quarta-feira, 12 de julho de 2017

As fraquezas morais?

Segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo, alguns principais políticos brasileiros, como o presidente do país, os ex-presidentes da República petistas e o senador tucano por Minas Gerais, estariam se unindo em articulação para lançar manifesto à nação, com o propósito de questionar as ações do Ministério Público Federal e do Judiciário.
A Folha afirma que o “pai” do manifesto seria o ex-presidente petista, que até já negou a paternidade do movimento.
De acordo com o jornal, a ideia tomou forma no grupo com o título “Prerrogativas”, e ganhou força principalmente após a delação de um dos empresários do grupo JBS, para o qual será centralizada a maior parcela dos questionamentos do manifesto.
A principal linha da formulação do manifesto em tela tem a liderança do advogado do senador tucano, que é seguida pelos advogados dos políticos acima mencionados.
É curioso que os políticos supracitados têm seus nomes envolvidos em denúncias da prática de atos de corrupção, tendo sido citados na Operação Lava-Jato e fortemente implicados na delação dos empresários do grupo JBS.
Certamente que a reportagem não deve ter fundo de verdade, porque seria a confirmação da índole mesquinha de políticos tupiniquins que abdicam de mostrar a lisura de seus atos, por meio da apresentação de suas defesas perante o Judiciário, na forma legal, preferindo se contraporem e criticarem os trabalhos edificantes dos órgãos que trabalham em prol da moralização do país.
Nas nações sérias, civilizadas e evoluídas política e democraticamente, os homens públicos fazem declaração pública, que é uma das formas de manifesto legal, para esclarecer ou justificar o seu desempenho na vida pública, mostrando exatamente, inclusive com elementos de provas juridicamente válidas, se for o caso, a licitude de seus atos no exercício de cargos públicos, como forma de prestação de contas à sociedade em relação, quando isso se fizer necessário, às acusações sobre suas pessoas, deixando claro que elas são descabidas e inverídicas, diante dos fatos que comprovem correção de seus atos.
No caso de alguns dos políticos mencionados como pretensos autores do manifesto, chega a ser ridículo e absurdo que tencionem protestar contra o Ministério Público e o Judiciário, por possível extrapolação de sua missão institucional, diante de suas indiscutíveis participações em atos ilícitos e contrários aos princípios da dignidade e do decoro, à vista da transparência na mídia de vídeos e áudios, que simplesmente conspiram contra essa repudiável manifestação, que certamente terá o condão de piorar ainda mais o restinho de conceito que seus autores ainda imaginam possuir.
Diante do permanente estado de demência moral de expressiva parcela dos políticos tupiniquins, os brasileiros estão ávidos por declarações capazes de esclarecer, de forma convincente e plausível, muitos fatos que vieram à tona e exigem cabais justificativas e esclarecimentos, que precisam da espontaneidade, coragem, sinceridade e dignidade de seus autores para assumi-los como fazem os homens públicos honestos e dignos de assim serem considerados.
Certamente que o manifesto em comento terá como pano de fundo a motivação principal de acusação aos órgãos incumbidos de apurar e julgar os fatos suspeitos de irregulares, para o fim de atribuir-lhes a pecha de perseguidores, com o propósito de prejudicar as carreiras políticas de notáveis homens públicos, assim reconhecidos pelos bestas dos brasileiros que teriam sido beneficiados por algum programa assistencial do governo, como se nisso não houvesse dinheiro público e se isso não estivesse sob a incumbência do Estado.
Os homens públicos precisam ter a grandeza, quando for o caso, de reconhecer a realidade sobre os fatos e assumir suas falhas, procurando, sempre que necessário, justificar e esclarecer seus atos, como forma imprescindível de prestação de contas à sociedade, mesmo que isso possa expor suas fraquezas morais, porque nada justifica a sua omissão, a sua irresponsabilidade pela indignidade de atribuí-las a quem, de forma competente e efetiva, mantém-se fiel ao cumprimento do seu dever institucional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12  de julho de 2017

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