Depois que a ex-presidente da Republica petista foi
afastada do poder, a sua equipe gastou mais de R$ 520 mil com diárias e
passagens nos primeiros seis meses deste ano, cujo valor é o triplo do que os
assessores dos outros ex-presidentes usaram, juntos, no mesmo período, conforme
reportagem do jornal O Globo.
A reportagem levantou que, de 2011 a 2017, o
ex-presidente petista liderou as despesas, que atingiram o valor de R$ 3,1
milhões, vindo, na sequência, o ex-presidente alagoano, com o gasto de R$ 1,2
milhão e ex-presidente tucano, no valor de R$ 685 mil.
O jornal esclarece que, de janeiro a 21 de junho
deste ano, o governo desembolsou para os assessores da petista os valores de R$
282.024,80, em diárias, e R$ 240.672,49, em passagens.
Nesse período, a equipe da ex-presidente viajou
para a Suíça, a França, ao Estados Unidos, a Espanha, a Itália, a Argentina e o
México.
Um decreto aprovado em 2008, no governo petista,
prevê que os ex-presidente da República têm direito a oito assessores custeados
pelos cofres públicos e de forma permanente, enquanto os ex-mandatários estiverem
vivos, ficando assegurados para eles salários, diárias e passagens.
A assessoria do ex-presidente petista, que liderou
as despesas durante um período, afirmou ao jornal que ele “sempre trabalhou muito em atividades no Brasil e no exterior, com mais
de 70 viagens para outros países desde que deixou a Presidência após cumprir,
democraticamente, dois mandatos eleitos pelo povo brasileiro”, e que sempre
“promoveu os interesses e a imagem do
Brasil no exterior”.
Já a assessoria da ex-presidente petista informou
que “nenhuma pressão fará com que a
presidenta eleita Dilma Rousseff deixe de viajar, interrompa as denúncias sobre
o golpe de Estado ocorrido em 2016 e as perversas e nefastas consequências que
se abatem sobre a população brasileira”.
Na essência, a despesa com assessores de
ex-mandatários do país não passa de escarnio à dignidade do trabalhador, que
paga tributos escorchantes para o custeio de algo injustificável, eis que eles,
na atualidade, não prestam qualquer serviço em benefício da sociedade e, se prestaram
no passado, já foram devidamente remunerados por eles.
À toda evidência, trata-se de despesas
absolutamente inúteis e dispensáveis, em termos de satisfação do interesse
público, eis que elas se destinam exclusivamente à serventia de ex-presidentes,
que, na atualidade, não contribuem absolutamente em nada para o bem comum, ou
seja, é um gasto típico da caracterização de desperdício que pode ser eliminado
em benefício da sociedade, cujos valores seriam aplicados em atividades
carentes de recursos, que muitas vezes são implementadas de forma precária.
Não se pode olvidar que a despesa pública precisa
ser justificada, quanto à sua finalidade no atendimento do interesse público,
mas há muitas aplicações que não correspondem exatamente a esse desiderato,
como no caso dos gastos com os ex-presidentes, que, se eliminados, só haveria benefício
para a sociedade, com a economia de recursos.
Por seu turno, causa perplexidade que justamente os
ex-presidentes petistas, de ideologia socialista, que defendem a igualdade
social, sejam os campeões de desperdícios de dinheiro público, sob a alegação de
que ele trabalhou muito em atividades no Brasil e no exterior, divulgando a
imagem do país, e ela teria necessidade se explicar que foi vítima de golpe,
implementado com o seu afastamento do poder, como se isso precisassem de
recompensas pelo sacrifício dos brasileiros, que são obrigados ao ônus de
despesas visivelmente desnecessárias e injustificáveis.
À toda evidência, convém que o governo resolva
levantar as despesas do Orçamento da União, para se depurar aquelas que precisam
demonstrar a sua verdadeira finalidade, em termos de atendimento ao interesse público,
com vistas à urgente eliminação daquelas que são efetivamente consideradas inúteis
e tidas por desperdícios, como essas que custeiam os gastos com assessores de
ex-presidentes, que não fazem a menor falta para a continuidade da eficiência
da administração pública. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de julho de 2017
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