Por enquanto, pelo menos sete partidos, entre eles
o PMDB, PSDB, DEM, PSB, PP, PR e PSD, já fecharam pacto para a aprovação de minirreforma
política que prevê a criação do fundo de financiamento da campanha de 2018, com
o valor estimado inicialmente de R$ 3,5 bilhões.
Conforme reportagem do jornal O Globo, a construção da proposta que deverá ser votada pelo Senado
Federal, em regime de urgência, ainda antes do recesso do Legislativo.
A iniciativa do projeto ficou a cargo do líder do
governo naquela Casa, que é do PMDB-RR, e deverá ser apresentada já nesta
semana, para imediata aprovação, ou seja, sem os devidos estudos técnicos, como
é da praxe legislativa, no diz respeito, em especial, à sua viabilidade, sobretudo
sobre a possível existência de recursos, em clara demonstração de
irresponsabilidades cívica e patriótica.
O fundo deverá ser constituído para funcionar
somente em anos eleitorais, a começar de 2018, e composto financeiramente por
parte de recursos do Orçamento Geral da União e também de emendas
parlamentares.
O fundo de campanha eleitoral tem a finalidade de substituir
o abominável financiamento privado, que era irrigado por empreiteiras, principalmente
as construtoras que se uniram em conluio para desviar recursos dos cofres dos
governos, com destaque para os da Petrobras, que foram usados para saciar a
absurda farra eleitoral.
A propósito, os partidos políticos vão continuar
recebendo as gordas fatias de recursos do Fundo Partidário, que é abastecido mensalmente
com dinheiro dos bestas dos contribuintes.
Não bastasse o Congresso Nacional ser considerado um dos
líderes mundiais de gastança, ineficiência, inchaço de pessoal, corrupção,
enfim, de muitos desperdícios não
compatíveis com a realidade brasileira, que exige, ao contrário, sacrifícios
orçamentários, alguns partidos, sem o menor pudor, ainda se atrevem a ignorar a
crise econômica e propõem a constituição desse excrescente fundo, que
certamente irá sobrecarregar ainda mais o já combalido e deficitário Orçamento
da União e abastecer de dinheiro público as campanhas eleitorais, de exclusivo interesse
dos parlamentares.
Trata-se de proposta visivelmente irracional e irresponsável,
por haver nítida dissonância com o interesse público, porquanto ela seria bem-vinda
se os recursos do fundo de que se trata tivesse por finalidade o atendimento
das carências sociais, com alocação de mais dinheiro para a saúde, educação, segurança
pública e outras áreas de sensível necessidade da assistência pública.
A propósito, convém que os partidos políticos sejam capazes
de se organizar, de forma eficiente, para o fim de prover recursos privados
para se manter e custear as campanhas eleitorais, considerando a precariedade
da prestação dos serviços públicos, graças à escassez de recursos, que será
ainda mais afetada com a criação desse abusivo e estrambótico fundo, que merece
total repúdio da sociedade, por não suportar mais bancar a ganância dos inescrupulosos
políticos tupiniquins.
Está
aí mais um motivo para os brasileiros pensarem na completa eliminação da vida
pública dos atuais parlamentares, que estão aproveitando o exercício de cargo
público eletivo, derivado da vontade popular, para a aprovação de projeto que
beneficie seus interesses políticos, visivelmente em detrimento das causas
nacionais, que continuam ficando em segundo plano, contribuindo cada vez mais
para a precariedade da prestação dos serviços públicos da incumbência do
Estado, notadamente nos casos da saúde, educação, segurança pública e demais
atividades essenciais à satisfação do interesse público.
Causa
estranheza que um projeto indiscutivelmente contrário ao interesse da
população, uma vez que os recursos se destinam exclusivamente à satisfação de
projetos políticos, sem nenhuma vinculação com as causas sociais, não encontre,
ao que tudo indica, nenhuma voz contrária à sua aprovação, que certamente
causará prejuízos ao já precário atendimento às atividades de assistência aos
brasileiros carentes, à vista da possibilidade de potencializar a escassez de
recursos para o cumprimento dos serviços essenciais, tão importantes para a
população desassistida e penalizada pelas insensatez e incompetência da
administração do país.
Os
brasileiros precisam repudiar, de forma urgente e veemente, iniciativas dessa
natureza, deixando claro para os parlamentares que a aprovação de medida que
crie fundo para custear e financiar as campanhas eleitorais terá a reprovação
dos eleitores e seus apoiadores serão certamente lembrados negativamente por
ocasião das eleições. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 3 de julho de 2017
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