Diante
do crônico e progressivo rombo das contas públicas, o governo federal decidiu
que vai aumentar impostos sobre os combustíveis, com a finalidade de ajudar a turbinar
a arrecadação federal, na tentativa de cumprir a meta fiscal para 2017, fixada
em fragoroso déficit do valor de R$ 139 bilhões, representados por despesas
maiores que receitas.
O ministro da Fazenda
disse que poderá aumentar a alíquota do Pis/Cofins sobre a gasolina, que não
precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional.
O
ministro, com a maior serenidade possível, esclareceu que a opção por esse
aumento foi porque ele é, pasmem, “rápido
e fácil de ser cobrado”, cuja cobrança tem a intenção de ser implementada
já este ano e se estenda também por todo ano de 2018.
Nessa linha truculenta
de cobrança de tributos, o ministro anunciou que o governo pensa ainda na
hipótese de elevar o percentual do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
sobre algumas transações financeiras, em que pese esse imposto já ter sido
elevado em maio do ano passado sobre a compra de dólares.
O ministro explicou que
a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, a conhecida como Cide, que
também incide sobre os combustíveis, tem efeito mais lento na arrecadação, por exigir
90 dias para a sua entrada em vigor e o dinheiro ainda é dividido entre o
governo federal e os estados e municípios.
O
ministro afirmou que as equipes dos ministérios da Fazenda e do Planejamento concluíram
que a arrecadação adicional com o aumento do Pis/Cofins e outras receitas
extraordinárias deve superar o valor de R$ 10 bilhões.
A dificuldade do
governo é para fechar as contas do corrente ano, que tem previsão de rombo
orçamentário da ordem de R$ 145 bilhões, bem superior à meta de déficit
aprovado de R$ 139 bilhões, em que pese o anúncio pelo corte no orçamento de R$
42 bilhões, mas o enxugamento afetou apenas serviços públicos que não podem
sofrer solução de continuidade, a exemplo de emissão de passaporte, que
terminam recebendo novamente aporte de recursos.
Um
colunista de economia frisou que "A
área política do governo chegou a sugerir que a meta fiscal fosse revista, com
ampliação do déficit nas contas públicas, mas essa alternativa foi rejeitada
pela equipe econômica, pois levaria à perda de credibilidade da estratégia do
ministro Henrique Meirelles de fazer um ajuste gradual das contas públicas, sem
retrocessos".
Em momento
dramático de graves crises política e econômica, a defesa do aumento de
tributos é opção simplesmente de extrema crueldade contra a sociedade, que é convocada
para assumir o ônus pelas incompetência e precariedade da administração
pública, que elege, sem o menor esforço, alternativa com a perversidade de quem
está apenas preocupado em salvar a própria pele, ou seja, em reforçar a arrecadação
para fechar as contas ainda que no rombo previsto da meta fiscal de R$ 139
bilhões.
A
terrível incompetência do governo não consegue enxergar alternativa senão onerar
ainda mais os contribuintes, que não têm como se defender das garras poderosas
do Estado, que nunca de farta de arrecadar para suprir seus monstruosos gastos
desenfreados e muitos deles injustificáveis, que nunca podem ser readequados à
realidade do momento de dificuldades e de crises política e econômica, a par de
haver parcimônia na gastança alucinada do governo eternamente entrincheirado na
crônica incompetência gerencial.
Causa
enorme perplexidade que o governo, bastante perdido por falta de rumo, em
termos político e político, ainda inventa essa terrível crueldade de aumentar
imposto para tentar enganar o controle fiscal, mesmo diante do caos que impera no
país com o apavorante desemprego e a precariedade na saúde, educação, segurança
pública e demais prestação de serviços de incumbência do Estado.
Não
poderia haver momento mais desastroso para se anunciar aumento de impostos,
porque em plena crise política, em que o presidente libera recursos aos montes destinados
às emendas parlamentares, com a simples atitude de quem quer se segurar no
poder, obviamente às custas do sacrifício da sociedade, que é obrigada a tirar
mais dinheiro de seu minguado salário para sustentar o Estado gastador e
deficiente.
O
certo é que os fatos mostram que o governo está na contramão da realidade
brasileira, que, no presente momento, quando começa a despontar no horizonte um
pouco de esperança para a superação da crise econômica, jamais seria cabível
mais esse pesado fardo para a sociedade.
Neste
episódio, o governo dá cristalina lição de que a incompetência administrativa
sempre procura o opção mais fácil e simplista para solucionar grave questão
socioeconômica, porque não é preciso realizar estudos para se encontrar
alternativas que, ao contrário, se evitariam, ao menos, minimizar o pesado e
doloroso fardo nos ombros dos contribuintes, que são obrigados a arcar com uma
das maiores cargas tributárias do mundo, a par de que o país ainda se encontra
debatendo envolto no redemoinho levado por robusta crise de produção e de
desemprego. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de julho de 2017
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