de forma fraudulenta, de contratos firmados com a Petrobras, que foi distribuído ilicitamente para partidos políticos e aproveitadores políticos, como importantes homens públicos, parlamentares, governadores e outros agentes públicos interessados no atendimento das demandas da empreiteira.
O rastro da dilapidação das finanças públicas começou a aparecer com a prisão de importantes colaboradores do partido do governo afastado, como o ex-ministro da Fazenda, o chamado “italiano”, que serviu a dois governos, com sua inteligência na área econômica, conforme mostram as planilhas de repasses de propinas, que tem ligação com o marqueteiro das campanhas do partido e é considerado o mentor intelectual das astronômicas mentiras da presidente afastada, principalmente na última campanha presidencial, quando ela vendia falsas promessas de país maravilhoso e progressista, quando ele já se encontrava falido e quebrado, cujas contas públicas evidenciavam rombos e déficits incalculáveis.
Nessa mesma linha delituosa, se insere o trabalho do ex-tesoureiro do partido, que se encontra preso, e foi o principal negociador das propinas repassadas aos cofres do PT, conforme revelam as investigações da Operação Lava-Jato.
Não há dúvida de que as delações dos executivos da Odebrecht vão mostrar a verdadeira dimensão das roubalheiras perpetradas nos cofres da Petrobras e contribuir com importantes subsídios para os trabalhos de incumbência da Justiça, no que se referem aos inquéritos determinados pelo Supremo Tribunal Federal, em cada caso, de modo que a verdade virá necessariamente à tona e poderá ser marco divisório para a tão ansiada moralização do país, caso as punições dos culpados sejam de tal efetividade que sirvam de lição pedagógica e exemplar para os maus homens públicos, que prejudicaram as causas do país e dos brasileiros com suas ganâncias de absoluta dominação das classes política e social e de perenidade no poder, sem se importarem com o uso dos fins escusos para o atingimento de seus objetivos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12 de março de 2017

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