Segundo
a coluna Painel da Folha de S.Paulo, alguns
principais políticos brasileiros, como o presidente do país, os ex-presidentes
da República petistas e o senador tucano por Minas Gerais, estariam se unindo
em articulação para lançar manifesto à nação, com o propósito de questionar as
ações do Ministério Público Federal e do Judiciário.
A
Folha afirma que o “pai” do manifesto
seria o ex-presidente petista, que até já negou a paternidade do movimento.
De
acordo com o jornal, a ideia tomou forma no grupo com o título “Prerrogativas”, e ganhou força principalmente
após a delação de um dos empresários do grupo JBS, para o qual será centralizada
a maior parcela dos questionamentos do manifesto.
A
principal linha da formulação do manifesto em tela tem a liderança do advogado
do senador tucano, que é seguida pelos advogados dos políticos acima
mencionados.
É
curioso que os políticos supracitados têm seus nomes envolvidos em denúncias da
prática de atos de corrupção, tendo sido citados na Operação Lava-Jato e
fortemente implicados na delação dos empresários do grupo JBS.
Certamente
que a reportagem não deve ter fundo de verdade, porque seria a confirmação da
índole mesquinha de políticos tupiniquins que abdicam de mostrar a lisura de
seus atos, por meio da apresentação de suas defesas perante o Judiciário, na
forma legal, preferindo se contraporem e criticarem os trabalhos edificantes
dos órgãos que trabalham em prol da moralização do país.
Nas nações sérias, civilizadas e evoluídas política
e democraticamente, os homens públicos fazem declaração pública, que é uma das
formas de manifesto legal, para esclarecer ou justificar o seu desempenho na
vida pública, mostrando exatamente, inclusive com elementos de provas
juridicamente válidas, se for o caso, a licitude de seus atos no exercício de
cargos públicos, como forma de prestação de contas à sociedade em relação,
quando isso se fizer necessário, às acusações sobre suas pessoas, deixando
claro que elas são descabidas e inverídicas, diante dos fatos que comprovem
correção de seus atos.
No caso de alguns dos políticos mencionados como
pretensos autores do manifesto, chega a ser ridículo e absurdo que tencionem
protestar contra o Ministério Público e o Judiciário, por possível extrapolação
de sua missão institucional, diante de suas indiscutíveis participações em atos
ilícitos e contrários aos princípios da dignidade e do decoro, à vista da
transparência na mídia de vídeos e áudios, que simplesmente conspiram contra
essa repudiável manifestação, que certamente terá o condão de piorar ainda mais
o restinho de conceito que seus autores ainda imaginam possuir.
Diante do permanente estado de demência moral de
expressiva parcela dos políticos tupiniquins, os brasileiros estão ávidos por
declarações capazes de esclarecer, de forma convincente e plausível, muitos
fatos que vieram à tona e exigem cabais justificativas e esclarecimentos, que
precisam da espontaneidade, coragem, sinceridade e dignidade de seus autores
para assumi-los como fazem os homens públicos honestos e dignos de assim serem
considerados.
Certamente que o manifesto em comento terá como
pano de fundo a motivação principal de acusação aos órgãos incumbidos de apurar
e julgar os fatos suspeitos de irregulares, para o fim de atribuir-lhes a pecha
de perseguidores, com o propósito de prejudicar as carreiras políticas de
notáveis homens públicos, assim reconhecidos pelos bestas dos brasileiros que
teriam sido beneficiados por algum programa assistencial do governo, como se
nisso não houvesse dinheiro público e se isso não estivesse sob a incumbência
do Estado.
Os homens públicos precisam ter a grandeza, quando
for o caso, de reconhecer a realidade sobre os fatos e assumir suas falhas,
procurando, sempre que necessário, justificar e esclarecer seus atos, como
forma imprescindível de prestação de contas à sociedade, mesmo que isso possa
expor suas fraquezas morais, porque nada justifica a sua omissão, a sua
irresponsabilidade pela indignidade de atribuí-las a quem, de forma competente
e efetiva, mantém-se fiel ao cumprimento do seu dever institucional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de julho de 2017
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